Esporte

Sócios aprovam novo estatuto do Vitória com eleição direta para 2016

Aproximadamente 200 sócios compareceram ao chamamento
A Tarde , Salvador | 21/12/2015 às 10:19
Assembleia dos sócios do Vitória
Foto: DIV
Após uma batalha judicial, os sócios do Vitória aprovaram neste domingo, 20, por unanimidade, as alterações no estatuto do Leão. A principal delas é a eleição do presidente através do voto direto.
O substituto de Raimundo Viana, que tem mandato até dezembro de 2016, será escolhido através de uma assembleia geral de sócios. Poderão concorrer aos cargos de presidente e vice-presidente da diretoria e do Conselho Deliberativo apenas os associados há mais de três anos de forma ininterrupta. Para votar, será preciso ser sócio há pelo menos um ano e meio.

O voto será estendido também para os sócios-torcedores do Sou Mais Vitória. Até agora, o benefício só era garantido aos sócios das categorias Patrimonial e Contribuinte.

Outra mudança é a formação do Conselho Deliberativo por 200 membros, escolhidos de acordo com a proporção de votos nas suas chapas. Um ano e meio de adimplência será a exigência mínima para concorrer a uma dessas vagas.
A eleição acontecerá através de chapas com todos os seus integrantes previamente determinados: presidentes e vice-presidentes do Conselho Diretor e do Conselho Deliberativo, os 200 conselheiros e os membros do Conselho Fiscal. O sócio votará somente uma vez, em uma dessas chapas.

O estatuto reformado também exige dedicação exclusiva aos cargos de presidente e vice-presidente do Leão, assim como estabelece remuneração a eles de 65% e 55%, respectivamente, do limite estabelecido para remuneração de servidores no Poder Executivo Federal (que hoje é de aproximadamente R$ 34 mil).

Segundo a organização da assembleia, realizada neste domingo na Fonte Nova, cerca de 200 sócios com poder de voto compareceram ao evento. O Vitória tem aproximadamente 1.300 associados. Cerca de 150 torcedores, entre eles integrantes do Sou Mais Vitória, também assistiram ao debate.

Problemas na Justiça

A assembleia só aconteceu depois que membros do Conselho Deliberativo, entre eles o presidente do órgão, o deputado federal José Rocha (PR), entraram com um mandado de segurança na sexta-feira.

Antes disso, na segunda, dois conselheiros descontentes com a reforma, Dilson Pereira Júnior e Juarez Dourado Wanderley, conseguiram uma liminar que impedia a realização da assembleia. Ligados ao grupo político do presidente Raimundo Viana, os sócios alegam que o presidente do conselho, José Rocha, não apreciou emendas feitas por eles mesmos no processo de reforma do estatuto.

Relator da comissão que reformou o documento, o conselheiro Antônio Carlos Rodrigues, o Cacau, não teme que o processo na Justiça derrube o que foi feito neste domingo. "Não há receio. A assembleia só aconteceu porque a própria Justiça reconheceu que ela foi convocada regularmente, por quem tinha os poderes para convocá-la e respeitando os prazos do estatuto", disse. "Foi garantido a esses conselheiros o direito de ir à assembleia defenderem suas emendas, mas eles não foram", completou.

A reportagem procurou neste domingo os dois autores do processo, mas não conseguiu entrar em contato.