Dona de uma apreciável coleção de medalhas, que inclui sete olímpicas e 11 em Mundiais em pista coberta e descoberta, a jamaicana Veronica Campbell-Browon, de 32 anos, virá pela primeira vez ao Brasil para tomar parte, no próximo fim de semana, do Desafio Mano a Mano, em pista montada no Jockey Clube Brasileiro, na Gávea. Em entrevista por e-mail, ela se mostra entusiasmada por finalmente conhecer o Brasil, onde há grande simpatia pela música e por ídolos jamaicanos, como Usain Bolt.
- Estou contente por saber que o povo brasileiro ama a cultura da Jamaica e seus atletas. Vou me sentir em casa - afirma ela, que tem três ouros olímpicos, outros dois em Mundiais em pista descoberta e dois em pista coberta. - O Brasil mostrou na Copa do Mundo que é mais do que capaz de sediar eventos globais.
"Vou visitar o Brasil pela primeira vez e estou ansiosa para ter uma experiência maravilhosa e uma ótima competição no Mano a Mano, em que vou conhecer um ambiente de corridas totalmente único. Será minha primeira prova de 100m na temporada, e é difícil corresponder às minhas expectativas no que se refere ao meu desempenho. Mas os fãs podem estar certos de que vou dar 100% do meu empenho.
Rio-2016
"Tenho grandes expectativas em relação a mim mesma e espero disputar no Rio a minha quinta edição dos Jogos Olímpicos (Sydney-2000, Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012). Meu objetivo principal é o de me manter em forma e saudável, para ter um desempenho do mais alto nível."
"Nunca soube o que o futuro reservava para a minha carreira esportiva, mas tinha certeza de que Deus tinha grandes coisas guardadas para mim. Na minha carreira, meu maior objetivo sempre foi fazer o melhor. Sou grata a Ele pelas minhas conquistas e pelas bênçãos que as acompanharam.
É a pergunta que me fazem com maior frequência na minha carreira (risos). Não sei se há uma razão. Então, deixe-me citar algumas que eu acredito que tenham contribuído para o nosso imenso sucesso. Há talento; há paixão entre os atletas, técnicos e fãs do atletismo; há um ótimo clima ao longo de todo ano; há a chance de se obter bolsas de estudos e contratos, o que serve como incentivo, e há a nossa rica história neste esporte que nos inspira. Assim como meninos e meninas no Brasil crescem querendo ser o próximo Pelé, Sócrates, Zico, Ronaldinho, Marta ou Formiga, as crianças na Jamaica querem ser os novos Arthur Wint, George Rhoden, Bertland Cameron, Donald Quarrie e Merlene Ottey.
Igualdade no esporte
"Alcançar a igualdade entre os sexos (no esporte) ou se aproximar disso é algo que demanda tempo e esforço. O progresso significativo que tenho visto é que as mulheres estão promovendo mais debates para difundir esta mensagem. Se continuarmos a espalhar esta mensagem, eventualmente isso vai criar raízes, vai crescer e se tornar um movimento de mudança.