Tive a felicidade de vê-lo jogar
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
25/02/2016 às 21:22
Leo Briglia campeão brasileiro de 1959
Foto: DIV
Há pouco soube do falecimento do eterno Léo Briglia, bahiano (com h mesmo), atacante artilheiro do Bahia na conquista do primeiro título de Campeão Brasileiro, 1959/60, aquele em cima do mágico Santos de Pelé. A primeira estrela.
Léo era meia atacante. No extraordinário ataque do Fluminense (1957 – Telê, Léo, Valdo, Robson e Escurinho) ele era o 8, fazendo dupla de área com Valdo, que jogava mais enfiado entre os zagueiros. Técnico, forte, ambidestro, cabeceador, sem medo de cara feia e boleiro malandro, no bom sentido do jogo de bola.
No excepcional ataque do Tricolor Campeão Brasileiro (Marito, Alencar, Léo, Mário e Biriba) ele voltava para recuperar a bola e armar o contragolpe, enquanto o baixinho cearense Alencar, veloz e chutador, atuava mais adiantado. Ele chega na área para atazanar os zagueiros e definir.
Era um gozador, uma criatura simples e divertida, sempre. Em campo xingava, queria vencer. Ao lado de Vicente e Nadinho formava o trio de líderes, fora e dentro de campo, daquele grupo fantástico, que tinha Leone, Nenzinho, Henrique, Ari, Flávio, Mário, Marito, Biriba... Leo gostava de cerveja e boas noitadas. Mas jogava muito e com inteligência. Crescia ainda mais nas partidas difíceis e pegadas, fazia gols decisivos e tinha um passe preciso.
Ah, saudades, mas sem lamúrias. Léo jamais será defunto no coração de um Tricolor. A mim, particularmente, ele só proporcionou alegrias, felicidade. Não há como nem por que ficar triste. Léo é uma estrela.
Obrigado por tudo, meu ídolo. Fecho os olhos, remexo arquivos e revejo alguns de seu gols, de seus lances, vivos na velha memória. Que o Supremo lhe acolha, com uma bola de regalo e uma cervejinha pra comemorar sua chegada ao Orum.
Tive a felicidade de vê-lo, de perto, brincando de bola, sua amante-amada. Me fez ainda mais gostar do Meu Bahia!