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Terra , Santiago |
04/07/2015 às 21:00
Alex Sanches bateu o pênalti que deu a vitória ao Chile
Foto: Getty Images
O Chile nunca tinha conquistado um título grande. A Argentina não levantava um trofeu com a seleção principal há 22 anos. Eram tabus longos demais para serem quebrados com facilidade. Todos queriam muito, mas também tinham medo excessivo de perder a chance. Então a final da Copa América foi dramática, tensa, arrastada, brigada e sofrida até o final, justificando a vontade que os dois times tinham de sair da seca. Após 120 minutos de bola rolando, 0 a 0.
A impressão era que ninguém conseguiria respirar aliviado. Mas nos pênaltis, finalmente o Chile conseguiu soltar o grito de "campeão", com vitória por 4 a 1. É a consagração perfeita da melhor geração que o Chile já teve treinada por um dos melhores técnicos sul-americanos da atualidade. Para a Argentina, que era favorita até nas casas de aposta do Chile, resta chorar o segundo vice-campeonato em menos de um ano. Veja detalhes de cada lance do jogo.
No começo do jogo chamaram atenção as mudanças que o treinador Jorge Sampaoli promoveu na defesa para conseguir parar a Argentina. O volante Marcelo Díaz recuou para jogar como zagueiro, e Gary Medel foi deslocado para o lado esquerdo da defesa, encostando mais em Lionel Messi. Além disso, o lateral Isla jogou praticamente como zagueiro para marcar Di María (que deu lugar a Lavezzi no meio do primeiro tempo). Mas tantas mudanças defensivas não significaram que o Chile ficou recuado. Foi comum ver as linhas do time avançarem e fazerem pressão nos defensores argentinos.
Nos pênaltis, o Chile derrotou a Argentina e conquistou o primeiro título da sua história: a Copa América de 2015 Messi fez o seu pênalti, mas companheiros desperdiçaram cobranças seguintes e o craque ficou com mais um vice pela seleção profissional Bravo pega o pênalti de Banega, o terceiro da Argentina Vidal lamenta chance perdida pelo Chile Artilheiro chileno, Vargas ajoelha no gramado
E no ataque o Chile não mudou, continuou inspirado, dominando o jogo e mostrando por que era o time com mais gols marcados na Copa América. Criou as melhores chances no primeiro tempo, inclusive com um chutes perigosos de Vidal, Vargas e Sánchez de dentro da área. Valdivia também teve uma boa oportunidade no início, mas preferiu tocar em vez de chutar.
A Argentina foi muito pobre ofensivamente. Não armou, não se livrou da boa marcação chilena e sequer aproveitou os raros contra-ataques. Bravo fez duas boas defesas, em cabeceio de Aguero e chute de Lavezzi, mas foram lances esporádicos ainda no primeiro tempo. O técnico Tata Martino não conseguiu melhorar o time nem com orientações no vestiários e nem com alterações no segundo tempo.
O Chile teve incrível chance aos 36min do segundo tempo, quando Sánchez recebeu ótimo passe na área, mas chutou de primeiro para fora, perto da trave. Mas a Argentina ainda assustou nas duas formas que podia, na bola aérea e no contra-ataque. Primeiro houve um pênalti de Medel em Rojo que o juiz não marcou. Depois Messi iniciou uma jogada que por pouco não terminou em gol de Higuain.
Ao contrário do que aconteceu em todos jogos anteriores, o empate até os 90 minutos levou o jogo para a prorrogação. Os 30 minutos foram sonolentos, com exceção de alguns contra-ataques. Sanchéz mais uma vez perdeu a melhor chance do Chile. A Argentina sequer assustou. E até o juiz queria que a partida fosse logo para os pênaltis, já que encerrou dez segundos antes do normal, sem qualquer acréscimo.
Nos pênaltis os erros decisivos foram de Higuain, que chutou para fora, e Banega, que teve a cobrança defendida por Bravo. Messi tinha acertado o primeiro. Pelo Chile Fernández, Vidal, Aránguiz e Sánchez acertaram, sendo que o atacante do Arsenal até arriscou uma "cavadinha" no último pênalti da noite.