O presidente do Santos, Modesto Roma Jr., afirmou, na tade desta quinta-feira, que a saída do técnico Enderson Moreira foi feita em acordo com ele, que estaria insatisfeito por conta de direitos de imagens e algumas contratações pedidas, mas não realizadas. Uma delas seria a do atacante Wagner, do Fluminense.
Nos bastidores, especula-se que o treinador estaria cotado para assumir o lugar de Cristóvão Borges, que vem desagradando há algum tempo o clube tricolor. O time está em terceiro lugar no Campeonato Carioca, e o Flu do próximo domingo seria um teste de fogo para a permanência de Cristóvão.
Ao GLOBO, Francis Melo, assessor de imprensa de Enderson e também de Fred, negou com veemêmcia qualquer negociação ou contato entre o técnico e o clube das Laranjeiras. Ele se disse surpreso com o desligamento do treinador do Santos e informou que está a caminho do Rio para a cidade paulista para tomar par do assunto.
Enderson treinou o Fluminese em 2011, antes da chegada de Abel Braga, quando teve um bom relacionamento com boa parte dos jogadores que ainda estão no elenco, como Fred, Diego Cavalieri, Wagner e Gum. Chegou sob desconfiança, mas conquistou a equipe e a torcida, com um bom desempenho, apesar das eliminações do Carioca e da Libertadores. Em pouco mais de 70 dias, comandou o time em 13 jogo, com oito vitórias, dois empates, apenas três derrotas e quase 67% de aproveitamento.
Apesar de jogadores do Santos falarem em off que Enderson era grosseiro em suas críticas mesmo quando a equipe ganhava, o presidente do clube negou qualquer problema de relacionamento. Em entrevista coletiva no CT Rei Pelé, em Santos, Modesto Roma disse que Enderson já havia acertado sua saída antes do treino da manhã desta quinta, mas que ficou acordado que ele não falaria sobre isso com a imprensa. De acordo com o presidente do Santos, o treinador estava insatisfeito, o que motivou seu desligamento do clube.
- Achei que ele estava se abrindo demais com as pessoas (imprensa), externando algumas coisas que deveria externar só pessoal e internamente. Ele disse que não estava satisfeito, falou sobre contratações, o direito de imagem, que estava atrasado, e algumas coisas que não estavam agradando. Disse a ele que entendia as reclamações, e que poderíamos conversar sobre isso. Se o Enderson hoje quisesse continuar no Santos, faríamos essa coletiva só amanhã. Mas como ele se mostrou insatisfeito, antecipamos para hoje. Não foi nenhuma dispensa nem pedido de demissão. Foi um acordo - explicou Modesto.
Questionado sobre quem será o novo técnico do time de Robinho, o presidente disse que ainda iria se reunir com a direção para escolher. No jogo de domingo, contra o Botafogo-SP, a equipe será comandada pelo auxiliar-técnico Marcelo Fernandes. A expectativa é a de que se chegue a um novo nome até o clássico contra o Palmeiras, na próxima quarta-feira. Diante de alguns nomes ventilados pela imprensa local, como Dorival Junior e Wagner Mancini, o presidente mandou logo o recado de que o orçamento é modesto:
- Se grandes treinadores forem sinônimos de salários de R$ 500 mil a R$ 700 mil, podem se afastar porque não temos condição de pagar isso. Feliz ou infelizmente. O Santos não tem esse perfil. . É um momento de crise. Precisamos procurar o melhor para o Santos e fazê-lo no menor tempo possível, mas não de afogadilho. Não vou pegar o primeiro que aparece.