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TRAPAÇA: Anderson Silva não terá punião rigorosa por dopping

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Ag Globo , Rj | 09/02/2015 às 15:58
Anderson Silva
Foto: DIV
Afastado do MMA desde novembro de 2013 para lidar com questões pessoais, o canadense Georges St-Pierre opinou neste fim de semana sobre o caso de doping do brasileiro Anderson Silva. Os dois lutadores disputaram por anos o posto de "melhor lutador peso-por-peso do mundo" e uma superluta entre eles esteve em negociação no passado, mas nunca aconteceu. Crítico ferrenho do atual sistema de exames antidoping empregado no MMA, o ex-campeão dos pesos-meio-médios usou a oportunidade para pedir novamente que o UFC adote testes mais frequentes, conduzidos por organizações independentes.
- Eu me sinto muito triste por Anderson Silva. (Mas) Eu não quero falar sobre um indivíduo, quero falar sobre o sistema. O sistema é um grande problema nas artes marciais mistas... É algo que eu acredito que o UFC e os lutadores deveriam confrontar e resolver, porque, se você não resolver isso agora, só vai piorar e piorar - disse St-Pierre em entrevista à agência de notícias "Canadian Press".
ufc Cain Velasquez,Jon Jones, Anderson Silva, Georges St-Pierre, Frankie Edgar, Jose Aldo,  Dominick Cruz  (Foto: Getty Images)
Anderson Silva e Georges St-Pierre juntos em 2011: canadense quer sistema antidoping melhor (Foto: Getty Images)
Apesar de não focar suas críticas em Spider, com quem teria feito uma sessão de treinos no ano passado em Los Angeles, GSP admitiu que considerava o uso de doping uma "trapaça" e que, uma vez descoberto, deveria ter causado o cancelamento do combate. O exame que acusou resultado positivo para drostanolona e androsterona no organismo de Anderson Silva foi realizado no dia 9 de janeiro, cerca de três semanas antes de sua luta contra Nick Diaz, mas o resultado só saiu três dias depois, o que a Comissão Atlética do Estado de Nevada e o laboratório responsável justificaram pela necessidade de comprovar o que foi encontrado na primeira análise da amostra testada. 
- A luta deveria ter sido cancelada, porque é trapaça, é uma arma biológica que você tem. Se eu lutar com uma faca, e a organização sabe que eu tenho uma faca, eles não deveriam me deixar lutar, pois estou carregando uma arma. Uma droga de melhora de rendimento é a mesma coisa, é uma arma biológica. É uma vantagem que você tem sobre seu oponente com a qual você não deveria ser permitido competir, pois coloca a saúde do competidor em perigo. Nós não estamos jogando golfe, não estamos apostando corrida, estamos lutando. Toda vez que lutamos, colocamos nossas vidas, nosso bem estar em risco - afirmou o canadense.
PUNIÇÃO
 Flagrado no exame antidoping, o ex-campeão de MMA Anderson Silva deve ser suspenso por um ano, receber multa irrisória e ter a vitória sobre Nick Diaz, em Las Vegas, no último sábado, declarada “sem resultado”. Foi pelo menos o que ocorreu com outros dez lutadores do UFC acusados de doping.
Casos como o de Anderson são comnuns no MMA. Em 19 de julho de 2007, o também brasileiro Hermes França Barros foi suspenso por um ano e pagou multa de US$ 2,5 mil. No mesmo ano, no dia 15 de outubro, o flagrado da vez foi o canadense Bill Mahood, também suspenso por um ano e multado em US$ 2,5 mil.
Menos de um mês depois, em 29 de novembro, o americano Dennis Hallman teve a mesma punição: um ano de suspensão, mais multa de US$ 2,5 mil. Seu compatriota Josh Barnett recebeu pena mais branda ao ser flagrado em exame antidoping em 21 de julho de 2009: sua luta foi cancelada, ele ficou longe do octógono por oito meses e nem multa precisou pagar.
Stephan Bonnar, o ex-lutador que se autointitulava “o Psicopata Americano”, foi pego por doping antes de enfrentar o próprio Anderson Silva, em 11 de fevereiro de 2012. Ele também se livrou da multa. Foi apenas suspenso por um ano. Menos tempo ainda pegou o brasileiro Thiago Tavares, suspenso por nove meses ao ser flagrado no exame em 6 de fevereiro de 2013.
O americano Herman Terrado, pego em 24 de abril do ano passado, também foi punido com nove meses de suspensão. No caso dele, a multa foi ainda menor: US$ 1 mil. Punição um pouco mais severa foi dada a outro lutador americano, Kevin Casey, flagrado no antidoping em 30 de julho de 2014: multa de US$ 5,6 mil, suspensão de um ano e anulação de sua vitória sobre o conterrâneo Bubba Bush (a luta também foi declarada “sem resultado”).
Os casos com americanos são os mais recorrentes. Em 22 de agosto do ano passado, Brian Ortega teve a vitória anulada, foi suspenso por nove meses e pagou multa de US$ 2,5 mil. Pena mais branda teve o polonês Piotr Halmman, flagrado logo depois, em 6 de outubro: apenas nove meses de suspensão.