Esporte

2014: UM ANO de vitórias e lições para o BAVI, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Veja o que se passou em 2014 no Esporte, em comentário de ZéBarrêtodeJesus
ZéBarrêtodeJesus , Salvador | 21/12/2014 às 19:18
O golaço do ano: Van Persie de peixinho na Arena Fonte Nova
Foto: Veja
   - Medina campeão mundial nas ondas do Havaí. É o melhor surfista do planeta, o primeiro brasileiro a ganhar o título nesse esporte de branco endinheirado.  

  - Allan do Carmo e Ana Marcela, nadadores baianos, campeões do mundo, são  rei e rainha das águas abertas, os melhores   em maratona aquática. 

    Neste domingo a dupla dominou a travessia Mar Grande – Salvador, prova dura, chique e de um visual magnífico.  Manhã luminosa e muito azul na cidade do São Salvador da Baía de Todos-os-Santos. 

Os filhos das águas. 

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  Um ano Real

   - 2014 foi o ano do Real Madrid,  Campeão do Mundo em Marrocos, sábado, ao derrotar por 2 x 0 o San Lorenzo da Argentina, o time do papa. É o 4º título mundial do time madrilenho. Superioridade absoluta em campo dos chamados ‘merengues’.  O zagueiro Sérgio Ramos, autor de dois gols de cabeça no torneio, ganhou a bola de ouro de melhor jogador da competição.  

   Cristiano Ronaldo, o ‘melhor do mundo’, não se destacou, não marcou gols e ficou de bico, certamente descontente com ele próprio, a ponto de pouco comemorar o título. Na fila de cumprimentos ignorou o presidente da Uefa Michel Platini, nem apertou-lhe a mão. 

   O CR 7 passou a ideia de que só pensa nele próprio  e no título de Melhor do Mundo, que espera conquistar de novo, mas vê ameaçado pelo desempenho, em 2014, do extraordinário Neuer, o goleiro do Bayern de Munique e da seleção da Alemanha. 

   Bom lembrar que a despeito dos gols e gols feitos pelo atacante CR jogando pelo Real, batendo recordes e recordes, o ‘portuga’  fez uma pífia Copa do Mundo no Brasil e às vezes se esconde em jogos importantes, decisões, quando a marcação é dura e implacável sobre ele.   O ‘gajo’ joga muito, é certo, mas sua vaidade, seu ego é maior que a bola que joga. 

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   Safadezas 

  - Na surdina, a ‘bancada da bola’ no Congresso está  emplacando uma emenda parlamentar que vai permitir, mais uma vez, que os clubes brasileiros parcelem suas dívidas absurdas e milionárias com o governo em até 240 meses, com descontos de 70% nas multas e de 30% nos juros. Sem contrapartidas. Passam por cima das leis, querem mamatas, mais mamatas.   

  Por essas e tantas outras nosso futebol tá um lixo. Uma vergonheira. Não se pode perdoar sempre tanta irresponsabilidade.  Salários absurdos de atletas e treinadores ‘meia-boca’, clubes mal administrados,  só a CBF e as Federações se dão bem e alguns esperto mamam, a Globo controlando tudo – tabelas e calendários e distribuição desigual de grana...  Negociatas e armações ilimitadas.  A maioria dos clubes  brasileiros viraram pasto de engorda. 

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  E nós ? 

  A dupla Ba Vi está na segundona, de novo.

  - Para aplacar a ira do torcedor, o Vitória saiu na frente e trouxe treinador novo  - uma aposta no pouco conhecido Ricardo Drubsky -, chamou para gerenciar o futebol o gestor Anderson Barros (que já trabalhou no Bahia), anunciou a volta, mais uma vez, do polêmico atacante Neto Baiano, com histórico de goleador em suas passagens anteriores pelo clube, e também a contratação do rápido e jovem atacante Rogério, que se projetou com a camisa do Nautico(Pe) mas esteve no elenco do Botafogo (RJ) nesta temporada de 2014, rebaixado também para segundona. 

A torcida anda meio injuriada com a gestão do presidente  Carlos Falcão, um fracasso neste ano que se finda.

