Esporte

Campeonato de Formula 1 se inicia com a Mercedes sendo favorita

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Ag Globo , RJ | 11/03/2015 às 21:11
O Mundial que começa na madrugada deste domingo, no Albert Park, na Austrália, tem a Mercedes como favorita e provoca muitas perguntas. Por exemplo: como se comportarão motores e pneus, até agora testados apenas na Espanha em temperaturas muito baixas? Poderá a rivalidade entre Lewis Hamilton e Nico Rosberg crescer a ponto de obrigar Toto Woff a intervir? Conseguirá Felipe Massa superar o companheiro Valtteri Bottas, que corre atrás de suas primeira vitória?

Há outras: quem será a surpresa da temporada, um veterano, como Kimi Raikkonen, ou um estreante talentoso, como Max Verstappen, de apenas 17 anos? A guerra entre Hamilton acabou ou vai se tornar ainda mais feroz do que em 2014. Será que Nico manterá a inesperada supremacia que conseguiu ano passado nos treinos classificatórios? Tudo a conferir.

A pista do GP da Austrália não oferece desafios aos pilotos. O circuito é pouco usado e, por isso, com a pista suja e sem borracha,o primeiro treino livre fica comprometido. O segundo, à tarde, já deverá deixar claro que os carros deste ano estão muito mais rápidos que os do ano passado.

A Pirelli entregou às equipes compostos médio (faixa branca) e macio (faixa amarela). O pulo parece pequeno, mas últimos testes, em Montmeló, a diferença no tempo de volta era superior a 1s3. Isso representa 13s em 10 voltas, o que pode ser atraente para os estrategistas. No ano passado, Nico Rosberg venceu usando a fórmula que me parece a ideal para os grandes: macio-macio-médio.

Como o asfalto liso do Albert Park não lixa os pneus, o acerto pedido pelo traçado não fica longe do usado nos testes de Barcelona. Há que ter cuidado maior com as traseiras bailarinas, mas tudo indica que a preocupação maior das equipes seja com o superaquecimento das baterias dos sistemas auxiliares. Foram elas as grandes vilãs da pré-temporada, mesmo com os termômetros sempre perto de nove graus.

PNEUS, A NOVA RECEITA. Os pneus 2015 foram modificados. A traseira dos carros ficou mais pesada e, por segurança, a fábrica reforçou as estruturas internas dos pneus. Essa mudança, sobre aumentar a segurança dos pilotos, amplia a capacidade de tração.

Some-se a isso os novos compostos, que chegam rapidamente à temperatura ideal, e os motores com mais cavalaria e fica fácil entender porque a expectativa é de um ano de queda de recordes.

SEM O NÚMERO UM. Lewis Hamilton, num gesto controvertido, mas que conta com minha simpatia, abdicou do número 1 a que tinha direito por ter vencido o Mundial de 2014. Vai continuar com o 44, seu preferido.
O último campeonato sem o carro de número 1 foi o de 1994, quando Prost, campeão em 1993. Ele deixou a Williams e foi substituído por Ayrton Senna. Aborrecido Sir Frank pediu permissão à FIA para que seu segundo piloto, Damon Hill, corresse com o número zero. Foi atendido.

O CASO VAN DER GARDE. Escrevo a coluna antes do julgamento do recurso, mas o homem tem razão. A Sauber assinou contrato garantindo que ele seria um dos pilotos em 2015. Deve ter recebido bom dinheiro, mas pouco tempo depois, precisando desesperadamente de dinheiro, vendeu os cockpits para Nasr e Ericsson.

É preciso acabar com essa historia mentirosa de que contratos na Fórmula-1 podem ser rompidos sem consequência. Não é assim. A Ferrari pagou mais de € 100 milhões de euros quando rescindiu com Raikkonen. Não aprendeu a lição e gastou outro tanto para liberar Alonso. Por que? Porque quando há rigidas cláusulas contratuais é assim que a banda toca.

Van der Garde paga para correr e não é mais piloto que Nasr e Ericsson, mas isso não altera nada. Se o contrato está assinado e há outro no cockpit algo está errado.

Se os juizes mantiverem a sentença dando razão ao piloto, Herr Peter só tem uma opção: ou obedece a lei e cumpre o contrato, afastando um dos titulares, ou arranja dinheiro e paga a indenização a Van der Garde. Isso se chama Justiça.

TEIMOSOS E DEBUTANTES. 

Com Alonso fora e a chegada da Manor no lugar da Marussia, na Austrália, estarão na pista um tetracampeão mundial (Vettel), um bicampeão (Hamilton), dois campeões (Raikkonen e Button). Ao lado deles quatro já vencedores — Rosberg, Massa, Ricciardo e Maldonado.

A lista dos que correm atrás da primeira vitória, tem Valtteri Bottas, Magnussen, Kvyat, Hulkenberg, Perez, Grosjean, Ericsson e Will Stevens, piloto da Manor, que correu pela Caterham em Abu Dhabi do ano passado.
Os estreantes são quatro: o brasileiro Felipe Nasr, de 22 anos, na Sauber; o holandês Max Verstappen, de 17 ; o espanhol Carlos Sainz Jr., de 20, na Toro Rosso; e o espanhol Roberto Merhi, de 21, na Manor.

PERGUNTAR NÃO OFENDE – Se Alonso fizer sua estreia com o MP4-30-Honda, na Malásia, será que a McLaren vai contar o que aconteceu de fato com o carro e com o piloto no acidente de Barcelona? Pelo jeito o time de Ron Dennis pretende empurrar a história com a barriga. Aí tem coisa.