O Botafogo começará, no sábado, contra o Paysandu, em Belém, a sua campanha para voltar à Série A. Como boa notícia o clube conseguiu fechar dois patrocínios para a camisa (Voxx e Guaramix). Porém, a diretoria ainda tenta equilibrar suas finanças, conseguir a Certidão Negativa de Débitos, para buscar um patrocinador Master e a má notícia é que corre risco de ter que dividir a administração do Engenhão com a Odebrecht.
Na semana passada, o Botafogo divulgou o balanço financeiro referente a 2014, ainda da gestão do presidente Mauricio Assumpção. Nele consta uma dívida de R$ 23 milhões com a construtura. Como garantia de pagamento, o clube se comprometeu a compartilhar a gestão do Engenhão.
De acordo com a atual diretoria, Assumpção pegou o dinheiro, mas não informou onde foi aplicado. Com dívidas mais importantes para quitar e sem receita suficiente para isso, o Botafogo pode não ter alternativa e ter de dividir a administração com a Odebrecht. Para a construtora parece ser bom negócio, pois ela já tem o Maracanã e teria o monopólio dos estádios do Rio.
A opção de dividir o estádio com a empresa é de toda ruim para o clube. Com o Engenhão em obras e com parte dos lugares fechados, o Botafogo trava luta de bastidores com a prefeitura, que quer parar de bancar os custos do estádio no fim deste mês.
Desde que fechou o estádio para obras de reforço da cobertura, em março de 2013, a prefeitura do Rio vem bancando os custos do Engenhão. Mas, com a previsão de fim das obras para julho deste ano, ne melhor hipótese, a prefeitura quer que o Botafogo volte a assumir os custos de manutenção do estádio.
Mais barato que o Maracanã, o Nilton Santos chega a custar em torno de R$ 600 mil mensais. Isto porque a manutenção da grama é feita de graça. A empresa que cuida do gramado do Engenhão e do Maracanã tem acordo com o clube. O gramado do estádio alvinegro não precisa de iluminação artificial, diferentemente do Maracanã, por causa da cobertura. O clube, que é dono do aparelho de iluminação, empresta o equipamento à empresa em troca da manutenção gratuita do campo de seu estádio.
Com boa relação com a Odebrecht e devido ao custo de manutenção do Engenhão, o Botafogo pode se beneficiar num primeiro momento com a parceria. Sem poder fechar acordo com patrocinadores para o estádio (que tem duas obras acontecendo, ambas da prefeitura, e terá de ser entregue para a Rio-2016, por causa dos Jogos), o clube reduziria suas despesas.
Oficialmente, os dirigentes alvinegros não confirmam o interesse em compartilhar o Engenhão. De fato, depois das Olimpíadas, o estádio pode ser uma fonte de renda importante para um clube endividado.