Esporte

Bolt sobre escândalo do doping: ‘O esporte precisa de mim’

O velocista considera a possibilidade de não se aposentar após as Olimpíadas do Rio
Agência Globo , Londres | 26/07/2016 às 18:24

O campeão jamaicano Usain Bolt chamou para si a responsabilidade de restaurar a moral do atletismo, em meio ao escândalo de doping que tirou o time russo dos Jogos do Rio. Em entrevista coletiva em Londres, o atleta disse que o esporte precisa dele, embora o fantasma das lesões ainda o assombre.

— Eu sei que o esporte precisa de mim para vencer, e dar a volta por cima — disse, quando questionado sobre a crise do doping.

O velocista considera a possibilidade de não se aposentar após as Olimpíadas do Rio. Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o corredor disse que seu técnico, Glen Mills, o orienta para que pare de falar sobre o fim da carreira. Uma possível presença do atleta em Tóquio 2020, portanto, não está descartada.

— Meu técnico sempre diz: ‘Usain, você pode ir para as Olimpíadas de 2020 se você quiser’. Então é por isso que ele me diz para parar de falar sobre aposentadoria e simplesmente viva um ano de cada vez — disse o velocista, durante um almoço de duas horas com jornalistas em Londres.

Por enquanto, a menos que ele mude de ideia, o jamaicano deve deixar as pistas após o mundial de 2017, em Londres. Sem modéstia, ele tem certeza que fará falta, embora admita, que, um dia, vai perder a majestade.

— No futebol, você tem um debate de quem foi o melhor, mas ninguém pode debater quem é o homem mais rápido do mundo. Vai levar um longo tempo, eu acho, antes que alguém tão tantoso quanto eu quebre meus recordes.

Apesar do fantasma das lesões, o velocista, que completa 30 anos de idade no mês que vem, segue confiante para defender seus títulos. Ele disputará em três modalidades, nas quais é campeão: 100 metros, 200 metros e 4x100 metros.

Bolt também admite ter medo de ameaças terroristas. Ele se lembra de estar em Munique, na Alemanha, quando um caminhão atropelou dezenas de pessoas em Nice, na França, deixando 84 mortos no dia 14 de julho.

— É assustador, mas se você viver com medo, você não vive. Então eu tento viver minha vida ao máximo e quando chegar minha hora, é a minha hora.