Esporte

Larissa e Talita vivem a emoção de voltar a jogar no Rio

Apesar de vitoriosas nas areias mundo afora, elas têm pouco contato com esse piso no Rio
Agência Globo , Rio de Janeiro | 02/09/2015 às 19:19

Na mesma praia, na mesma areia e sob o mesmo sol que se imagina para agosto de 2016, começam a ser disputadas nesta quinta-feira, às 13h, na arena montada em frente à Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, as chaves principais dos torneios masculino e feminino do Brasil Open de Vôlei de Praia. Com entrada franca, o evento não apenas marca o retorno desse esporte a Copacabana, mas servirá também de evento-teste para as Olimpíadas do ano que vem. A competição vai prosseguir até domingo.

Nela, não faltarão algumas das melhores parcerias do mundo, como Larissa/Talita, já classificadas para representar o Brasil em 2016; Agatha/Bárbara, e as americanas Kerri Walsh (tricampeã olímpica em 2004, 2008 e 2012)/April Ross, entre outras. No caso do masculino, estarão em quadra Alison/Bruno Schmidt, já garantidos em 2016; Ricardo/Emanuel (campeões olímpicos em 2004); e Pedro Solberg/Evandro.

Dupla formada em meados do ano passado, com o objetivo de chegar ao topo do pódio em 2016, Larissa e Talita já percorreram uma parte do caminho. Com o título no Grand Slam da Polônia, no último fim de semana, elas não apenas lideram o ranking mundial, como já estão garantidas em 2016. Apesar de vitoriosas nas areias mundo afora, elas têm pouco contato com esse piso no Rio.

— Eu me lembro de ter jogado aqui no Rio em 2004. Eu estava começando. Mas é muito bom jogar aqui. As pessoas quando nos veem treinando falam, perguntam muito sobre vôlei de praia, e entendem bastante — comentou Larissa, que com Talita foi campeã do Campeonato Mundial, em julho, na Holanda. — Primeiramente, para nós, será um momento ímpar (os Jogos no Rio), e em segundo lugar, vamos estar em casa. Disputei os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio, e foi uma sensação incrível. Só quem viveu sabe. O trabalho não terminou. Só começou e esperamos fazer um bom trabalho e representar bem o pais (em 2016). Se consegtuirmos alcançar nosso objetivo (ouro olímpico) não será uma alegria, mas uma explosão de alegria.

Ao lado, Talita não tem muitas lembranças das areias cariocas.

— Eu me lembro de ter jogado um country quota (torneio entre duplas de um mesmo país), bem no início — contou. — Espero que ao longo deste ano nós possamos melhorar muito mais. Aqui, vamos tentar fazer coisas boas, para que daqui a um ano possamos relembrar coisas boas e que daqui a um ano nos tragam resultados bons.

No Brasil Open, é possível que Larissa e Talita venham a se defrontar com Kerri Walsh e April Ross. É possível também que as duas parcerias se defrontem nas Olimpíadas.

— Já jogamos algumas vezes com elas, e a Walsh é um marco na história olímpica. Vamos estar em casa, focadas, e nosso objetivo é o de ir à final. Se for com a Walsh ou com outra dupla, tanto faz — comentou Larissa.

Para Talita, é melhor ir pensando jogo a jogo.

— Eu penso sempre em dar o melhor de mim, sem pensar em uma final, porque isso atropelaria o processo. Mas é buscar o melhor jogo a jogo, com o objetivo de ir à decisão — explicou.

Para Bruno Schmidt e Alison, a conquista da vaga só faz aumentar a motivação para 2016.

— Acabamos de voltar da nossa classificação olímpica (com o título no Grand Slam da Polônia, no último fim de semana), e agora vamos analisar o calendário. Mas é óbvio que não há como um atleta estar a 100% o ano interior — disse Bruno Schmidt. — Vamos pensar o que será mais importante (no calendário) antes dos Jogos de 2016.

Para Alison, conhecido como Mamute, a vaga assegurada foi um alívio.

— Tiramos um caminhão das costas. É uma pressão grande a de representar nosso país. São grandes duplas, grandes atletas (no Circuito Mundial). Vamos tentar fazer o melhor. Já tive oportunidade de treinar aqui (em Copacabana), e a energia do carioca é ótima. Vamos tentar usufruir disso ao máximo — declarou.

Responsável pelo vôlei no Comitê Organizador Rio-2016, o ex-craque Giovane Gávio, bi olímpico em 1992 e 2004, está otimista quanto às participações do vôlei e do vôlei de praia em 2016. Sobre a arena montada em Copacabana, para três mil lugares, será bem menor que aquela a ser edificada para 2016, com 12 mil assentos. A posição da quadra, desta vez, será perpendicular em relação ao mar (isto é, formando uma cruz em relação ao mar).

—A arena em 2016 será maior, mas os atletas têm de aproveitar o teste porque a competição será na mesma areia e no mesmo local. Nós do comitê vamos tentar operação da quadra, resultados, antidoping e a parte de entretenimento — disse ele, lembrando que a entrada será franca em todos dias. — As finais do Brasil Open serão no domingo de manhã, mas no sábado haverá jogos à tarde (podendo entrar pela noite). Nos Jogos Olímpicos, haverá partidas à noite todos os dias, e isso é algo para que o público vá se acostumando: a ver jogos à noite.