O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse nesta quarta-feira que “não tem culpa” no escândalo de corrupção que envolve a Fifa seus ex-dirigentes. Nesta semana, o jornal “New York Times” a Jack Warner, ex-presidente da Concacaf, como retribuição pelo voto na África do Sul para sediar a Copa do Mundo de 2010.
- Não tenho nenhum motivo para dizer que deveria deixar de ser o secretário-geral, porque não tenho nenhuma responsabilidade, nenhuma culpa. Não preciso justificar minha inocência - explicou Valcke em entrevista à rádio “France Info“.
Após a denúncia do jornal americano, a Fifa disse que o dinheiro enviado para Warner, , era para o desenvolvimento do futebol do Caribe e que Valcke não sabia de nada. Mas um documento da federação sul-africana divulgado pelo jornal “Daily Mail” .
- Eu sempre disse que eu sou apenas o secretário-geral de Sepp Blatter. Haverá um novo presidente da Fifa em 2016, e o presidente costuma escolher seu próprio secretário-geral - acrescentou o dirigente francês, lembrando do anúncio do suíço .
- Em um determinado momento, a Fifa recebeu uma carta do governo sul-africano pedindo para retirar US$ 10 milhões do orçamento do comitê organizador da Copa do Mundo de 2010 para ser usada no programa Diaspora Legacy (programa de desenvolvimento do futebol no Caribe, como parte do legado da Copa). Este fundo era gerido pelo presidente da Concacaf, Jack Warner, por isso a verba foi enviada em contas indicadas por Jack Warner - justificou o dirigente, repetindo os argumentos usados pela Fifa.
Valcke disse que não “o poder de autorizar um pagamento”.
- Ainda mais um pagamento US$ 10 milhões, quando provêm de uma conta que não é da Fifa. Esta carta foi para o presidente da comissão de finanças (na época, o argentino Julio Grondona,). Depois, os sul-africanos precisam confirmar a decisão de retirar € 10 milhões do orçamento, e Jack Warner, que também era vice-presidente de finanças precisava aceitar. Julio Grondona deu seu visto e validou a transferência - explicou.
- Não se trata de dinheiro da Fifa, não vejo qual seria meu papel num caso de corrupção. Acabava de ser designado secretário-geral da Fifa, em 2007. Não entendo de onde partiu este raciocínio (do “New York Times”) - completou.
A suposta propina paga a Warner é apenas uma das muitas suspeitas de corrupção que levaram a justiça americana a indiciar nove dirigentes, , e cinco executivos de empresas de marketing, desencadeando um dos maiores escândalos da história do futebol. São investigados casos que movimentaram mais de US$ 150 milhões nos últimos 25 anos. Warner foi um dos dirigentes indiciados. Ele se entregou na quarta-feira, mas deixou a cadeia após pagar a multa de US$ 400 mil.