O ministro do Esporte, George Hilton, refutou a possibilidade de que as investigações de corrupção na Fifa, conduzidas pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, prejudiquem a realização de grandes eventos no Brasil. Entre os sete cartolas presos em Zurique, na Suíça, está o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin.
Entre os principais torneios trazidos ao país, o Brasil foi sede da Copa do Mundo de 2014 e vai receber os Jogos Olímpicos de 2016. Questionado se o escândalo pode prejudicar a realização de eventos no Brasil, o ministro respondeu:
— Não, não. Os nossos eventos estão todos dentro de um cronograma. Há uma política coordenada. Há uma ação interministerial que envolve vários agentes. Está tudo dentro do cronograma.
O ministro voltou a defender a punição sw quem for culpado. Sobre a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar o futebol brasileiro no Congresso, disse que não cabe ao governo interferir na questão.
— É o papel do Parlamento. E o governo federal respeita. São prerrogativas do Poder Legislativo. Nós não podemos interferir — afirmou
O ministro foi à Câmara na manhã desta quinta falar sobre as prioridades da pasta para 2015. Ele voltou a defender a aprovação da medida provisória (MP) que renegocia as dívidas dos clubes brasileiros. Pelo texto, os clubes interessados na renegociação, que pode ser feita em até 20 anos, terão que seguir algumas regras, o que é motivo de resistências entre os cartolas. Entre elas: publicar balanços contábeis auditados, pagar em dias as obrigações tributárias, trabalhistas e direito de imagem, criar departamento de futebol feminino e não antecipar receitas previstas para mandatários futuros, dar vagas a atletas na direção, e limitar em até quatro anos o período do mandato dos dirigentes, permitindo uma única recondução.
George Hilton negou também que o contingenciamento do orçamento -— um corte total de R$ 69,9 bilhões em todo o governo — vá prejudicar os programas do ministério. Afirmou ainda que os preparativos das Olimpíadas estão dentro do cronograma. Disse também que o legado dos eventos tem de ser a interiorização das práticas desportivas.