O Vitória perdeu o campeonato no BAVI da briga e a diretoria do leão até hoje não puniu os jogadores nem dispensou o técnico
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
08/04/2018 às 18:30
Nino Paraíba teve boa atuação pelo Bahia
Foto: Felipe Oliveira
Mais um título de glória, como bem canta o hino do professor Adroaldo Ribeiro Costa. O tricolor venceu o Vitória na Toca, 1 x0, e ficou justamente com o título baiano de 2018. Justamente porque venceu os dois jogos decisivos: na Fonte Nova ( 2 x 1 ) e na casa do adversário. Jogando melhor, tendo o domínio dos jogos.
É o 47º título baiano do Tricolor da história tricolor. Disparado o maior vencedor.
E mais, são oito jogos sem perder para o rival. O primeiro título baiano de Guto, o treinador tão contestado. E o pé quente do presidente Bellintani - venceu três clássicos e o título baiano, impedindo o tri do rival. Receber a taça na casa do rival, ganhar a partida perante o torcedor adversário, torcida única, é muito valioso.
A punição
- O Vitória perdeu o campeonato no Ba x Vi do dia 18 de fevereiro, no Barradão, o jogo da vergonha, com agressões, expulsões, atitudes covardes de alguns atletas; aquele jogo que não acabou, 1x 1 em campo e 3 x 0 para o Bahia nos tribunais. Os atletas expulsos fizeram muita falta. E o treinador Mancini também. Os deuses da bola puniram o rubro-negro.
*
O clima
Tarde ensolarada, Barradão cheio ( mais de 30 mil presentes. Arquibancadas cheias e alguns pequenos vazios nas numeradas/especiais), o vermelho e preto por todo canto, torcida única, entusiasmada.
Escalações
Vitória, de rubro-negro: Fernando Miguel, Rodrigo, Bruno, Wállison e Botelho; Uillian, Fellipe Soutto, Juninho, Neilton e Luan (Nickson); Belusso. Treinador, Mancini/Batatais no banco.
Bahia, com padrão tricolor: Douglas, Nino, Tiago, Lucas Fonseca e Leo; Gregore, Elton, Vinícius, Ze Rafael e Marco Antonio; Edigar Junio. Treinador, Guto Ferreira.
No apito o paulista Rafael Klauss.
- O Leão com uma equipe mais jovem, ofensiva, três atacantes, velocidade; muitos desfalques. O Tricolor basicamente com a mesma equipe da partida anterior, mais o retorno de Nino Paraíba.
*
O jogo
Começou quente, ofensivo e nervoso.
Aos 5 min, Vinícius arriscou de fora, assustando F Miguel. Aos 7’, o garoto Luan sentiu fisgada na coxa e deu lugar a Nickson, também oriundo das divisões de base. Aos 10 minutos, num passe errado e desentendimento entre Leo e Lucas, Juninho entrou de cara e Douglas salvou o gol rubro-negro. Na sequência, uma blitze do Leão e, por pouco, não saiu o gol do Vitória, melhor, mais aceso, jogando no erro defensivo tricolor.
O Bahia procura trabalhar mais a bola, trocando mais passes. O Vitória é mais vontade, velocidade, lançamentos na área adversária. Um jogo disputado, leal, marcado, mas pouco técnico. Muitos passes errados, lá e cá. Aos 46’, a melhor oportunidade do Bahia, com Ze Rafael arrematando rasteiro um cruzamento de Marco Antonio, da direita, mas F. Miguel salvou no rodapé, espalmando a escanteio.
A despeito da teórica postura ofensiva das equipes, aconteceram poucos lances de área. O rubro-negro teve as melhores chances, duas, por volta dos 10 minutos. Douglas trabalhou bem.
Equilíbrio. O Tricolor tentando quebrar a gana e a velocidade do adversário, ritmando mais a partida, procurando ficar mais com a bola, tinha a vantagem de jogar pelo empate.
*
Mal começou o segundo tempo ...
- Gol ! 1 x 0 Bahia, aos 3 minutos. Edigar Junio e Vinícius trabalharam, Marco Antonio tocou, Zé Rafael finalizou, Fernando Miguel deu rebote e Elton completou de cabeça.
Aos 10 min, o astro Neilton sentiu fisgada na coxa, entrou no lugar o alemão Alex. E o rubro-negro foi pra cima, com tudo, na pressão. Aos 16’, saiu Lucas Fonseca, machucado, entrou Grolli. Entrou também, na sequência, Allione no lugar de Marco Antonio. Aos 19, Zé Rafael arriscou de canhota e a pelota raspou o travessão. Aos 22’, Régis substituindo Vinícius. No Leão, Zé Wélisson no lugar de Rodrigo, com ordem para bater de longe, arriscar o chute.
Aos 26’, Belusso apareceu bem, livrou-se da zaga e bateu rasteiro para Douglas espalmar.
O Bahia quando tem a bola trabalha melhor, troca passes, amacia e chega. O Vitória joga mais na raça, precisa de qualquer maneira de um gol. Tem de correr, avançar e tentar tudo. Aos 33’, num cruzamento rasante da esquerda, quase o ataque rubro-negro chegou na pequena área. Tome-lhe bola aéreas na área tricolor. E o tempo passando... E nada de o Leão morder.
O Tricolor administrou o jogo até o final, na manha, na bola, conquistando o título na Toca do Leão, 16 anos depois.
*
Destaques:
O melhor jogo do goleiro Douglas com a camisa tricolor. Bem Nino Paraíba, Gregore, melhor ainda o Elton, autor do gol. Do meio para frente, Zé Rafael foi o melhor.
Pelo Vitória, o melhor em campo foi Uillian Correia, um guerreiro.
Crime
- Três integrantes da torcida organizada do Bahia, a 'Bamor', foram baleados na porta da sede do grupo, na Travessa Florência dos Passos, no bairro do Tororó, na manhã de domingo. De acordo com a polícia, homens armados passaram pelo local, de carro, atiraram nas vítimas, fugiram do local e não foram identificados. As vítimas foram socorridas no HGE e UPA dos Barris.
- Na chegada ao Barradão, o ônibus que transportava a delegação do Bahia foi atingido por pedradas e garrafadas, teve alguns vidros quebrados. Triste. Lamentável. Inconcebível.
*
Torcida única nos clássicos é medida suficiente para acabar com esses absurdos? Uniformizadas se transformaram em antro, facções criminosas. É a realidade. E assim precisam ser vistas e combatidas por todos.
**
- Botafogo, campeão carioca. Venceu o jogo (1 x 0) e a disputa nos pênaltis.
- Corínthians campeão em São Paulo. Venceu o jogo (1 x 0) e a disputa nos pênatis.
- O Cruzeiro enfiou 2 x 0 no Atlético, e a raposa comeu o Galo, campeã mineira.
- Deu Grêmio, fácil no Rio Grande do Sul, Ceará e Náutico.
*
No próximo domingo começa o Brasileirão. O Bahia joga em Porto Alegre contra o Internacional e o Vitória recebe o Flamengo no Barradão.