A zaga lenta do Leão foi envolvida pelos atacantes do Bota da Paraíba. Fácil, fácil
Tasso Franco , da redação em Salvador |
05/02/2017 às 19:10
Jogo no Estádio do Almeidão, JP
Foto: DIV
Foi a primeira derrota do Vitória na temporada 2017, valendo pontos pelo Nordestão. Um placar surpreendente ( 4 x 2 ) que expõe a fragilidade já vista da nova zaga do rubro-negro, com laterais que até agora não aprovaram (Salino, Géfferson, o manjado Euller...), e dois becões altos, lentos, sem recuperação e desentrosados (Fred e Allan Costa). No mais, Kieza perdeu gols fáceis e a equipe taticamente foi envolvida pelo alvinegro paraibano.
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Bola no chão
- Com é do seu feitio, o rubro-negro baiano começou pressionando, tentando surpreender o time da casa, forçando o ataque. E em menos de cinco minutos criou duas situações claras de gol com bom trabalho de David e Claiton Xavier pelas beiradas para o artilheiro Kieza desperdiçar feio: uma de cabeça e outra de frente dentro da pequena área.
- Diz o jargão dos boleiros que ‘quem não faz toma’. Ainda antes dos 10’, no primeiro lance ofensivo da equipa da casa, pela esquerda, o lateral direito Salino não achou a bola enfiada nas suas costas, o lateral canhoto Fernandes, do Botafogo, entrou de cara no espaço vazio e encheu o pé : 1 x 0.
- Dois minutos depois, o miolo de zaga baiano bateu cabeça, Allan Costa vacilou e o avante Wanderson entrou livre com bola dominada e fuzilou: 2 x 0.
- A equipe visitante parecia atônita, sem processar o que estava se passando. Kieza perdeu mais um gol de frente, o Botafogo se encolheu e optou pelos contragolpes.
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- O treinador Argel fez modificação no vestiário/intervalo, retirando o apagado Salino e colocando Paulinho. E ‘vamos pra cima, buscar o empate e tentar virar o jogo’.
- O torcedor rubro-negro vibrou e acreditou mesmo numa virada quando, aos 4’ da segunda etapa, a bola mal cortada pela zaga paraibana ‘subiu, desceu e caiu pra quem mereceu’: enquanto Kieza e seu marcador procuravam por ela, Claiton Xavier chegou rápido e deu um bico, acertando o canto: 2 x 1.
- Mas não demorou muito e o meia, camisa 10, Marquinho fez um golaço, com a permissão dos becões do Vitória, driblando até o goleiro Fernando Miguel : 3 x 1 para deleite da galera alvinegra nas arquibancadas.
- Pouco depois, o meia Rafael Luz aproveitou-se de uma saída de bola equivocada da defensiva baiana, enfiou rasteiro pelo meio e Wanderson entrou livre, de cara: 4 x 1, encobrindo o goleiro. Parecia ter matado o jogo.
- Mas o Leão não se entregou, foi à luta. Aos 34’, Fred bateu falta da entrada da área, encobriu a barreira e acertou o ângulo : 4 x 2.
- A partida ficou quente, lá e cá. Chances de Kieza, de um lado, duas ótimas defesas de Fernando Miguel do outro. Tentativas e nada mais.
Foi um placar exagerado mas um triunfo justo do Botafogo, lição pros rubro-negros baianos.
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- Assim foi a primeira derrota do Vitória na temporada, quatro gols tomados num só jogo é algo preocupante. Mesmo com esse resultado a equipe baiana continua da disputa: por esse Grupo E todas as equipes estão com três pontos ganhos, embolados. Equilíbrio.
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Destaques:
- Confusa e comprometedora atuação da defensiva rubro-negra; Apagada a estreia de Dátolo; Kieza abusou de perder gols; David e Claiton Xavier salvaram-se.
- Na equipe paraibana, o melhor foi o avante Wanderson que infernizou a zaga baiana, bem assessorado pelos meias Rafael Lua e Marquinho, e pelo bom lateral Fernandes.
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O Bahia venceu mas
Ainda não convenceu
Na noite de sábado, em Pituaçu, também pelo Nordestão, o Tricolor venceu por 2 x 0 o Moto Clube com dois gols oriundos do que se chama ‘bola parada’: Régis de falta, da meia lua, no primeiro tempo e Hernane, cobrando pênalti por ele mesmo sofrido, na segunda etapa.
- O torcedor gostou do resultado mas continua com uma pulga atrás da orelha. A equipe domina o jogo, troca passes, defende-se bem mas continua com dificuldades ofensivas: finaliza pouco, Hernane perde muitos lances tolos, falta objetividade, força de ataque.
- Deficiências antigas, manjadas... e o treinador Guto Ferreira não treina variações táticas. O mesmo burocrático 4-3-3, sem alternativas. Preocupa.
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Antes, pelo Baianão, o Flu de Feira jogando um bom futebol em Pituaçu, enfiou 4 x 1 no Galícia.