Grande vitória do Real
TERRA , MILÃO |
28/05/2016 às 20:35
Jogadores do Real Madrid comemoram
Foto: EFE
Real Madrid dominou o primeiro tempo, aguentou a pressão do Atlético no segundo, sobreviveu à prorrogação e, nos pênaltis, conseguiu o seu 11º título na história da Liga dos Campeões. O duelo marcou a reedição da final de 2014, quando os madridistas também saíram campeões, e marca a consagração do agora técnico Zinedine Zidane, que assumiu um time desacreditado no meio da temporada e chegou à conquista.
No tempo normal, Sergio Ramos abriu o placar ao desviar cobrança de falta, ainda na etapa inicial, enquanto Ferreira Carrasco completou bom cruzamento de Juanfran, já na parte final. Na prorrogação, o empate persistiu e a decisão ficou para as penalidades. Foram sete acertos até Juanfran bater no pé da trave, dando a Cristiano Ronaldo a chance de fechar com chave de ouro sua performance no torneio.
Dessa forma, o Real chega à sua 11ª conquista do torneio, isolando-se ainda mais como maior ganhador da Liga. O principal perseguidor é o Milan, dono de 7 troféus. O último título foi conquistado justamente diante do rival, em 2014, também com gol de Sergio Ramos no tempo normal. Naquela ocasião, o zagueiro anotou o seu nos acréscimos do segundo tempo, empatou o duelo em 1 a 1 e, na prorrogação, os madridistas consolidaram um 4 a 1.
O triunfo também marcou a entrada de mais brasileiros na galeria de campeões do torneio. Foi o caso do lateral direito Danilo e do volante Casemiro, que terminaram a partida em campo. Marcelo, outro representante canarinho, por sua vez, havia sido campeão em 2014.
Sergio Ramos, capitão do Real Madrid, levanta a taça da Liga dos Campeões Gareth Bale, um dos destaques da equipe na reta final da Liga dos Campeões, comemora em campo com sua filha no colo Simeone, técnico do Atlético de Madrid, consola seu meio-campista Gabi Cristiano Ronaldo comemora a conquista da Liga dos Campeões com seu técnico, Zidane Torcedores do Real Madrid comemoram nas arquibancadas do estádio Giuseppe Meazza, em Milão, a conquista do título da Liga dos Campeões.
Zizou engole “Cholo”
O primeiro tempo do jogo que contrapunha o time técnico contra o time aplicado taticamente não teve o cenário projetado. Enquanto o Atlético viu seu meio-campo de marcação passar longe da bola, o Real conseguiu abafar a saída de bola do adversário, adiantar suas linhas e, com a bola no pé, mostrou muita precisão nos passes rápidos para superar as linhas dos alvirrubros.
O mérito de Zinedine Zidane sobre Simeone, o técnico sensação do futebol europeu, foi conseguir fazer com que Bale e Cristiano Ronaldo defendessem e atacassem a todo momento. O galês, por exemplo, fez três desarmes no campo de defesa, enquanto o português acompanhou até o final o lateral direito Juanfran. Em meio a tudo isso, sobrou tempo para a dupla atacar e ajudar na abertura do placar.
Primeiro foi Bale, que cobrou falta ainda no começo do embate, pelo lado direito, próximo à área. A bola saiu com muito efeito, à meia-altura, e Benzema desviou dentro da pequena área com o pé esquerdo. Oblak, bem posicionado, conseguiu fazer a defesa e salvou os atleticanos. Aos 15, porém, não teve jeito. Nova falta, dessa vez batida por Kroos, Bale desviou na entrada da área e Sergio Ramos, impedido, completou para a rede. A arbitragem ignorou a irregularidade e o zagueiro comemorou bastante o seu tento.
Tranquilo pela vantagem e sabedor do perigo de dar o contra-ataque ao rival, o Real manteve a posse de bola e deu poucas chances até o intervalo. A única vez em que o goleiro Keylo Navas foi exigido se deu quando o francês Griezmann conseguiu se livrar da marcação e arriscou potente chute, aos 31 minutos, colocando o costarriquenho para agarrar firme a redonda.
Simeone contra-ataca
Ciente das dificuldades de criação encontradas por sua equipe, Diego Simeone resolveu abrir mão do volante Augusto Fernández e colocou o meia Ferreira Carrasco, dando mais potencial de ataque ao seu time. Isso quase se converteu em gol logo no primeiro minuto, quando Fernando Torres protegeu a bola e sofreu pênalti de Pepe, que tentava antecipá-lo. Na batida, porém, Griezmann chutou forte, no meio do gol, e atingiu o travessão de Keylor Navas.
Os primeiros 20 minutos foram de intensa pressão do Atleti, principalmente pela boa produção de Carrasco e Griezmann. Faltou ao time, no entanto, uma maior precisão na hora de finalizar as jogadas, como ficou claro em uma cabeçada de Godín, após cobrança de escanteio. Quase na pequena área, livre, o uruguaio mandou para trás. Savic, na segunda trave, tentou chutar para o gol, mas mandou para fora.
Até então apagado, o Real conseguiu segurar mais a bola em seus pés com a entrada de Isco no lugar de Toni Kroos, diminuindo o forte ritmo do adversário. Foi aí que surgiu a chance de matar o jogo, aos 32 minutos. Os pés escolhidos ainda foram os de Cristiano Ronaldo, mas o avante deu uma pedalada com a perna esquerda e acabou dando tempo de o goleiro Oblak abafar o chute. Na sobra, Bale limpou o goleiro e chutou para o gol, mas Godín tirou em cima da linha.
No contragolpe, o Atlético não perdoou. Juanfran, que poucas vezes havia passado da linha do meio-campo, tabelou com o volante Gabi e recebeu passe preciso do capitão na lateral direita da área. De primeira, ele cruzou rasteiro para a pequena área e Ferreira Carrasco se antecipou a Lucas Vásquez para anotar o tento do empate. Na comemoração, correu diretamente à sua namorada, Noemi, sentada na primeira fileira, e deu-lhe um beijo.
Ainda antes do apito final, o mesmo Carrasco puxou bom contra-ataque, limpou dois adversários e Sergio Ramos fez falta dura por trás, mas o juiz inglês Mark Clattenburg deu apenas amarelo ao defensor, para revolta dos jogadores do Atlético.
Cansaço dos dois lados
Na prorrogação, o que mais chamou a atenção dos presentes foi o desgaste físico dos jogadores. Aparentando um melhor estado físico na etapa inicial, o Atlético contou com a grande noite de Carrasco para pressionar, mas não conseguiu criar chances claras. Antes dos pênaltis, o melhor lance foi do Real, mas Vásquez demorou muito tempo para chutar após jogada de Marcelo e acabou desarmado por Gabi.
Nos pênaltis, no entanto, falou mais alto a técnica. Praticamente perfeitos, os jogadores deslocaram o goleiro em todos seus chutes, menos no de Juanfran. Quarto a bater pelo Atlético, ele chutou rasteiro, no canto esquerdo, e acertou o pé da trave de Navas. Cristiano Ronaldo, incumbido da quinta cobrança, bateu bem e selou o triunfo do Real.