Com informações da Ag Globo
AG , da redação em Salvador |
05/01/2017 às 10:53
Zé Ricardo tem duas certezas: uma, a de que a chegada de Conca dará ao Flamengo mais qualidade técnica; outra, a de que sua tarefa é organizar o time com o argentino e Diego juntos. Encontrar espaço para os dois meias, formação que deixou de ser tão comum no futebol brasileiro, sem que a equipe perca defensivamente, faz o treinador já formular hipóteses.
Uma delas, um 4-2-3-1, similar ao sistema tático do fim de 2016. Ele não dá detalhes, mas neste desenho deve caber a Conca o papel de meia deslocado para o lado do campo, com Diego centralizado, por trás de Guerrero. Zé Ricardo não descarta, sequer, uma mexida radical de sistema.
Ele é, por convicção, adepto do 4-1-4-1, esquema da seleção brasileira, com um volante à frente da zaga, uma linha de quatro meias — dois deles meias centrais e dois jogadores pelas pontas, seja com características de atacantes ou de armadores — por trás do centroavante. Em 2016, após a chegada de Diego, o técnico sentiu a necessidade de recuar Willian Arão para atuar mais próximo a Márcio Araújo, ficando com dois volantes e alterando o esquema para um 4-2-3-1. Embora evite dar uma posição definitiva, parece partir de tal desenho.
Em conversa com o GLOBO, perguntado se usaria o 4-1-4-1 com Diego e Conca como meias centrais, mais dois pontas pelos lados e Guerrero como centroavante, Zé Ricardo disse ser possível. Mas com ressalvas.
— Diego e Conca teriam funções defensivas a cumprir. Sem a bola, se o time se equilibrar com os dois pontas e um volante, pode funcionar — disse. — É nosso trabalho ajustar. É perfeitamente possível que joguem juntos.
Diante disso, a pergunta foi se a solução mais segura seria manter os dois volantes, no 4-2-3-1. Assim, na linha de três homens por trás de Guerrero, caberia a um dos dois “camisas 10” do Flamengo atuar pelo lado, embora com liberdade para, no momento ofensivo, cair pelo meio e ajudar a armação.
— Passa por aí. A princípio, ter só um homem (volante) por trás deles (Diego e Conca) pode não ser o ideal — explicou Zé Ricardo. Ele evita dar nomes, mas aparentemente o papel de jogar pelo lado seria de Conca.
esquema sem pontas
Mais adiante, Zé Ricardo deixa no ar uma outra possibilidade: alterar mais radicalmente a formação de 2016 e não usar qualquer dos externos, ou pontas, possivelmente usando mais um meia. Na temporada passada, o time terminou o ano com Gabriel e Éverton jogando abertos. O jogo pelos lados era um recurso frequente da equipe.
Zé Ricardo falava sobre a necessidade de o time se agrupar, reduzindo espaços do adversário e diminuindo a faixa de campo que jogadores como Conca e Diego precisariam correr para ajudar na marcação.
— A ideia tem que ser essa, talvez com a utilização de mais um jogador por trás dos dois. Talvez até uma situação totalmente antagônica à que a gente joga hoje, sem a utilização dos externos — elucubrou o treinador.
Seja uma solução mais próxima do modelo atual, seja uma formação congestionando o meio-campo e abrindo mão dos pontas, uma coisa parece estar na cabeça: enquanto Conca finaliza a recuperação da cirurgia no joelho, nos primeiros meses do ano, Zé Ricardo admite preparar um time pronto para que o argentino seja enxertado.
— Podemos buscar uma forma de jogar para que, quando ele estiver 100%, possa ser inserido — afirmou.