Esporte

VITÓRIA vence BAHIA e pega duas pedreiras, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

BAVI seguem na luta para não serem rebaixados
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 21/09/2014 às 19:34
Ney Franco quebra jejum de nunca ter vencido um BAVI
Foto: ECVitória
De virada, o Vitória venceu o clássico Ba Vi (2 x 1), quebrou uma sequência de 8 jogos sem vencer o rival, acabou também com o jejum de Ney Franco (que ainda não tinha conseguido ganhar do tricolor) e, mais importante, saiu da lanterna e, provisoriamente, da zona de rebaixamento. O rubronegro agora tem 24 pontos e o Bahia tem 23, na zona, em 18º lugar.


É hora de comemorar, mas a semana vai ser dura. O Vitória joga duas partidas seguidas fora de casa. A primeira, na quinta-feira, em São Paulo, contra o Palmeiras que também chafurda pela zona, no desespero. É um jogo difícil. No domingo, em Belo Horizonte, encara o Atlético, o Galo, que derrubou o líder Cruzeiro no domingo ( 3 x 2), o clássico mineiro.

O Bahia faz dois jogos em casa, numa semana rubronegra. Na quarta, recebe o Sport do Recife, na Fonte; o Leão pernambucano ganhou do Coritiba, em Recife, 1 x 0. E no domingo encara o Flamengo, de casa cheia. Vencer as duas é a meta para sair da zona. Não será nada fácil, são duas paradas duras. 

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Primavera na Fonte

Tarde de domingo, clássico BaVi ou ViBa na Fonte Nova luminosa sob um sol de quase verão abrindo a primavera baiana, casa com um bom público (35 mil pagantes), ambos os times da paixão dos torcedores na zona do rebaixamento mas nem por isso menos vibração nas arquibancadas. Bahia de camisas brancas, vitória de rubronegras. 

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Como manda a tradição, um começo de jogo nervoso, de pegada forte, mas leal. De início, uma postura mais ofensiva do Vitória. Mas, aos 5 minutos, Pará fez boa jogada pela esquerda e cruzou a meia altura, a zaga dormiu e Kieza, rápido, testou de cara com o goleiro: 1 x 0. Não demorou muito a vantagem tricolor. Aos 8 minutos, Marcinho bateu falta na lateral da área pelo alto, do lado direito do ataque, a zaga atrapalhada não cortou, Lomba saiu catando borboleta e Kadu, metido entre a zaga, na pequena área, raspou de cabeça e empatou: 1 x 1. 

Um jogo aberto, com emoções, como o torcedor gosta, bom de ver. O Bahia atacando mais pelas laterais, buscando o lado esquerdo; o Vitória alçando mais bolas altas na área; os dois times buscando o ataque, com mais vontade do que técnica. Aos 27’, Nino cruzou na cabeça de Dinei que mandou por cima. Aos 34’, Leo Gago pega uma sobra dentro da área, limpa, mas bate mal, por cima. Aos 37’, Dinei ganha uma dividida e arrisca de longe, erra o alvo. Aos 39’, cobrança de escanteio, a zaga vacila, Roger sobe e desvia, a bola raspa no pé da trave esquerda de Lomba. Equilíbrio em campo na primeira etapa. O rubronegro deteve mais a bola e o tricolor foi mais agudo. Apagados os meias de ligação Marcos Aurélio e Marcinho, bem marcados. 

A segunda etapa da virada.

O treinador Kleina ousou, tirando o apoiador Leo Gago e colocando o meia ofensivo Maxi Biancucchi. O treinador do Vitória, Ney Franco, não mexeu na equipe. Aos 7 minutos, Luis Gustavo chutou de longe, rasteiro, e o goleirinho Lomba aceitou, falhou feio: caiu atrasado, a bola bateu na trave, bateu na perna dele e entrou - 2 x 1. 

Daí, o Vitória se encolheu, mais à vontade com o placar, e esperou o Bahia se abrir, na intenção de matar o jogo no contragolpe. O tricolor sentiu o golpe, teve dificuldades para penetrar e já não marcava bem no meio campo. Aos 15’, saiu Marcos Aurelio, vaiado, entrou Branquinho. Aos 17’, Nino cruzou, a zaga vacilou e o baixinho Juan testou no travessão; quase! O Vitória tinha o domínio do jogo. Aos 27’, saiu Richarlysson, exausto, entrou Mansur. 

Aos 29’, Branquinho cruzou uma falta, pelo alto, Kieza ganhou na cabeça do goleiro mas a bola cobriu o travessão. Aos 30’, Rafinha rasgou pelo meio e bateu forte da entrada da área, mas a bola raspou a trave, assustando o torcedor rubronegro. Aos 32’, saiu Vinicius e entrou o ‘Picapau’. Os jogadores do Vitória passaram a aplicar a tática do cai-cai e faltas seguidas para ‘mascar’ o jogo e garantir o triunfo. 

Aos 38, entrou Emmanoel no Lugar de Rafinha, morto em campo, correu muito. Branquinho bateu falta, Gatito Fernandes salvou de soco. Aos 48’ o Picapau teve a chance, quis fazer um golaço, foi egoísta e perdeu. 
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Destaques:

Boa, sensata a arbitragem do mineiro Ricardo Marques Ribeiro. 

No Bahia, Lomba errou feio nos dois gols que tomou. O miolo de zaga, Demerson e Lucas mostrou-se nervoso, atabalhoado. Titi fez falta. Nas laterais, Pará melhor que Railan. O meio campo com Uéliton, Leo Gago e Rafael marcou muito e criou pouco. Apagados os meias Marcos Aurélio, Branquinho e Emannoel; na frente Kieza lutou e Rafinha fez boas puxadas de contragolpe enquanto teve pernas. Maxi continua devendo.

No Vitória, o goleiro Gatito deu conta, a zaga (com Roger e Kadu ) espanou; os laterais Nino e Juan cresceram muito na segunda etapa; Cáceres melhor que Richarlysson e Luis Gustavo fez um golaço do meio da rua, decisivo, com a ajuda de Lomba. Marcinho discreto; Dinei e Vinícius deram trabalho.

Ney Franco foi melhor, mais feliz que o Gilson Kleina na escalação do time, na proposta de jogo, na volta do segundo tempo e nas substituições feitas. 

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Mensagem final

Jogo bom, casa cheia, torcida rubronegra contente, mas nada a comemorar. O resultado foi normal, clássico sempre se decide em detalhes, erros, vacilos, lances de sorte.
Nem é para os rubronegros acharem que está tudo às maravilhas, tampouco para os tricolores arriarem os pneus. A luta, infelizmente é contra o rebaixamento. Para ambos. E será assim até a última rodada. Quem viver, verá. 
Levantar os ânimos , pois, e encarar os adversários, rodada a rodada, como se fosse cada jogo uma decisão, vida ou morte. 
Se acomodar ou deixar cair a peteca... segundona paroano. Cruz credo!
Salve a primavera!