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  -  O Bahêa, correndo contra o tempo, empossou seu novo presidente, Marcelo Sant’Ana, mais o Conselho do clube e se desfez de uma carrada de atletas, os emprestados e os que tinham contratos findos agora em dezembro. Pagaram os salários todos e o 13 º deles ?  O clube também anda doido pra se desfazer de outros que ganham muito e muito pouco produziram este ano, ou já deram o que tinham de dar com a camisa tricolor, tipo o goleiro Lomba, o zagueirão Titi...  alguém se interessa por eles? 

   O presidente Marcelo Sant’Ana deve anunciar (já devia tê-lo feito)a vinda de um gestor de futebol, provavelmente Alexandre Faria, que trabalhava como superintendente no América (MG) ; e , na sequência, deve apresentar como novo treinador o  paulista (47 anos) Sérgio Soares, que mais recentemente trabalhou no Ceará e já treinou o Santo André, o Avaí e o Atlético (PR). Alguns torcedores perguntam, injuriados: Por que não efetivam Charles? 

   O clube também está negociando a volta do atacante Jael, aquele que foi artilheiro quando o time livrou-se da segundona e saiu do clube depois de dar um sopapo num gerente de futebol da época, depois de uma discussão entre ambos.  Sabe fazer gols quando está em forma e com a cabeça no lugar, mas machuca muito também.  

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 - Achei decente e elegante a carta-despedida do zagueiro Démerson, do Bahia. Realizou um bom trabalho no clube.

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O fato é que Bahia e Vitória são umas incógnitas para 2015. 
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   O acontecido

   Passando os olhos no ano que se finda...

   - O grande acontecimento esportivo brasileiro  foi sem dúvida a realização da Copa do Mundo no país, um êxito dentro e fora de campo, com o congraçamento nas ruas de gente de várias partes do mundo nas cidades que sediaram os jogos. Culturalmente interessante e rico. Mistura de cores e costumes. 

   - Na Bahia, a Fonte Nova, toda modernizada e adequada às exigências da Fifa, foi palco de  jogos de alto nível, algumas goleadas fantásticas e gols raros como aquele do holandês  Van Persie, mergulhando e cabeceando uma bola lançada de uns 40 metros, cobrindo o goleirão que saía no seu encalço.  Beleza pura.

  - A Holanda deu show na Fonte e os alemães, campões do  mundo, deixaram marcas e saudades no sul da Bahia, onde se concentraram. Se enturmaram até com os índios da região.


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   - O grande blefe do ano foi o ‘papelão’ do escrete de Felipão que levou uma balaiada histórica e inusitada de 7 x 1 dos ‘alemão’ , um banho de bola até hoje inexplicável, impensável numa Copa do Mundo.  Nem eles, os alemães, acreditaram naquilo. E olha que até aliviaram na dose, o placar poderia ser mais elástico.

    - Da equipe brasileira, quem escapou do fiasco foi o atacante Neymar, que não jogou  contra os alemães nem contra os holandeses (levamos três deles, ainda por cima) porque tomou uma traulitada nas costelas, no jogo anterior, de um certo Zuñinga, zagueiro colombiano, que quase o inutiliza. Pra muitos, com ele em campo, o ‘baba’ contra a Alemanha poderia ter um outro roteiro. 

   -  Assim, acabada a Copa, só se falava em grandes mudanças, em reestruturação do futebol brasileiro, após a vergonha. Mas... nada aconteceu. Tudo continua como dantes.  Ah, sim, Dunga substituiu  o arrogante Felipão. Um gaúcho por outro. Questão de estilo. 


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   - No âmbito baiano, o tricolor foi Campeão estadual, aos trancos e barrancos, quebrando um jejum de anos sem um título, mas foi só.  Como o rival, Vitória, perdeu tudo mais o que disputou no ano e , para piorar, ambos caíram juntinhos e abraçados para a Série B, a famigerada segundona. Uma temporada pra esquecer, ou pra nunca esquecer. Lições?

