Após a grande vitória no GP da Malásia, há duas semanas — a primeira no cockpit de um Ferrari — Sebastian Vettel está no centro das atenções em Xangai, palco do GP da China. Se tornar a vencer, o tetracampeão mundial alcançará 41 vitórias em sua carreira, igualando a marca do brasileiro tricampeão Ayrton Senna. O treino de classificação será às 4h da madrugada deste sábado, no horário de Brasília, e a corrida, às 3h de domingo.
Indagado pelos jornalistas na sala de imprensa do autódromo chinês, na entrevista coletiva desta quinta-feira no horário brasileiro, a respeito da possível vitória 41, Vettel foi sincero e admitiu que não sabia dessa contagem.
— Em primeiro lugar, para ser honesto, eu nem tinha me tocado nisso. Eu sei o número de vitórias do Michael, que é absurdo. De qualquer forma, é especial. Significa muito para qualquer piloto. Esse é o lado bom das estatísticas. Mas uma vez que você está na pista, isso não importa muito — afirmou Vettel.
Ao seu estilo, bastante despojado, ele observou, porém, que comparações com ídolos do passado não costumam ser justas:
— Não é totalmente justo com os caras do passado, porque nós temos mais corridas. Temos 19 provas nesse ano. E no passado, se voltarmos muitos e muitos anos, só haviam 10, e depois, 13, 14, 15… Só nos últimos dez anos que esse número subiu para cerca de 20, o que, obviamente, aumentou as chances de vencermos mais corridas.
Na F-1 desde 2007, o alemão, que já havia vencido pela primeira vez em 2008, na Itália, ainda pela STR, obteve mais 38 primeiros lugares correndo pela RBR entre 2009 e 2014, ano em que não obteve uma vitória sequer. Em seu primeiro ano de Ferrari, ao ganhar na Malásia, completou 40 triunfos.
— Levei um tempo para conseguir chegar às 40 vitórias. Espero que a próxima não esteja tão distante assim — brincou o alemão de 27 anos.
Senna, por sua vez, obteve a vitória de número 40 no Japão, e a 41ª e última na Austrália, ambas em 1993 (com 33 anos), um ano antes de sua morte, em 1994, no GP de San Marino, em Ímola, Itália.
Ao longo de toda a história da categoria mais importante do automobilismo mundial, o heptacampeão mundial Michael Schumacher é o primeiro em número de primeiros lugares, disparado, com 91 (em 308 GPs), seguido pelo tetracampeão Alain Prost, com 51 (em 202 GPs) e por Senna, com 41 (162 GPs). Vettel já é o quarto da história, com 40 (141 GPs), à frente de Lewis Hamilton, da Mercedes, que se sagrou bicampeão no ano passado e soma 34 primeiros lugares (150 GPs). O também bicampeão Fernando Alonso, atualmente na McLaren, tem 32 triunfos (237 GPs). Já no que diz respeito aos percentuais entre o número de vitórias e de GPs disputados, Vettel tem aproveitamento de 28,37%, e Senna, com 41 em 161 corridas, tem 25,47%.
O melhor percentual da história é do lendário Juan Manuel Fangio, pentacampeão dos anos 50, com 24 vitórias em 52 provas e média de 46,15%, seguido por Alberto Ascari, outro dos pioneiros da F-1, com 13 triunfos em 33, média de 39,39%. Outro astro da F-1, nos anos 60, Jim Clark tem média de 34,25%, com 25 primeiros lugares em 73 corridas. Sexto nesta lista, Schumacher tem média de 29,55%, com 91 vitórias em 308 provas, e Vettel é o sétimo desta relação.