Esporte

O FIOFÓ DA SERPENTE. Paramos no tempo, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

É esse o quadro do atual futebol brasileiro que, finda a tragédia da Copa 2014 no Brasil, todos diziam que precisava de uma grande mudança, uma revolução, reformas em toda sua estrutura.
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 28/05/2015 às 19:14
O campeão brasileiro leva 3x0 do River no Mineirão
Foto: Estadão Conteúdo
    Envolvidos em escândalos de milhões de dólares, altas corrupções, foram presos na Suíça sete grandes ‘fiifados’ cartolas internacionais, dirigentes de federações sul-americanas (Concacaf e Conmebol atoladas, claro) e, entre eles, com destaque, o brasileiro José Maria Marín, ex-presidente da CBF e do Comitê Organizador da Copa do Mundo 2014.  

   Só para aclarar, é o mesmo Marín que foi governador de São Paulo nos tempos duros da ditadura militar, aquele mesmo que foi flagrado  por câmeras de tevê surrupiando a medalha de ouro de um atleta brasileiro premiado, em cima do pódio. 

  A prisão aconteceu na manhã de quarta e na madruga de hoje, quinta, o pessoal da CBF, com o fiofó no ponto, retirou da fachada do suntuoso prédio da entidade, na Barra da Tijuca, o nome do José Maria Marin. A essa altura, ninguém sabia de nada e Marin ...  já foi destituído do cargo de vice-presidente da entidade. Os ‘amigos’ vão negá-lo mil vezes. 

  De cara, o Marin está banido da FIFA e pode pegar, por baixo, uns 20 anos de prisão, segundo o noticiário. O processo vai rolar nos EUA. Tomara que seja o começo de uma grande limpeza na ‘absoluta’ entidade.  

E na CBF também.  A expectativa é que cheguem a Ricardo Teixeira (ex-presidente da entidade brasileira), a Del Nero, atual presidente e ao ‘capo’ mor, Joseph Blatter, que dirige a FIFA e quer se reeleger.   

É a maior crise na história da entidade do futebol mundial. 

** 

Rodada do Ba Vi

Na Segundona

   Vida que segue, sexta-feira, às 21h50, na Fonte Nova, o tricolor enfrenta o Paraná Clube. Maxi Bianccuchi treinou e deve voltar à equipe. Kieza diz que está recuperado, já treinou com bola e pode ficar à disposição. Souza, expulso no jogo em Maceió, está fora.  É jogo para fazer três pontos, se a equipe mantiver a pegada, a objetividade.

   O torcedor deve chegar antes, por volta das 19hs, para ver o ‘baba’ preliminar, com ex-craques do naipe de Beijoca, Osni, Bobô, Hugo, Ze Carlos...   que estão arrecadando doações, encaminhadas à Fundação Cidade-Mãe,  para os desabrigados das chuvas. Positivo. 

*

   O Vitória, garantindo o treinador ‘interino’(?) Wesley Carvalho à frente da equipe, viaja ao Rio de Janeiro, onde encara no Engenhão o Botafogo, um dos favoritos ao título da competição, no sábado à tarde. A moçada, depois da goleada sobre o Bragantino no Barradão, está confiante. Laterais novos, o artilheiro Élton prometendo gols e a possível reestreia do meia Pedro Ken motivam o rubro-negro. 

**
   Mexe-mexe de treineiros

   Dias agitados para clubes e treinadores. 

- Felipão caiu no Grêmio; assumiu um certo Roger, ex-jogador, lateral esquerdo do tricolor do Sul.  

- O posudo Luxemburgo foi demitido do Flamengo; em seu posto está assumindo o baiano Cristóvão, que treinou o Bahia. 

- O São Paulo anunciou a chegada do colombiano José Carlos Osório, que fez nome à frente do Nacional de Medellin, aquele que passa instruções aos atletas em campo através de bilhetinhos escritos a mão. 

É só o começo

**

Libertadores

O Inter de Porto Alegre é o único representante brasileiro, ainda, na Libertadores da América. Venceu o Santa Fé da Colômbia por 2 x 0 no Beira Rio lotado e esfuziante, noite de quarta. Nas semifinais, o Colorado enfrenta o Tigres (México).

Na mesma noite, o Cruzeiro decepcionou o Mineirão inteiro em azul e tomou 3 x 0 e um banho de bola do River Plate da Argentina. 

**

 O Futebol  brasileiro

  Tá no cu da cobra


  O futebol brasileiro parou no tempo, está atrasado, não evoluiu. O último a dizer isso, o óbvio, foi o ex-zagueiro da seleção argentina Perfumo, craque, que foi ídolo no Cruzeiro.  

  Sem reparos, diria apenas que jogamos hoje no Brasil um futebol que está muito abaixo do que jogamos no passado e nossos grandes times agora se equivalem a outras equipes médias da Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile, Colômbia, Equador, México e até Venezuela, Peru, Bolívia.  Não falo de seleções nacionais e sim de clubes, equipes que disputam a Copa América, a Libertadores, o nosso Brasileirão, os campeonatos nacionais do continente. 

   A fala de Perfumo rendeu um tititi na mídia especializada tupiniquim, como se o bem informado zagueiro ‘hermano’ tivesse dito alguma heresia. 

