Na corrida pelo histórico título mundial para o Brasil no surfe, Gabriel Medina vê a paciência, a determinação e a fé como alguns dos principais ingredientes para cumprir a sua missão. Número um do mundo após dez etapas do Circuito Mundial (WCT), o jovem de 20 anos também tem a família como um porto seguro em um esporte solitário. Além do pai e treinador, Charles Rodrigues, a mãe, Simone, e os irmãos, Felipe e Sophia, marcam presença no Havaí para torcer para o prodígio de Maresias na última etapa, desta segunda-feira até 20 de dezembro, nas ondas tubulares e perfeitas de Pipeline.
Nesta segunda-feira, as disputas em Pipeline foram adiadas. Assim que as condições do mar melhorarem, será realizada uma triagem, de onde sairão dois surfistas convidados ("wildcards") para se juntar aos 34 competidores da chave principal. Eles entrarão nas baterias de Mick Fanning e de Gabriel Medina.
Na briga pelo caneco, o paulista de São Sebastião tem o australiano Mick Fanning, tricampeão mundial e rei do "power surf" - o estilo baseado na força aplicada nas manobras e rasgadas - como maior adversário. E americano Kelly Slater, lenda do esporte com 11 títulos mundiais, também tem chances matemáticas de vencer a temporada.
- Para ser campeão mundial, você precisa ter paciência e acreditar até o fim, até tocar a buzina e acabar o campeonato. O que me dá força é a minha família, seja nas vitórias ou nas derrotas. Eles estão sempre do meu lado me dando força. Só tenho que agradecer a Deus por tudo - disse Medina, que venceu as etapas de Gold Coast, na Austrália, Tavarua, em Fiji, e Teahupoo, no Taiti, na temporada 2014.
Segundo o brasileiro, não há mistérios para conquistar vitórias. A estratégia não poderia ser mais simples: surfar. Medina conta que não é do tipo que faz promessas ou rituais mirabolantes para obter sucesso. Antes de entrar no mar, ele gosta apenas de ouvir música e rezar, hábito que adota em diversas situações.
- Minha estratégia para vencer é surfar, ou seja, fazer o que eu sempre faço. O lance é me concentrar para pegar as melhores ondas. Antes da bateria, costumo ouvir um som e rezar. Eu oro todos os dias antes dos campeonatos, antes de entrar na água, antes de dormir. Esse é o único ritual que eu tenho, é onde eu busco concentração. Estou feliz e confiante para o título.