No último final de semana, em duas partidas disputadas no Ginásio de Esportes do Centro Estadual de Educação Profissional Luiz Pinto de Carvalho, no bairro do São Caetano, foi encerrada a quinta edição do Campeonato de Basquete Comunitário Zumbi dos Palmares. A equipe do Linces-Pernambués se sagrou campeã, após derrotar o Basquete-Pirajá por 47 a 29. Em terceiro lugar ficou o time do Novo Basquete do Jardim-Interbairros, que venceu o Ashanti-São Caetano, por 60 a 42.
Nesta quinta edição do campeonato, que foi realizado pela primeira vez no ano de 2013, 16 equipes disputaram, desde o último mês de maio, a chance de chegar na final e faturar o troféu de melhor time de basquete comunitário de Salvador. O professor de História, Lucas Cidreira, coordenador da competição e um dos idealizadores da atividade, contou como teve início o campeonato. “O basquete é praticado em vários bairros da cidade. Existem alguns locais onde os atletas de diversas comunidades se encontram para praticar o esporte. A ideia foi juntar estes praticantes, formar equipes e criar a competição”, relatou.
No início, foi realizado como um torneio, com todas as partidas disputadas em um único dia, nas modalidades masculino e feminino. Com o crescimento da competição, ganhou o formato atual, com jogos disputados ao longo de cinco meses. A atividade conta, desde a sua primeira edição, com o apoio do vereador Sílvio Humberto (PSB). Neste ano, teve colaboração, também, da ex-secretária estadual do Trabalho e Esporte, a recém-eleita deputada estadual, Olívia Santana (PCdoB).
Esporte e cidadania
Lucas destacou que o basquete traz elementos importantes para a formação do indivíduo, como trabalho em equipe, estratégia e confiança mútua. Segundo ele, o que falta para o basquete baiano é apoio e divulgação, já que o esporte é difundido e praticado por toda parte. “Faltam perspectivas para os atletas. A proposta do campeonato é preencher esta lacuna e potencializar, de forma coletiva, aquilo que já acontece na cidade, elevando o nível do basquete amador”, ressaltou.
A falta de espaços públicos adequados para a prática do esporte também são entraves para os praticantes. “Não temos, nos bairros, quadras cobertas que possibilitem à juventude o desenvolvimento de atividades físicas e do basquete. Os melhores espaços ainda estão nas escolas estaduais. Mas, nem todas estão abertas para o uso da comunidade”, reclamou o coordenador da competição. Lucas destacou, ainda, que o projeto também atua na formação social dos atletas. “Provocamos a reflexão sobre questões sociais e sobre a própria dificuldade para a prática do esporte e as razões para isso”, pontuou.
Mesmo diante destes impasses, ele comemorou a elevação do nível da disputa. “É muito gratificante ver o crescimento do campeonato, a projeção de atletas para o estado e para times nacionais, e a elevação do nível do esporte na cidade. A expectativa para o próximo ano é ainda maior”, concluiu.