  Nada! Estamos mesmo jogando uma bolinha murcha, sem craques e sem grandes equipes, há muito. Bem antes do fatídico 7 x 1 da Campeã Alemanha sobre o ‘arrumadinho’ de Felipão na Copa do Mundo 2014, pleno Mineirão. Ali foi só a prova dos nove do quanto paramos no tempo em termos técnicos, táticos, físicos e, sobretudo, de planejamento, organização, preparação de atletas e equipes. A goleada nos mostrou o cu da cobra. 

  Os jogos da nossa Série A, já na sua quarta rodada, são de amargar. Confiram a média baixíssima de gols por jogo. E a maioria desses gols têm origem na chamada ‘bola parada’, a cobrança de faltas e escanteios alçados para a confusão de cabeçadas, pescoções e cotoveladas dentro da área. Um horror. Em todas as partidas acontecem testas, caras e cabeças quebradas, coisa rara no futebol de antigamente, quando os jogadores visavam mais a bola e subiam para a cabeçada com os olhos abertos. 

  Impressiona o alto número de faltas por jogo. Outro dia ví uma partida com três faltas marcadas antes mesmo do ponteiro do relógio ter girado um minuto. São mais de 40, 50 faltas por partida, um absurdo. Há uma preocupação tática em matar a jogada , em impedir que o adversário evolua, não há uma sequencia de troca de passes, de lances coletivos. É um corre-corre, trombadas, chutões, carrinhos criminosos, valentias, espertezas, correria...  apenas. 

  Decepciona a quantidade de passes errados, de cartões amarelos (e vermelhos), a constância das reclamações a cada apito, a cada levantada de bandeira, os jogadores em campo cercando a arbitragem, peitando, xingando, e os treinadores fora de campo berrando, insuflando, dando mau exemplo, passando intranquilidade a seus comandados. A ideia é ganhar no grito, intimidar, fazer pressão, ainda mais se estiver jogando em casa. 

     E tome-lhe jogo truncado, bola parada, um tempão para que seja executada uma cobrança de falta, de pênalti, de escanteio, de lateral. O time que vence ou que se favorece com o empate só objetiva ganhar tempo. E haja simulações de toda espécie, de faltas recebidas, de agressões que não existiram, de cãibras... até para simples substituições. Não dá para ver com alegria esse tipo de espetáculo.

  E o torcedor de arquibancada que pagou ingresso, e o cidadão em casa que comprou a transmissão da partida pela tevê ?  O futebol brasileiro virou um produto de baixa qualidade, digno de queixa no Procon.  Cadê o decantado futebol-arte?  O craque ?   

   - Ah, estão na Europa !!!  

   Taticamente nada evoluímos. Nossos melhores garotos, promessas das divisões de base só sonham em jogar no Real, no Barcelona, na Itália, no Chelsea, na Itália ... recusam-se até a atuar pela seleção brasileira! Os agentes, os empresários, os dirigentes de olho no ‘negócio’ dos meninos (sem duplo sentido).  

   E, na maioria das vezes, vão parar na conchinchina, por um trocadinho que os ‘negociantes’ vendem como a ‘grande chance’ de redenção da família, todos a fim de botar algum no bolso de imediato.  Depois, frustrados e infelizes, esquecidos e envelhecidos, muitas dessas ‘eternas promessas’, desiludidas e cansadas, querem voltar.

   E não esqueçamos também da estúpida troca de treinadores, às pencas, a cada rodada, a cada derrota ‘inexplicável’ e natural, sob pressão da torcida, da mídia (?), dos corneteiros, de perús de diretorias que nada sabem de bola...  E os treinadores, os tais ‘professores’, em suas arrogâncias, achando-se os tais, pulando de um clube pra outro, o foco na grana das multas contratuais, profissionalmente frustrados, sem tempo para planejar, para treinar, para formar uma equipe coesa em campo, para descobrir o craque, nada...   

   Todos apenas correndo atrás de resultados, de contratos milionários e seja o que Deus quiser, jogos e mais jogos sequenciados em calendários estúpidos, duas e três competições atropelando-se ao mesmo tempo, estresse de viagens, o jogador exausto, o torcedor enganado. 

   Ah, e têm as tais ‘janelas internacionais’, verdadeiras  feiras livres onde os empresários empurram pra lá e pra cá jogadores em tabuleiros, ilusões de boleiros, botando preços nas mercadorias, só negócios, business, lucros... E os dirigentes dos clubes doidos para vender algum e pegar uma graninha, saldar salários atrasados, premiações e direitos de imagem, uma ponta das dívidas milionárias de todo naipe com a justiça trabalhista, o governo... Clubes falidos. 

   É esse o quadro do atual futebol brasileiro que, finda a tragédia da Copa 2014 no Brasil, todos diziam que precisava de uma grande mudança, uma revolução, reformas em toda sua estrutura.  

Mas quá! Com uma bancada da bola no congresso que dá arrepios, um ministro –baiano – que ,perece um estranho no ninho com Eurico Miranda de volta, luxas, felipões, teixeiras, marins e del Neros, corintianos e verdões, fra x frus, galos e raposas, grenais, torcidas/gangues uniformizadas, arenas inúteis, Ednaldos ‘eternos’...  Pra onde vamos?

  Quer saber? A Segundona até é boa coisa pra dupla Ba Vi. Tamos conversados.

**