Em uma manhã, o técnico Eduardo Baptista conheceu os jogadores, treinou o time, de uma curta entrevista de apresentação e viajou com a delegação para Campinas, onde estreará diante da Ponte Preta, sábado à noite. O treinador chegou e já teve más notícias: Jean e Gérson estão fora do jogo por causa de dores no púbis e Vinícius levou um pisão no pé.
Ciente da responsabilidade e cobrança por ter trocado o trabalho no Sport para encarar a crise tricolor, o treinador de 45 anos não se intimida com a mudança e com as estrelas do time. Porém, alerta: “Vai jogar quem estiver melhor”.
Confira a entrevista no novo comandante do Fluminense:
O Fluminense tem uma filosofia parecida com a maneira que eu tenho em toda a minha carreira. Quando tracei o meu plano de carreira, sempre sonhei em trabalhar aqui. Não que o Sport não tenha, mas eu senti que estava chegando o fim da minha história lá. Fiquei muito feliz com o convite do Fluminense. Fui muito bem recebido e estou com muita confiança para conseguir encarar esse desafio. O Fluminense é meu prato de comida. Eu tinha em Recife até uma conversa iniciada para um projeto no ano que vem. Eu deixei uma certa estabilidade lá para a oportunidade da minha vida. Venho com toda a minha vontade, deixei minha família lá para trabalhar 24 horas aqui. Eu espero que tudo aconteça bem.
Eu não sou um cara de rede social, mas você acaba escutando algumas coisas. Quando entrei aqui, vi uma equipe preocupada, querendo sair dessa situação. Os mais jovens estão muito motivados. O que encontrei aqui já me deixa muito tranquilo. Vai jogar quem estiver melhor. Quem treinar melhor. Como sempre fiz em toda minha carreira. Conheço boa parte dos atletas. Deixei para eles que está aberto e todos vão ter chance de jogar. Quem se escala é o jogador.
O Ronaldinho tem um peso. É um jogador de extrema qualidade. Mas a disputa é dentro de campo. Acima de todos nós tem a instituição Fluminense. Conversei rapidamente com ele, ele se mostrou muito solícito em ajudar. Aposto muito nele, vejo com uma grande condição de nos ajudar. Sendo titular ou não. É um jogador que nós vamos saber lidar. Sem pressão nenhuma.
Tive uma conversa com quase todos os atletas. Primeiro em grupo, depois individualmente. O Fred é um líder. Acho que essa vontade de acertar, a busca por fazer o certo está sendo rápida demais. Vamos trabalhar um pouco isso, é um grupo de qualidade e vamos trabalhar nesse sentido. Não tem isso de grupo rachado, vi um time que procura se ajudar. Um sol escaldante hoje e o treinamento foi muito bom. Tentei dar uma cara que eu acho que é a certa para o momento. Esse já é um grande passo para se mudar.
É um ponto que analisando o Fluminense, até para enfrentá-lo, hoje vejo que temos um centroavante que tem uma qualidade de finalização imensa. O Fred tem uma condição técnica para dominar e tentar, mas os homens de beirada precisam ser ativos, os laterais também. Essa bola tem que chegar via fundo. Está faltando, mas temos que treinar, porque temos um atacante de finalização muito boa.
Eu também enfrentei o Fluminense no primeiro turno e a equipe sempre foi rápida e com jogadores ousados, que arriscam muito. Essa falta de resultado, a pressão, causou que o time parou de ousar um pouco. Seja pela confiança, falta de segurança. O que tivemos hoje no campo foi o mínimo. Um treino só, mas taticamente fizemos alguma coisa. Essa questão de confiança nós conversamos individualmente. Eu vi essa equipe há poucos meses e me animou muito. Precisamos resgatar isso. Esse quesito confiança, a parte psicológica deles, nós vamos recuperar.
Estou numa profissão que a garantia é resultado. Eu pedi condições de trabalho. Tenho jogadores de qualidade, larguei um projeto muito grande no Recife porque eu acreditei no que eu vi. São os atletas em campo, a diretoria que vai nos blindar. Preciso acreditar no meu trabalho, nos jogadores e confiar que tudo dará certo.
O Fluminense tem um time que já foi vice-líder. Vejo um espaço para G-4 e nós vamos trabalhar bastante. Temos um campeonato bastante competitivo, temos a Copa do Brasil, vamos buscar a classificação.