Muitos vacilos na defesa do Vitória e o Palmeiras com mistão impôs seu bom futebol
ZÉDEJESUSBARRÊTO , Salvador |
11/12/2016 às 18:27
Vitória 1x2 Palmeiras
Foto: DIV
Sem susto ou surpresas. Está garantido, vai ter Ba Vi na Série A em 2017.
O tricolor credenciado pela classificação entre os quatro primeiros da segundona; e o Vitória, mesmo perdendo na despedida para o time B do Campeão Palmeiras ( 2 x 1 , de virada), garantiu-se na Primeirona, na boca da zona, porque o Internacional (RS) restou mesmo rebaixado para a Segundona, a Série B, após empatar ( 1 x 1) com o Fluminense (RJ).
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Balanço/classificação
- Encerrada a competição, a temporada, estarão disputando a Libertadores da América no próximo ano: Palameiras, campeão brasileiro; Santos, Flamengo, Atlético (MG), Botafogo, Atlético (PR) – os seis primeiro colocados da Série A - , e mais o Grêmio, campeão da Copa do Brasil.
Foram rebaixados para a Série B/2017: América (MG), Santa Cruz (PE), Figueirense e Internacional de Porto Alegre, este pela primeira vez em sua gloriosa história. O Vitória safou-se porque somou dois pontos a mais que o Inter e acabou a competição com um saldo de gols superior à equipe gaúcha.
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Mormaço
- Uma tarde domingueira de sol e calor de quase verão, e o Barradão cheio para o último jogo da temporada Um clima de despedida e também de consternação. A volta da bola aos campos após a tragédia com a equipe da Chapecoense em Medellin. Mormaço na Toca.
- A derradeira rodada, cheia, do Brasileirão/2016 e a despedida do vitorioso técnico Cuca, campeão brasileiro pelo Verdão Palmeiras.
- Muitas homenagens à Chape, alguns atletas visivelmente tocados. Camisas verdes, balões, celebração do torcedor nas arquibancadas para Artur Maia – uma da vítimas do acidente e cria da base rubro-negra -, minuto de silêncio, toque de corneta, contrição e lágrimas nalguns rostos, os nomes dos jogadores da Chape postos nas camisas das duas equipes.
- O rubro-negro em campo com o que tinha de melhor disponível; o Palmeiras com um mistão quente.
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Bola rolando
- Com o sol batendo forte no gramado e alguns atletas ainda enxugando lágrimas, a partida começou morna, em câmara lenta, a despeito da postura ofensiva das duas equipes.
- Aos 7 minutos, Leandro Ferreira driblou fácil o lateral Diego Renan pela esquerda, enviesou e arrematou mas a pelota bateu no rodapé da trave.
- Aos 12’, Marinho cobrou falta de longe, quase em cima da linha lateral pela direita do ataque, de forma despretensiosa, uma bola rasante que passou pela zaga, atacante e enganou o goleiro Jailson, morrendo na rede: 1 x 0.
- Aos 15, o lateral direito Gabriel empatou com um chute forte e cruzado, após vacilo da zaga rubro-negra que não conseguiu tirar da área uma bola longa cruzada da esquerda; sem chances para o goleiro: 1 x 1.
- E a partida entrou em banho-maria, jogada sem muita intensidade, um placar que não fazia mal a ninguém, pra que se expor?
- Aos 38’, o árbitro anulou um gol de cabeça/ombro de Alecsandro, avante paulista, alegando que a bola foi tocada de braço. A defesa baiana dando mole.
- Aos 45’, após boa jogada do lateral canhoto Fabrício e o cochilo de Ramon e Euller, Alecsandro, livre, bateu de prima e virou: 2 x 1 , sem comemorações do atacante, revelado nas hostes do rubro-negro baiano, querido pela torcida baiana.
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Emoção
Talvez o empate retratasse melhor o que foi o embate em campo na primeira etapa. Na saída para os vestiários Alecsandro engasgou-se de emoção, quase não conseguiu falar ao microfone, lembrando-se dos companheiros da Chape que se foram.
No intervalo, homenagens do clube baiano ao ex-atleta Artur Maia, cria rubro-negra, a família dele presente.
E também honras ao ex-ídolo Mário Sério, que fez história com a camisa do Vitória nos anos 1970, um dos melhores jogadores da vida do clube, ultimamente comentarista de uma rede de TV; ele também estava no fatídico voo e se foi.
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Volta da merenda
A despeito do sombreamento já em todo o gramado, amainando o bafor no Barradão, a partida foi retomada com a mesma maresia. Ritmo de quase férias.
- Aos 6’, a defesa baiana cochilando, Fabrício pegou um rebote entre a marca do pênalti e a linha da grande área inimiga mas bateu errado, pelo alto.
- Aos 10’, Argel trocou o colombiano Cárdenas por outro meia, Serginho. A torcida se manifestou pedindo um pouco mais de vontade, exigindo o empate, pelo menos. Os paulistas marcavam bem e, com a bola, trocavam passes, amansando o Leão.
- Aos 21’, Marinho bateu falta longa, da direita, e acertou o travessão de Jailton.
- O Vitória mais no entusiasmo, tentando mas sem muita criatividade, finalizando pouco, e o Palmeiras usando mais a técnica, trabalhando melhor a bola, gastando tempo, sem forçar muito.
Nada demais aconteceu até o apito final do árbitro.
E o torcedor do Verdão Campeão Brasileiro fez sua festa na Toca do Leão.
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Chape
O zagueiro Neto, da Chapecoense, um dos poucos sobreviventes da tragédia aérea nas montanhas da Colômbia, acordou do coma nessa sexta a perguntar sobre o jogo final contra o Atlético Nacional de Medellin, que não aconteceu, sem entender por que estava ali naquela UTI todo estropiado. De olho na sua milagrosa recuperação orgânica, os médicos nada lhe disseram. Neto tem problemas respiratórios ainda. Os pulmões seriamente danificados.
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O treinador Vagner Mancini, ex-Vitória, foi o escolhido pela direção da Chapecó para armar uma nova equipe. A cidade de Santa Catarina é rica, está unida na dor e a Chape virou uma segunda equipe dos que gostam de futebol. Boa sorte, pois.
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Mundial no Japão
O Atlético Nacional de Medellin, Campeão Sul-americano, enfrenta o japonês Kashima Antlers, na quarta-feira, em Osaka, pelas semifinais do Mundial de Clubes.
Na outra semifinal, quinta, o Real Madrid encara o América do México.
Se der a lógica, vencer os melhores, teremos a final Real Madrid x Atlético Nacional. Torço pelos sul-americanos, embora saiba a discrepante diferença entre o milionário time espanhol, uma seleção mundial, e a aplicada, surpreendente equipe de Medellin. Mas é jogo de bola.
Olho na telinha !
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