Esporte

''Bolt de saias'', Shelly-Ann é tri nos 100m e holandesa surpreende

Brasileira Rosângela não passa nas semi-finais
Globo Esporte , Pequim | 24/08/2015 às 12:38
Shelly-Ann e Dafne Schippers
Foto: Getty Imagens
O rastafári verde era visto à distância. Como se não fosse o suficiente, o penteado ainda estava ornamentado por uma espécie de tiara de girassóis. Mas o que Shelly-Ann Fraser-Pryce mais queria na noite desta segunda-feira (horário de Pequim) era chamar atenção pelo que pode fazer correndo. Mais uma vez, a pequena jamaicana voou. Confirmou a fama de “Bolt de saias” e repetiu o compatriota ao vencer os 100m com 10s76, sagrando-se tricampeã mundial da distância. O pódio teve ainda a holandesa Dafne Schippers e a jovem americana Tori Bowie.

Para o Brasil, a competição acabou nas semifinais. Apenas três centésimos separaram Rosângela Santos de seu melhor tempo nos 100m na carreira. Mas a marca de 11s07 não foi bem recebida pela brasileira. Em uma série semifinal fortíssima, ela sabia que precisaria de um resultado histórico para ser a primeira atleta do país a avançar à disputa por medalhas na prova mais rápida do atletismo feminino. Despediu-se com o quarto lugar na bateria e o 12º no geral. 

- Não tenho o que falar. Fiz tudo que eu pude, mas não foi suficiente. Eu sabia que para essa semifinal eu teria que superar meninas que tem 10 (tempos na casa dos 10 segundos). Seria difícil e eu teria que fazer o meu melhor. Todas estavam fortes, e eu sabia que se não ficasse em segundo na minha série eu não passaria por tempo, porque a primeira série foi mais forte – disse Rosângela.

A brasileira largou bem, mas viu Kelly-Ann Baptiste, de Trinidad e Tobago, e Natasha Morrison, da Jamaica, a ultrapassarem nos segundos finais. A bateria da carioca foi vencida pela americana Tori Bowie, com o tempo de 10s87. A americana baixaria esta marca em um centésimo na final para faturar o bronze. 

Bicampeã olímpica e mundial dos 100m, Shelly-Ann chegou a Pequim como favorita e não decepcionou. Liderou a fase classificatória e teve o melhor tempo das semifinais. Na decisão das medalhas, mostrou a explosão e a grande frequência de passadas habituais. Cruzou a linha de chegada com 10s76, segunda melhor marca do ano e a 13ª na lista de todos os tempos.

O restante do pódio teve outra boa surpresa. Além de Tori, tida como um dos maiores talentos da nova geração, a holandesa Dafne Shippers foi destaque. Com 10s81, quebrou o recorde nacional de seu país e caiu no choro. A veterana Veronica Campbell-Brown ficou em quarto lugar.