Desde os nove anos, Júlia Beatriz Araújo deixava a aula de ginástica rítmica no complexo esportivo Cidade do Saber, em Camaçari, para observar os treinos de karatê. A energia e habilidade da garota chamaram tanto a atenção da treinadora, que logo a convidou para integrar a equipe. Hoje, aos 13 anos, a camaçariense se prepara para disputar dois campeonatos internacionais pela seleção brasileira de karatê. Mas, para dar continuidade ao sonho de ser campeã, a jovem enfrenta a mesma dificuldade de muitos atletas brasileiros, a falta de incentivos financeiros.
O foco da jovem Bia, como é carinhosamente chamada, sempre foi apreciado por seus treinadores. Participou de diversos campeonatos e sempre ganhava em 1º lugar. Nas mudanças de faixa era impecável, conquistando inclusive, o troféu de melhor nota no exame de 2015. Os treinos ficaram cada vez mais intensos e, após três anos, Júlia Beatriz conseguiu o seu tão almejado objetivo: o de fazer parte da seleção brasileira na modalidade karatê.
O esporte, tão importante para Beatriz, nunca foi um empecilho para os estudos. A menina sempre tirou notas altas e nunca fez prova final. Hoje, cursa o 1º ano do Ensino Médio. “Os treinos nunca me atrapalharam. Sempre fui muito focada nos estudos e consegui conciliar os dois. Agora, na seleção brasileira, vou me esforçar ainda mais para ser campeã mundial”,afirmou.
Os pais sempre apoiaram e incentivaram a atleta. A mãe, Ana Maria Araújo, falou emocionada sobre o orgulho que tem da filha e das dificuldades enfrentadas para mantê-la no esporte. “Até aqui, eu sempre tive que bancar passagens, hospedagens e alimentação para Bia competir. Nunca conseguimos patrocínio. É uma luta diária. Agora, mais do que nunca, precisamos de apoio para seguir em frente”, relatou.
A carateca é a promessa da seleção brasileira nos campeonato Sul Americano, na cidade de Cartagena, na Colômbia, e no Pan Americano, no Equador, que acontecem no mês de junho e agosto, respectivamente. Mas para isso, precisa de patrocínio para custear equipamentos e passagens.