A 10 dias do início da Copa do Mundo, a presidente Dilma Rousseff garantiu que o país está preparado para receber o Mundial. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, no Palácio do Planalto, em Brasília, onde Dilma recebeu a visita do presidente da Fifa, Joseph Blatter. Após reunião a portas fechadas por cerca de uma hora, os dois participaram de uma cerimônia em que Blatter fez uma entrega simbólica da taça da Copa à presidente do Brasil.
- Estamos, preparados para oferecer ao mundo um maravilhoso espetáculo, acrescido da alegria, do respeito e da gentileza característicos do povo brasileiro. Nós sabemos que estamos prontos - afirmou Dilma Rousseff.
Apesar dos atrasos em algumas obras - o palco da abertura, Arena Corinthians, por exemplo, ainda recebe os últimos ajustes e não pôde ter sua capacidade total testada no último fim de semana -, a presidente fez questão de ressaltar que toda a infraestrutura necessária para o Mundial está concluída.
- Os estádios estão prontos. Muitos já foram palco de jogos de campeonatos estaduais, do Campeonato Brasileiro. E os torcedores que os conheceram já sabem que são modernos, confortáveis e seguros. Os aeroportos, por onde a maioria dos visitantes virão, estão preparados para essa demanda adicional que vamos receber este mês... Nas sedes em que há portos, a chegada dos navios ocorrerá em estruturas modernizadas - completou a presidente.
Dilma citou ainda os investimentos em tecnologia da informação e destacou o planejamento de segurança para a Copa. Segundo a presidente, os turistas e os torcedores brasileiros terão toda a tranquilidade para poderem acompanhar os 64 jogos do Mundial.
- O centro de mídia está preparado para levar às pessoas de todo o mundo imagens e sons de alta qualidade, compartilhando as emoções vividas nos estádios. Aos brasileiros e estrangeiros, asseguro que a segurança vai proporcionar a todos a tranquilidade necessária para aproveitarem os jogos, as festas e os passeis para conhecer nossas belezas.
Em seu primeiro compromisso oficial desde chegou ao Brasil no último domingo para a Copa do Mundo, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, fez questão de discursar em português, apesar do carregado sotaque espanhol. O suíço explicou que, por uma questão de respeito, decidiu colocar a visita à presidente Dilma Rousseff no topo de sua agenda no país.
Blatter disse estar bastante animado com a proximidade do início da Copa e voltou a demonstrar confiança no sucesso do evento.
- Estou muito animado com as próximas semanas. O Brasil é o país do futebol e não preciso lembrar que são cinco vezes campeões mundiais e, certamente, toda uma nação de 200 milhões de pessoas está torcendo pelo sexto título. Será uma grande Copa do Mundo. Com o apoio do povo brasileiro, da presidente, do governo, de todas as cidades-sedes e do Comitê Organizador Local, vamos fazer juntos o máximo para que essa seja a melhor Copa do Mundo da história.
O presidente da Fifa também destacou os benefícios que a Copa do Mundo poderá trazer ao Brasil, como a divulgação do país em todo o Mundo.
- O Brasil é uma potência do futebol, como já mencionei. Mas é também uma força da economia mundial. Temos certeza que esse evento vai dar ao Brasil uma oportunidade extra de se promover em todo o planeta. De fato, durante mais de um mês, todos os olhos do mundo vão se voltar ao Brasil através da televisão. É uma promoção excepcional do seu país, senhora presidente - concluiu Blatter, que lembrou também que a Copa será usada para promover questões como a paz mundial e o combate ao racismo.
Na saída do Palácio do Planalto, o presidente da Fifa, que embarca para São Paulo ainda nesta segunda-feira, foi questionado por jornalistas sobre as denúncias de corrupção na eleição do Catar para a Copa do Mundo de 2022. Porém, o suíço se recusou a comentar o assunto.
Durante a cerimônia em Brasília, Joseph Blatter Fifa fez uma entrega simbólica da taça da Copa à presidente Dilma Rousseff, em um momento que o próprio dirigente classificou como histórico.
Ao receber o troféu, Dilma hesitou um pouco antes de ergue-lo e pediu a ajuda do pentacampeão Cafu. Logo em seguida, a presidente fez questão de tocar três vezes na madeira, em um gesto comumente feito para evitar azar.
- Meu desejo, que tenho certeza, é compartilhado por todos os mais de 200 milhões de brasileiras e brasileiros, é que, no próximo dia 13 de julho, mais 23 brasileiros possam tocar nessa bela taça - afirmou Dilma.
- Agora, oficialmente, a taça está no Brasil, passou pela mão da autoridade máxima do país, nossa presidente, e agora é fazer o possível para que ela possa continuar conosco. Nesse momento, temos que pensar principalmente em fazer uma boa Copa do Mundo, trazer um pouco mais de alegria para os nossos brasileiros. É óbvio que isso não vai resolver todos os problemas desse Brasil grande e maravilhoso, mas estamos a poucos dias da Copa e vamos pensar exclusivamente e fazer um grande evento - completou o capitão do pentacampeonato.
De acordo com as regras da Fifa, apenas chefes de estado e campeões da Copa do Mundo podem segurar a taça, que nos últimos nove meses passou por 89 países e 27 cidades do Brasil.