Esporte

Maracanã custou R$1.2 bilhão e foi afogado pelas chuvas e goteiras

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Ag Globo , RJ | 24/03/2015 às 22:02
A tempestade que caiu no Rio domingo não só interrompeu o clássico entre Flamengo e Vasco por cerca de 50 minutos como mostrou mazelas de um estádio que custou mais de R$ 1,2 bilhão para ser reformado. Oito meses após a Copa do Mundo de 2014, algumas partes internas do Maracanã ficaram completamente alagadas e inúmeras goteiras na arquibancada foram registradas por vídeos e fotos de torcedores.

De acordo com a assessoria de imprensa do Consórcio Maracanã, responsável por administrar o estádio, “as áreas internas afetadas foram o auditório e o corredor de acesso ao estacionamento do portão 9, devido ao alagamento da Rua Eurico Rabelo, que, historicamente, sofre com enchentes. Com a finalização das obras dos reservatórios no entorno do estádio (Praça Varnhagem e Praça Niterói) será minimizada a incidência desses transtornos na região e, consequentemente, no Maracanã.”

Ao que tudo indica, pelo posicionamento do Maracanã, os transtornos continuarão a prejudicar o futebol carioca até o segundo trimestre de 2016, que é o prazo da prefeitura para que as obras das praças Varnhagem e Niterói sejam concluídas.

A construção desses reservatórios ganhou notoriedade em maio de 2013, quando uma forte chuva inundou a cidade. À época, imagens de operários sem camisa ou equipamentos de segurança retirando com balde a água da cobertura do estádio rodaram o mundo. O prazo inicial dado pela prefeitura para construir os reservatórios era para o primeiro semestre de 2014.

Drenagem afogada

Na arquibancada, a torcida do Vasco no setor Sul sofreu bastante. Mesmo na área coberta, a chuva conseguiu penetrar nas arquibancadas superiores, por frestas das lonas de teflon e fibra de vidro, provocando goteiras. Os torcedores das últimas fileiras tiveram que descer para fugir da chuva.

O anel superior, que dá acesso aos banheiros, lanchonetes e saídas do estádio, também ficou alagado, dificultando a passagem das pessoas. Apesar do registro dos torcedores, o Maracanã informou desconhecer a existência de goteiras.

Segundo o portal da Copa de 2014, do governo federal, a cobertura do estádio foi complementada com a soldagem das cintas de vedação que unem os gomos das membranas. “Com as fendas fechadas, o público está totalmente protegido do sol e da chuva”, informa o site, mas não foi o que se viu no domingo.

Quanto ao alagamento do gramado, o consórcio informou que “o sistema de drenagem do campo do Maracanã, que conta com quatro bombas de acionamento automático, funcionou perfeitamente”. De acordo com a concessionária, o grande problema foi que cada bomba tem capacidade de drenar 200 mil litros por hora efetivos e a chuva no pico durante o clássico atingiu 21,8 mil litros, em um intervalo de 15 minutos.
A renda no clássico foi de R$ 2.543.220,00. E o consórcio ficou com R$ 750 mil, incluídos aluguel e custo operacional.