Com uma performance arrasadora na final, o brasileiro Gabriel Medina levou a taça do Quiksilver Pro France 2015, nona etapa da temporada.
Depois de abrir o confronto agredindo uma esquerda para somar 8.00 pontos, o atual campeão mundial ditou o ritmo no outside e não deu chance ao australiano Bede Durbidge.
Foi a primeira vitória de Medina em 2015. O resultado marca ainda o segundo título do brasileiro na França. Foi lá que, em 2011, no seu ano de estreia, o fenômeno conquistou o seu primeiro troféu na elite.
Em 2013, Gabriel Medina também chegou à final na França, mas perdeu para o australiano Mick Fanning.
Desta vez, o atual campeão mundial não deu mole e dificultou bastante as ações de Bede. Com poucos minutos de bateria, o australiano já precisava de uma combinação de notas no total de 14.50.
Enquanto Bede esperava por uma onda com grande potencial, Medina não parava na água e lutava para ampliar ainda mais a vantagem.
O australiano só pegou sua primeira onda depois de 15 minutos e somou apenas 3.90. Para piorar ainda mais a sua situação, Medina veio com tudo logo atrás e não aliviou de backside, mandando 9.00 pontos.
Para fechar com chave de ouro a sua campanha, Medina mandou um aéreo rodando muito alto de backside na última onda e conseguiu trocar sua segunda melhor nota por 8.50.
Foi a segunda vez que Bede enfrentou um brasileiro na decisão de uma etapa em 2015. No Rio de Janeiro, o australiano também ficou a ver navios diante de um inspirado Filipe Toledo.
Ao sair da água, Gabriel Medina foi recebido com festa pelos amigos e comentou o título do Quiksilver Pro France 2015.
“Tenho treinado bastante este ano e estou amarradão. Minha prancha tem funcionado muito bem e as coisas estão conspirando a meu favor. Estava falando com meu pai que estava com saudade de vencer um evento e estou muito feliz por estar de volta ao pódio, especialmente por vencer. É muito bom voltar à França porque aqui é sempre legal pra mim”, falou o campeão.
A grande sintonia com a França foi explicada pelo brazuca. “A onda é muito parecida com a praia em que vivo (Maresias), mas não é gelada assim (risos). Acho que tudo conta. Eu gosto de estar aqui, gosto das ondas, dos croissants, dos baguetes (risos)”, revelou.
Em seguida, Medina não conseguiu conter as lágrimas. “Fiz uma promessa a mim mesmo. Queria muito vencer um evento este ano porque há uns dois meses eu perdi o meu avô e quero muito dedicar esta vitória a ele. Agora ele está lá em cima e estou amarradão”, disse o atleta.
“Estou muito feliz pela maneira como tenho surfado. Tenho conseguido fazer algumas notas 9 e 10. Meu avô sempre falava para partir para os aéreos e não tentar outras manobras. Estou feliz por ter mandando alguns aéreos neste campeonato para deixá-lo orgulhoso”, continuou Gabriel Medina.
Questionado sobre a disputa pela taça da temporada, Medina deixou um recado: “Não estou pensando em título mundial. Sei que Mick e Adriano estão lá em cima, mas se eles vacilarem eu estou aqui (risos)”, brincou Medina.
Antes da decisão, Medina levantou a plateia ao arrancar uma nota 10 na semifinal, diante do compatriota Adriano de Souza, que precisava avançar para recuperar a liderança do ranking.
O atual campeão mundial nunca havia vencido Adriano no Tour e amargava uma nova derrota, até uma direita sensacional mudar o cenário na França.
Precisando de 5.34, Medina passou por dentro de um belo canudo para a direita e desferiu uma rasgada e três batidas na sequência.
"Foi uma bomba! Furei duas ondas e aí pensei ‘vai ter de ser a terceira’. Fui nela, peguei o tubo e fiz algumas manobras. É muito bom fazer outro 10. Eu não sabia as minhas notas, não consegui escutar nada. Achava que ia ser um 9 ou 10", disse Medina.
"É legal estar de volta à final. Minha prancha está muito boa. Não sei o que aconteceu depois de J-Bay, mas ela está funcionando", continuou o brasileiro.
Foi a segunda nota máxima obtida pelo atleta no Quiksilver Pro France 2015.
Surfando de forma muito consistente durante o evento, Bede Durbidge começou a quinta-feira eliminado o compatriota Mick Fanning, atual líder do ranking, pelo placar de 14.10 a 12.57.
Em seguida, o aussie venceu outro compatriota, Julian Wilson, por 11.73 a 10.84. Antes de bater Adriano de Souza, Medina eliminou o havaiano John John Florence.
Sem esperar muito pelas ondas, Medina dominou o outside e colocou pressão em Florence com notas 7.50 e 6.93. O defensor do título da etapa esperou demais pelas séries e usou a prioridade nos instantes finais, quando já estava precisando de uma combinação de notas.
Apesar de encontrar um excelente tubo e arrancar a melhor nota do duelo (8.77), John John deu adeus ao Quiksilver Pro France.
Ainda pelas quartas, Italo Ferreira foi dominado por Julian Wilson, autor de 17.00 pontos, contra apenas 9.00 do brazuca, e Adriano de Souza passou pelo aussie Owen Wright por 15.37 a 13.83.
Agora, a elite mundial segue para Peniche, em Portugal, palco da décima etapa do Tour. A janela de espera começa no próximo dia 20 e vai até 31 de outubro.
Resultado do Quiksilver Pro France 2015
1 Gabriel Medina (BRA)
2 Bede Durbidge (AUS)
3 Adriano de Souza (BRA)
3 Julian Wilson (AUS)
5 Italo Ferreira (BRA)
5 Owen Wright (AUS)
5 John John Florence (HAW)
5 Mick Fanning (AUS)