O preparo físico do time da Croácia é coisa do outro mundo. Os franceses que se cubram.
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
11/07/2018 às 18:11
Ivan Perisic autor de um dos gols da Croácia
Foto: AFP
Os croatas estão pela primeira vez numa final de Copa do Mundo. Credenciaram-se vencendo a Inglaterra (2 x 1) de virada, gol na prorrogação, jogando com alma, o coração no bico da chuteira e muita consciência de jogo de um conjunto regido por um monstro de meio-campista baixinho chamado Modric. Histórico.
Muita bravura, dedicação e valentia na disputa de cada lance, mesmo quando as pernas já não obedeciam.
Um exemplo para nosotros?
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- A semifinal foi no Luzhniki Stadium, em Moscou, lotado, com 79 mil pessoas nas arquibancadas. O mesmo palco da final, domingo.
- Presente no estádio a presidente da Croácia Kolinda Grabar-Kitarovic, uma bela e jovem loura que se confessa apaixonada por futebol.
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Com a bola rolando...
Mais jovens, menos desgastados na competição e mais bem dotados fisicamente os ingleses começaram se impondo, ganhando as divididas, usando a velocidade de Sterling, as bolas longas e alçadas contra a defensiva croata.
E acharam um gol logo aos 5 minutos, numa falta muito bem cobrada, da entrada da área, pelo bom lateral Trippier, tirando da barreira e acertando o ângulo do goleiro Subacic – 1 x 0. A Croácia acusou o golpe, seus atletas mostrando nervosismo, errando passes, a bola ‘queimando’. Mas, com os ponteiros do relógio girando, aos poucos o jogo foi se igualando em campo, os meio-campistas Modric e Rakitic tentando por a bola no chão e marcando mais no campo adversário.
Aos 29’, o artilheiro inglês Kane perdeu uma chance incrível, parando duas vezes no goleirão Subacic, este trabalhando mais que o inglês Pickford. Aos 35’, o meia Dele Alli, o craque da equipe, achou livre na meia lua o avante Lingard; ele tentou colocar rasteiro mas errou o alvo por pouco.
Os ingleses chegavam com mais objetividade, finalizando. Os croatas priorizavam a posse de bola, a troca de passes. Nesse rame foram-se os 45 minutos iniciais, dinâmico.
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Nada mudou na segunda etapa. Os britânicos marcando duro, sem vergonha de dar chutões, com mais apetite, e os croatas, mais rodados, tentando o empate à sua maneira, mas finalizando pouco. Talvez trabalhando, esperando o momento do bote.
- E o empate saiu aos 23 minutos, após um cruzamento largo da direita. O lateral direito inglês Walcker vacilou, esperou a bola chegar para tirar de cabeça, e o meia Perisic foi mais esperto; antecipou-se na pequena área e meteu a sola, mandando para as redes, empatando: 1 x 1. Aos 26’, o mesmo Perisic recebeu pela esquerda, ganhou da zaga e bateu cruzado e rasteiro, acertando o poste inglês.
A Croácia cresceu em campo, os jovens ingleses sentiram o golpe, meio grogues. O treinador da ilha trocou o rápido Sterling pelo garoto Rashford, centroavante. E a partida ficou ainda mais animada, as duas equipes em busca do gol. Nada definido. Lá e cá. Os goleiros trabalhando. Mas o gol não saiu e deu empate, justo. A Inglaterra foi melhor na primeira etapa, mas a Croácia impôs seu ritmo nos 45 minutos finais, tendo mais a bola.
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Mais uma prorrogação de 30 minutos, pois. A segunda dos ingleses na competição. A terceira dos croatas. Os franceses, de camarote, adorando... torcendo pelo desgaste físico maior do adversário de domingo, na decisão do título.
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A decisão
Com uma equipe mais jovem, a Inglaterra perecia mais inteira e foi pra cima, tentando definir. Aos 8 min, após cobrança de escanteio, o zagueirão Stones testou forte mas a zaga croata salvou em cima da linha. A Croácia mais na bravura, já parecendo sem pernas para um contragolpe letal. Na manha.
Daí, numa cochilada da zaga inglesa, no finalzinho dos primeiros 15 min, o avante Mandzukic quase faz; Pickford dividiu e salvou. Cansaço geral.
Então, aos 3 min da fase final da prorrogação, deu branco na zaga inglesa e Mandzukic, esperto, apareceu livre na frente da pequena área, aproveitando uma bola espirrada e batendo seco de canhota, cruzado, no cantinho: 2 x 1 Croácia ! A virada, na alma, na garra.
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Destaques:
O bom goleiro Subaci. Zagueiraço Vida, pau puro. Perisic, decisivo, ao lado de Mandzukic. E a dupla espetacualar de meio-campistas: Rakitic e Modric.
Na Inglaterra, o goleiro Pickford, o becão Maguire, o lateral Trippier, os velocistas Rashford e Starling e o meio-campista Dele Alli, o craque da equipe. Quando ele ‘morreu’, o time inglês parou de jogar.
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Uma final digna
Uma final, domingo, meio dia, que se vislumbra emocionante e bela. Em campo duas equipes que gostam de jogar bola, limpo, com talento e inteligência. Craques de um lado e outro. França e Croácia merecem estar na final pelo que jogaram no decorrer da competição. As duas melhores equipes em campo.
A Croácia será uma campeã inédita. A França vai lutar pelo seu segundo título. Jogaço ! Moscou em festa.
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No sábado, às 11 h, em São Petersburgo, a disputa do terceiro lugar: Inglaterra x Bélgica.
Viva o futebol !