O britânico Lewis Hamilton agora está no seleto grupo de pilotos tricampeões mundiais de Fórmula 1, ao lado de seu maior ídolo, o brasileiro Ayrton Senna. O britânico de 30 anos de idade alcançou o feito ao vencer o agitado Grande Prêmio dos Estados Unidos da categoria, neste domingo, acabando com as chances de seus rivais ainda com três provas a disputar no campeonato.
A vitória em Austin deixou Hamilton com 327 pontos no Mundial de Fórmula 1, dando a ele seu segundo título consecutivo. Seu companheiro de Mercedes, Nico Rosberg ficou em segundo, em mais uma dobradinha do time alemão. Em terceiro ficou Sebastian Vettel, que precisaria ter sido vice na corrida para impedir o britânico de comemorar antecipadamente.
O tricampeonato do piloto britânico da Mercedes veio após 43 vitórias em sua carreira, o que o deixa na terceira colocação da lista de maiores vencedores da história da F1, atrás apenas de Michael Schumacher, com 91, e Alain Prost, com 51. Seu rival pelo título, Sebastian Vettel tem 42 triunfos na carreira. Seu ídolo Ayrton Senna venceu 41 provas em sua trajetória ao tricampeonato mundial.
Hamilton chegou a seu terceiro título na carreira aos 30 anos nove meses e 19 dias, sete anos depois de se tornar o mais jovem campeão da história da F1, e mais novo do que seu grande ídolo Ayrton Senna. O britânico conquistou o Mundial de 2008 com 23 anos e nove meses e 27 dias, mas posteriormente foi superado por Vettel, campeão de 2010 com 23 anos e quatro meses e 12 dias.
O alemão atualmente na Ferrari ainda é o tricampeão mais jovem da história da categoria por ter levado seu terceiro título da F1 com 25 anos, quatro meses e 23 dias, superando Ayrton Senna, que em 1991 conquistou o tricampeonato do Mundial já com 31 anos e sete meses de idade.
Com o terceiro título, Hamilton se iguala também a Nelson Piquet, Niki Lauda, Jack Brabham e Jackie Stewart, outros tricampeões da F1. Alain Prost e Vettel venceram quatro mundiais. Juan Manuel Fangio, cinco. Michael Schumacher, sete.
O brasileiro Felipe Massa abandonou a prova dos Estados Unidos neste domingo com um problema no amortecedor de sua Williams, que também obrigou o finlandês Valtteri Bottas a parar precocemente. Felipe Nasr ficou em nono, mais uma vez marcando pontos com a Sauber. Com o título já definido, o Mundial de Fórmula 1 terá prosseguimento já na próxima semana com o Grande Prêmio do México.
Depois de um fim de semana de muita chuva, com treinos cancelados, adiados e interrompidos, os pilotos comemoraram a melhora das condições climáticas para a prova e alinharam no grid com pneus intermediários em seus carros. Quando as luzes vermelhas se apagaram em Austin, Hamilton deu demonstrações de que buscaria com afinco o título já neste domingo.
Com uma boa largada chegou à primeira curva ao lado do pole position Nico Rosberg. Os dois pilotos da Mercedes se tocaram e o alemão foi parar fora da pista. O britânico ficou com a primeira colocação, logo à frente da dupla da Red Bull foramada por Daniil Kvyat e Daniel Ricciardo. Felipe Massa não começou bem a prova. Um erro na primeira curva o fez tocar em Fernando Alonso e rodar.
Os choques entre pilotos no início da corrida causaram a adoção do safety car virtual ainda na sexta volta para limpeza da pista. Na relargada, Rosberg assumiu a vice-liderança, mas a sustentou por pouco tempo já que foi ultrapassado novamente por Ricciardo. Ainda na briga pelo título, Vettel tentava escalar a classificação após sofrer a perda de posições no grid de largada.
Conforme a pista secava, o carro de Hamilton com pneus intermediários perdia rendimento. E o de Ricciardo ganhava a ponto que na 15ª volta o australiano conseguiu a ultrapassagem para tomar a ponta da prova. Rosberg também aproveitou o mau momento do companheiro e após belas batalhas na pista tomou o segundo posto do britânico. O líder do Mundial foi aos boxes colocar pneus para pista seca na 19ª volta, movimento imitado pelos outros ponteiros no giro seguinte.
Quando Ricciardo e Rosberg saiam dos boxes, Hamilton acreditou que poderia ultrapassá-los, mas acabou perdendo o ponto de freada para a curva e saiu da pista. Ele ainda perdeu uma posição para Kvyat antes de finalmente se acertar com seu carro e retomar o terceiro posto na 22ª volta. Ao mesmo tempo, o alemão da Mercedes aproveitava a maior velocidade de reta de seu carro e tomava a ponta, deixando para trás o australiano da Red Bull.
O brasileiro Felipe Massa juntou-se a seu companheiro de Williams Valtteri Bottas, abandonando a corrida ainda na 25ª volta com um problema no amortecedor. Hamilton pouco demorou a ultrapassar Ricciardo, mas quando o fez Rosberg já tinha mais de 10s de frente na liderança. A sorte de Hamilton foi a quebra do carro de Marcus Ericsson, que causou a entrada do safety car na pista, agrupando novamente todos os pilotos.
Na relargada, Rosberg conseguiu manter a ponta e Vettel mostrou que também estava disposto a frustrar as expectativas de Hamilton. Mesmo com pneus médios em seu carro, fez duas ultrapassagens em duas voltas, assumiu o terceiro posto e se colocou como candidato à briga pela vitória.
A estratégia do alemão era seguir até o fim da prova sem retornar aos boxes. As Mercedes, com compostos macios, precisariam de outra parada para troca de pneus. Rosberg se aproveitou de um safety car virtual no 39º giro e foi aos boxes. Voltou andando muito mais rápido do que os rivais e logo reassumiu o segundo posto.
Hamilton ficou na pista até que uma batida de Daniil Kvyat causou nova entrada do safety car na 43ª volta. Aí, ele e Vettel entraram nos boxes. O britânico voltou em segundo, com o alemão em quarto e o holandês Max Verstappen entre eles. Na ponta, Rosberg. O britânico esperou até a 49ª volta para ultrapassar seu companheiro de Mercedes e retomar a primeira colocação após um erro do alemão.
Nas voltas finais, Hamilton precisou apenas manter Rosberg em distância segura e torcer para o companheiro de equipe segurar Vettel até conduzir seu carro à bandeira quadriculada que o consagrou como vencedor do GP dos Estados Unidos e tricampeão mundial de Fórmula 1.