Éder marcou o golo que deu o título europeu a Portugal. O "patinho feio" era um menino bonito, que trocava costeletas por golos quando começou a jogar futebol.
Jornal de Noticias , Lisboa |
11/07/2016 às 11:52
Éder, virou herói em Portugal
Foto: Jornal de Noticias
ra o ano do virar do milénio e Éder, nascido Guiné-Bissau, a 22 de dezembro de 1987, começava a dar nas vistas na Associação Desportiva e Cultural da Adémia. Tinha 13 anos.
Manuel Seco, proprietário de um talho, reparou no jovem "humilde e franzino" e fez-lhe uma promessa. "Se marcares um golo, dou-te uma costeleta", contou, à Antena 1, este este adepto da Associação Desportiva e Cultural da Adémia.
Foram 36 golos, três dúzias de costeletas. No fim da época, Manuel Seco, que não era peco, perguntou a Éder se queria levar as costeletas para casa. "Não, quero comê-las com os meus colegas, que me ajudaram a marcar os golos", disse Éder.
Manuel Seco quase ficou em lágrimas, com a humildade e espírito de equipa reveladas pelo jovem de 14 anos. Ficaram amigos e o talhante continuou a ajudar o futebolista.
Contou, na reportagem da Antena 1, que lhe deu um relógio e que durante os primeiros tempos em Coimbra era Manuel Seco que pagava o quarto de Éder, quando este se mudou para a Académica de Coimbra, dando início a um percurso, feito a pulso, que levou o "patinho feio" da seleção à glória em Paris.
"Foi como festejar o golo de um filho para todos aqueles com quem o Éder trabalhou", disse à agência Lusa Carlos Vintém, membro da direção, referindo que viu o jogo com pessoas do clube que acreditavam, "contra tudo e contra todos", que esta seria a noite do "miúdo" que deu os seus primeiros toques no Adémia.