Cobertura das mais difíceis
Jeff Benício , da redação em Salvador |
01/12/2016 às 13:39
Ari Peixoto
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O repórter Ari Peixoto desabou em lágrimas ao fazer um link (transmissão ao vivo) de Medellín no início do Jornal Hoje desta quinta-feira (1).
O experiente repórter falava da liberação dos corpos das vítimas do acidente com o time da Chapecoense quando citou o repórter Guilherme Marques, seu colega da Globo Rio.
Soluçando e sem conseguir completar a informação, Ari baixou a cabeça e assim ficou, enquanto no estúdio de São Paulo o âncora Evaristo Costa, também emocionado, disse que todos compreendiam a comoção.
Assim como Ari, outros profissionais da emissora deslocados à Colômbia vivem uma situação dramática: reportar uma tragédia com parceiros de trabalho entre as vítimas.
Além de Guilherme Marques, morreram no desastre aéreo o produtor Guilherme Van der Laars e o repórter cinematográfico Ari Júnior, os três do canal carioca, e outros 18 jornalistas, além de jogadores, membros da comissão técnica e integrantes da tripulação. No total, 71 pessoas.
O choro de Ari Peixoto diante dos telespectadores representa o luto de uma classe profissional e de quem ama o esporte mais popular no Brasil.
Uma reação genuína e compreensível, baseada em sentimentos às vezes tão desprezados: fraternidade, empatia, compaixão.
Em abril, o repórter completará 30 anos na Globo. Ele cobriu outros acontecimentos trágicos, como o terremoto no Haiti com milhares de mortos.
Mas, desta vez, a emoção parece ter sido maior e mais dolorosa.