Esporte

Em fala com "mídia amiga", Felipão pede ajuda contra complô, diz Terra

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Terra/Celso Paiva , RJ | 30/06/2014 às 22:25
Capitão Thiago, sem controle emocional e precisando de psicologo
Foto: Getty Images
O técnico Luiz Felipe Scolari pegou todos os jornalistas na Granja Comary de surpresa ao chamar um grupo de cinco profissionais que participam da cobertura para um papo informal, durante o treino da tarde da Seleção Brasileira. Ao lado do auxiliar técnico Flavio Murtosa e do coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, ele se reuniu com os membros da mídia atrás do local onde os jogadores concedem entrevistas para todos os credenciados. 

Uma barreira foi feita por profissionais da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para que não se escutasse o teor da conversa, que contou com a participação de Juca Kfouri (Uol / Folha de S. Paulo / ESPN Brasil), Paulo Vinicius Coelho (Folha de S. Paulo / ESPN Brasil), Fernando Fernandes (TV Bandeirantes), Osvaldo Paschoal (Fox Sports / Rádio Globo) e Luiz Antonio Prósperi (O Estado de S. Paulo). Nos minutos finais, foi chamada a presença de um integrante do jornal O Globo, que acabou sendo representado por Carlos Eduardo Mansur. 


Indagado pelo Terra sobre qual o motivo do encontro restrito e qual o critério da escolha dos profissionais, a assessoria de imprensa do treinador disse que Felipão resolveu fazer um bate-papo com os jornalistas com os quais tem mais intimidade entre os que estão seguindo a Seleção Brasileira.

Mesmo sem ter acesso à reunião, a reportagem do Terra conseguiu algumas informações do que foi conversado no bate-papo. O treinador teria reclamado que a imprensa brasileira deu um destaque gigantesco para o pênalti marcado em cima de Fred e não critica com veemência as simulações de Robben na partida de oitavas de final contra o México.

Não é a primeira vez que o comandante da Seleção comprou briga com a Holanda. Ele já tinha ficado irritado com a declaração do técnico Louis Van Gaal, insinuando que o Brasil teria sido colocado para jogar depois de Holanda e Chile no último jogo de fase de grupos para escolher o adversário das oitavas de final. Felipão chamou Van Gaal de burro ou mal intencionado. 

Quando questionado sobre a postura dos jogadores em campo, emocionando-se facilmente como aconteceu com Thiago Silva e Júlio César na disputa por pênaltis, a comissão técnica confirmou que ainda tem que se resolver questões da parte emocional da equipe, admitindo ter um abalo psicológico no grupo pela pressão de disputar uma Copa do Mundo em solo nacional.

O treinador falou pouco sobre o time, mas deu a entender que não usará um zagueiro (Henrique, improvisado, ou Dante, adiantando David Luiz para a cabeça de área) para suprir a ausência de Luiz Gustavo, que está suspenso. Fernandinho deve ser recuado e Paulinho, Ramires ou Hernanes ganhar a vaga aberta no meio.

Felipão ouviu dos jornalistas que ele e Parreira não estão sabendo administrar a pressão e o favoritismo que eles mesmos pregaram no início da preparação, em Teresópolis. E que a imprensa brasileira só reproduz os fatos sobre a Seleção.