Ao levar neste domingo o filho Wesley, de seis anos, à Vila Olímpica de Itabuna para jogar as finais do Projeto Bom de Bola, Melhor na Escola, o eletricista Sidnei dos Santos, exibia orgulhoso a camisa da Escolinha Esportiva Renascer tendo às costas o nome do pequeno. “É bem diferente do que foi a minha infância”, lembrou. “Meu pai precisava trabalhar. Era difícil poder me acompanhar e também não me lembro de ter tido a oportunidade que meu filho está tendo agora”, completou.
A oportunidade a que se refere o eletricista Sidnei Santos tem nome: “Bom de Bola, Melhor na Escola”. O projeto promovido pela Prefeitura de Itabuna, através da Secretaria de Esporte e Recreação, tem o objetivo de incentivar o estudante a melhorar o rendimento escolar, estimular a interação social, manter as crianças e adolescentes longe da criminalidade e desenvolver a autoestima através do esporte.
Esta é a segunda competição de Wesley e ele já demonstra total confiança em sua potencialidade. “Ano passado fiz um gol na final. Mas na carreira já tenho 12 e até deixei o amigo Gabriel de cara pro gol um dia desses”, lembrou o pequeno atleta de futsal.
Mais de 200 jogos depois
O secretário de Esporte e Recreação, Evans Maxwel Silva, explica que até chegar às finais neste domingo em comemoração aos 105 anos de emancipação política de Itabuna, a competição teve início em março com a participação de 96 equipes, 1.152 atletas e 200 jogos. Foi a chance de Juan, de cinco anos, realizar um sonho e jogar, pela primeira vez, na Vila Olímpica. Filho de um ajudante de pedreiro e de uma comerciária, Juan sempre adorou o futebol.
Ele estuda pela manhã e à tarde ficava com a avó, de 74 anos. “Ela tentava fazer as vontades do neto. Ia para porta de casa para ele jogar bola na rua com os amigos, mas a idade avançada não permitia que ficasse muito tempo do lado de fora. Sozinho é que a gente não deixa ficar”, explica a mãe, Geiza Rocha. “Agora, integrado ao projeto, vamos trabalhar bem mais tranquilos sabendo que ele está protegido”, completa o pai, Wendel Vieira dos Santos.
Completa estrutura
Neste domingo também aconteceu as finais da competição de futsal Taça Cidade de Itabuna, uma das maiores da região sul do Estado, que se tornou uma das principais opções de lazer não só para os participantes, mas também para seus familiares, que sempre ocupam das arquibancadas do ginásio de esportes da Vila Olímpica para torcer pelos filhos. O evento inclusive atrai crianças de outras cidades. O combinado da Escolinha do Vasco e o Instituto Nossa Senhora da Piedade, de Ilhéus, participa do evento como convidado.
O professor de Educação Física Renato Peixoto, responsável pela equipe, lembra que há 20 anos, quando o atual prefeito de Itabuna, Claudevane Leite, era o administrador da Vila Olímpica, o projeto dava o “pontapé inicial” e desde então ele participa das competições. “A denominação do projeto mudou, mas a proposta continua sendo a mesma que é de integrar as crianças e os jovens de Itabuna dando todas as condições, inclusive materiais, para que permaneçam na atividade esportiva”, lembra o professor.
Aos 31 anos, Maurício Leite, agora, da arquibancada, aplaude o desempenho dos filhos Felipe Gabriel (6) e Luiz Guilherme (5). Lembra que um dia esteve do “outro lado”, nas quadras, tendo a mesma alegria que os filhos demonstram agora. “Fico emocionado ao ver que o projeto que contribuiu na minha formação segue firme graças a uma iniciativa do atual governo”, reconhece. Na opinião dele, o Projeto “Bom de Bola, Melhor na Escola” e a Taça Cidade Itabuna de Futsal cumprem à risca o seu papel social: integrar o talento com a bola ao interesse da criança pelo estudo.