O presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Luiz Roberto Giugni, afirmou, nesta quarta-feira, que as provas de hipismo da Rio-2016 podem acontecer em outro país. De acordo com o dirigente, a Federação Equestre Internacional deu o prazo até o fim de outubro para a definição dos protocolos sanitários de entrada e saída dos cavalos no Brasil, sob pena de o país não sediar mais a competição. Giugni disse que já há planos B e C, mas preferiu não revelar os países.
- Tivemos uma reunião ontem (terça) com a Federação Equestre Internacional e, se o problema não for resolvido até o fim do mês, corremos o risco de não ter o evento no Brasil. Nosso problema principal se refere ao Ministério da Agricultura, uma vez que até o presente momento eles não têm nenhum acerto do certificado sanitário com a Europa e os Estados Unidos e o Canadá. Os europeus, americanos e canadenses não têm garantia de trazer os cavalos para cá e serem aceitos de volta nos seus países de origem - explicou Giugni durante a abertura Internacional de Saltos Indoor, na Sociedade Hípica Paulista.
O presidente da CBH disse ainda que tem uma coleção de cartas e e-mails enviados ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, sem obter resposta. O órgão federal é o responsável por estabelecer as normas sanitárias para a entrada e saída dos cavalos no Brasil, como detalhou o mandatário:
- A comunicação com o Ministério da Agricultura é ruim. O protocolo sanitário é um acordo de garantia feito entre os países, que estabelecem em que situações os cavalos chegam, de onde eles partem, quanto tempo ficam em quarentena fora e quanto tempo têm que ficar no Brasil para poder voltar. Já existe um protocolo que não é muito complicado.
O Ministério da Agricultura alegou, através de sua assessoria de imprensa, que não há atraso e está dentro de todos os prazos para a definição do protocolo sanitário sem, no entanto, saber informar quais são eles. Em relação à ausência de respostas dadas à CBH, um assessor da pasta argumentou que a comunicação oficial deve ser feita entre os órgãos federais de cada país e não com a entidade esportiva.
O hipismo provocou um fato inusitado durante as Olimpíadas de Melbourne, em 1956, que jamais se repetiu em toda a história dos Jogos. Naquele ano, o governo australiano, temendo a contaminação de seus rebanhos, impôs que todos os cavalos e éguas que competissem nas Olimpíadas fossem submetidos a uma quarentena longe de seus tratadores. O Comitê Olímpico Internacional (COI), então, decidiu que as provas das Olimpíadas de 1956 de hipismo não seriam disputadas em Melbourne. Assim, as competições da modalidade ocorreram em Estocolmo, na Suécia.