Esporte

Educafro pede à Caixa que se posicione sobre caso de racismo

Arthur Nory, Henrique Flores e Fellipe Arakawa fizeram piadas de mau gosto contra o colega negro Ângelo Assumpção
Agência Globo , Rio de Janeiro | 24/05/2015 às 19:17

As piadas de mau gosto que os ginastas Arthur Nory, Henrique Flores e Fellipe Arakawa fizeram contra o colega negro Ângelo Assumpção, na semana passada, durante treinamentos em Portugal, poderão custar caro à Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), cuja principal patrocinadora é a Caixa Econômica Federal (CEF). Embora a CBG tenha anunciado na última quarta-feira a suspensão preventiva por 30 dias de Arthur, Henrique e Fellipe, nesta sexta-feira, o movimento Educafro, que promove pré-vestibulares para jovens negros e carentes, enviou uma carta à presidência da Caixa Econômica Federal, patrocinadora da confederação, pedindo providências da patrocinadora contra a entidade desportiva.

No texto, assinado pelo frei franciscano David dos Santos, e endereçado à presidente da instituição financeira, Mirian Belchior, a Educafro elogia a Caixa por patrocinar o esporte brasileiro, mas ressalva que 53,7% dos brasileiros são negros de acordo com o IBGE e que a Caixa é uma instituição publica e tanto a confederação quanto seus atletas são financiados com dinheiro público. Além disso, o religioso lembra que Brasil é signatário de várias convenções internacionais anti-racismo.

Diante disto, a Educafro solitita: “que a Caixa divulgue uma nota sobre a visão desta instituição a respeito do racismo que está em debate na sociedade; e que a continuação do patrocínio à CBG e todos os demais patrocínios sejam imediatamente revistos e condicionados às instituições que provarem ter um plano pedagógico de adoção da Lei Federal 10.639/2003 que exige a formação na cultura afro-brasileira e o respeito à cidadania; e que para “continuar o patrocínio, que a Caixa exija da CBG, uma punição concreta e mais eficiente, servindo de exemplo pedagógico para todos os demais atletas e a sociedade brasileira que está se preparando para receber as Olimpíadas.”

A Caixa, por sua vez, ainda não respondeu àquela entidade de defesa da comunidade negra, responsváel por 40 mil alunos negros e carentes que chegaram a várias universidades no país, depois de terem integrado os pré-vestibulares gratuitos da Educafro.