Campeonato da segunda divisão é muito disputado
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
18/07/2015 às 21:32
Criciuma vence o Bahia por 2x1
Foto: Fernando Ribeiro
Ainda faltando o jogo do América (MG) contra o Oeste (sábado, 21 h), no interior paulista, para fechar a 13 ª rodada da Segundona, com os resultados conhecidos até a boca da noite de sábado o Vitória é o segundo colocado, atrás do líder Botafogo, e o Bahia é o quarto, na cola do time mineiro, que ocupa a terceira posição. Os dois times baianos seguem entre os quatro primeiros colocados e têm compromissos importantes no próximo fim de semana.
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O Vitória vai a Recife enfrentar o Náutico, jogo duríssimo, com o time pernambucano ‘babando’ por um lugar entre os primeiros classificados.
O Bahia recebe o Botafogo na Fonte Nova num jogo que tem a motivação de uma disputa de título pelo posicionamento e pela ambição de ambos na competição.
Como se pode ver, a Série B está quentíssima, parece bem mais animada que a Primeirona, se isso pode ser um consolo para nosostros.
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Balaio cheio
Foi uma semana mal dormida e de pouca sorte para o Bahia. Rodou mais de 8.200 km de Salvador a Belém, de Belém a Porto Alegre, a Criciúma e Salvador.
De volta a Salvador, neste domingo, além do cansaço, os tricolores trazem na bagagem cinco gols tomados, duas derrotas (uma pela Copa do Brasil no Pará e outra pela Série B em Santa Catarina) e um balaio de fundamentadas reclamações contra arbitragens que prejudicaram a equipe em campo, tanto a cariocada no Norte como a gauchada no Sul.
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Bolas paradas
Entendo que bola parada não existe, a bola só entra no gol se estiver em movimento. Mas, no jargão futebolês, a chamada ‘bola parada’ existe e decide. Decidiu, por exemplo, a partida Criciúma 2 x 1 Bahia, no sábado à tarde, em Santa catarina.
O Bahia começou bem, era melhor em campo, pressionava o adversário até que aconteceu um escanteio pelo lado direito contra o tricolor. Na cobrança, o atacante Juba deu uma gravata no defensor Yuri, que tentou evitar cair segurando-se na cintura do adversário; o árbitro gaúcho Diego Almeida Real marcou pênalti, absurdo pelo que se viu na tevê, e o meia Rodrigo Andrade cobrou e abriu o placar: 1 x 0 Criciúma. O tricolor baiano pouco abalou-se emocionalmente e logo tomou as rédeas do jogo, criando chances de empatar com Maxi (duas vezes) e Tiago Real. O time da casa defendeu-se, marcou e nada mais ameaçou.
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Os comandados de Sérgio Soares voltaram a campo decididos em buscar o empate, que veio após um cruzamento de fundo do lateral Tony que Tiago Real empurrou para as redes embolando-se com o marcador: 1 x 1, logo aos 5’. Daí a partida ficou franca e dura, faltosa, com os dois times procurando o gol.
Por volta dos 20’, mais um escanteio, a tal bola parada, agora pela esquerda; o lançamento alto não foi alcançado pelo goleiro Douglas Pires e tampouco pela zaga e o becão Adalberto entrou de bola e tudo com Robson colado nele: 2 x 1. O Bahia insistiu, trocou jogadores, pressionou até o final, o Criciúma defendeu-se como pode e garantiu o resultado, mantendo o treinador Petkovic invicto e dando esperanças ao time de Santa Catarina, agora no meio da tabela de classificação.
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Talvez mais justo fosse um empate, mas quem disse que o jogo de bola tem lógica, resultados justos ? Talvez nisso more seu encanto. No imprevisível. Maxi Bianchucci e Pitotni foram os melhores pelo Bahia.
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Antes de enfrentar o líder Botafogo (RJ) pela Série B, o Bahia tem um compromisso difícil e pegado, no meio da semana, pela Copa do Brasil – o jogo de volta contra o Paissandu.
O tricolor, para continuar na disputa da Copa do Brasil tem de vencer o Paissandu com quatro gols de diferença, já que perdeu no meio da semana, lá em Belém, por 3 x 0, num jogo atípico. Jogou um bom primeiro tempo, teve chances de marcar e não fez. A partida, no segundo tempo, foi mais brigada que jogada. Já eram quase 25’ do segundo tempo quando o Paissandu fez 1 x 0, num contragolpe de Mizael pelo lado direito, nas costas do lateral Patrick e do zagueiro Jaílton. O segundo gol foi do veterano Jahel, aquele mesmo que atuou pelo tricolor, e de cabeça, após cobrança de escanteio. O terceiro foi de pênalti, um absurdo, marcado pelo carioca Patrice maia, que viu mão numa matada de peito de Jaílton. Os tricolores ficaram ‘tiricas’, até porque o árbitro não viu no primeiro tempo um pênalti claro no avante Mário, em favor do Bahia.
Bem, águas passadas, o jeito é encarar o ‘Papão’ do Norte e tentar vencê-lo de goleada. Missão dificílima. O Paissandu se defende bem, é rápido nos contragolpes e tem um treinador esperto no banco, o pernambucano Dado Cavalcanti.
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Só felicidade
Na sexta à noite, bom público no Barradão apesar do frio, o Vitória bateu com certa facilidade o CRB das Alagoas por 3 x 1, gols de Daniel Marques contra aos 11 minutos de jogo, tirando e jogando contra as próprias redes a bola boba cruzada que estava quase nas mãos do goleiro; e já no final da primeira etapa, dois gols de cabeça: um de Élton e outro do lateral Diogo Mateus.
Na segundo tempo, o CRB foi pra cima, mas cadê competência? Fez um golzinho de honra já no ocaso da partida. O Vitória amansou, teve as rédeas da partida, perdeu chances de ampliar... mas o torcedor saiu feliz, pela nova fase de invencibilidade dentro da ‘toca do leão’ e porque a equipe foi dormir líder da competição. O que é um estímulo, uma motivação a mais, pois não ?
A tarefa, agora é vencer o Náutico, em Recife, tarefa pra Leão.
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Foi-se o craque Ghiggia
Exatos 65 anos depois de ter feito o gol que calou o Maracanã e o Brasil inteiro na final da Copa de 1950, morreu no dia 16 de julho, aos 88 anos de idade, o ponteiro direito Ghiggia, eterno ídolo uruguaio e que também fez nome no futebol italiano. Jogou no Peñarol e no Roma, além de ser o titular na seleção uruguaia, campeã do Mundo em 50. Ghiggia era o último dos sobreviventes daquele 'maracanazzo'.
Contava que no final do jogo, mesmo feliz com o título conquistado, chegou a chorar consolando alguns atletas brasileiros desolados, diante de um Maracanã em silêncio e prantos. Ghiggia, como o grande capitão Obdúlio Varela, tornou-se grande amigo dos brasileiros e costumavam, ambos, passar férias no Rio de Janeiro em companhia de Zizinho e outros jogadores da época. Um grande exemplo como atleta e companheiro.
No Uruguai inteiro seu nome e suas lembranças são reverenciados. Um craque dentro e fora dos gramados.