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  - ‘De boa’ mesmo foi o futebol mineiro: O Cruzeiro sagrou-se bicampeão brasileiro, com sobras, e seu rival o Atlético (Galo Mineiro) ganhou a Copa do Brasil, numa inédita final no Mineirão, BH em festa.  Em Minas, hoje, se joga o melhor futebol do Brasil. 

 Tardelli e Éverton Ribeiro foram os destaques , os craques da temporada. Eu acrescentaria o meia Ganso, do São Paulo, diferenciado.   

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   - Realce também  para os ‘eternos’ Rogério Ceni, goleiro do São Paulo, 42 anos, ainda fazendo grandes defesas e gols;  o meia Zé Roberto, do Grêmio, quase 40, correndo mais do que muitos ‘meninos’ e jogando o fino; e mais o meia canhoto Alex, que terminou a carreira livrando o seu Coritiba da degola, o Brasil inteiro reconhecendo seu talento. Profissionais que sabem se cuidar. 

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   - Vale lembrar do caso Aranha, o goleiro do Santos, vítima de atos racistas praticados por um grupo de torcedores do Grêmio, no estádio Olímpico, em Porto Alegre. Destemido, o goleiro enfrentou de frente, abriu o bico, prestou queixa e escancarou um problema que muitos gostam de camuflar.  Grande Aranha ! 

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   - Saindo dos campos de bola para o octódromo, restou-nos na memória a imagem terrível da fratura exposta da perna do lutador Anderson Silva, ao chutar seu oponente.  Mas o ‘negão’ é forte, já está recuperado.  Fosse ele, não voltaria mais a competir. 

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   - Já agora em dezembro, na esteira dos escândalos de corrupção que flecharam o coração da Petrobrás, a maior empresa brasileira, estourou o escândalo de desvios de dinheiro e contratos mafiosos na Confederação Brasileira de Vôlei; há um clima de desapontamento e revolta entre os atletas das nossas seleções (masculina e feminina) campeãs, reconhecidas internacionalmente. Os exemplos de malfeitos se alastram. Argh !



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   Paroano é ali 

   No mais, preparemo-nos para 2015: 

  - Um ‘Baianão’ ao estilo pereba do presidente da FBF, Sr Ednaldo Rodrigues, em campos infames, com arbitragens desastrosas e arquibancadas vazias. 

  - Depois, a Copa do Nordeste, com jogos no Piauí, Maranhão, Sergipe, Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Ceará, RGN ...     Há muito não fazemos bonito nessa competição que tende a crescer a cada ano.  Quem se habilita? A Bahia precisa retomar a hegemonia regional. 

  -  Copa do Brasil...  até onde iremos?  

 - E , acostumem-se logo, programem-se: jogos da dupla Ba Vi (Fonte Nova, Barradão e TV) às terças, sexta e  sábados ...  Porque estamos  na segundona, uma competição de jogos disputados mais na tora do que na técnica, com arbitragens estranhas e ‘encomendadas’, gramados desnivelados, e muitas viagens, sofrimento ...  haja reza. 

Mas a cobrança é total e não haverá desculpa para ambos, Bahia e Vitória, não se classificarem entre os quatro primeiros. Voltar à Série A , logo, é o objetivo maior nesse ano que já está à porta. Aplicação, trabalho duro e fazer valer, sempre, o mando de campo. 

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Cachoeira acaba de se sagrar  Campeão do Intermunicipal de futebol, após vencer nos pênaltis a seleção de Santa Luz, em Santa Luz.

Cachoeira havia vencido a primeira partida em casa, no recôncavo, por 2 x 1. 

        O jogo em Santaluz foi eletrizante, com 9 gols marcados. Santa Luz vencia por 5 x 3 (e com esse placar seria a campeã ) até os 45 minutos do segundo tempo, o jogo mais para time sertanejo que até perdeu um pênalti antes dos 40 minutos, com Robinho chutando pro alto. Antes de o árbitro apitar, no entanto, o craque do jogo Noel (camisa 10 de Cachoeira, 27 anos) fez 5 x 4, levando a decisão para as penalidades livres na marca da cal. E Cachoeira arrancou a vitória assim, calando o estádio de Santa Luz.

FELIZ NATAL