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A CIDADE DA BAHIA É TRICOLOR. BAHIA CAMPEÃO 2014, p/ ZÉDEJESUSBARRÊTO

No Vitória, salvou-se o goleirão Wilson, que salvou a meta e evitou uma derrota por boa margem de gols.
ZÉDEJESUSBARRÊTO , Salvador | 13/04/2014 às 21:08
Jogadores comemorarm o merecido título do Bahia
Foto: Facebook
Jogando sem grande empolgação mas com raça, mostrando maturidade, evolução técnica e tática em campo, o Bahia sagrou-se Campeão Baiano/2014 empatando (2 x 2) com o rival Vitória, quando já tinha vantagem no jogo por ter vencido o primeiro duelo da final por 2 x 0, semana passada, na Fonte Nova. Título merecido pelo que a equipe tricolor mostrou em campo nas finais, mostrando-se superior e engolindo o adversário. Ganhou o duelo e o título o time mais competente. 

Importante ressaltar o valor desse campeonato, logo após a chamada ‘democratização’ do clube. Mostrou-se pé-quente essa diretoria do presidente Fernando Schimidt, que assumiu o comando do clube numa crise sem limites, dentro e fora dos gramados, e muito descrédito. A torcida voltou a apoiar e a bola começou a entrar. 

É bom lembrar que o Bahia, além dos profissionais, ganhou também os títulos de sub-17 e sub-20, as chamadas divisões de base. De parabéns a Nação Tricolor ! É o 45º título de Campeão Baiano, distanciando-se um pouco mais do vice. 
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Festa em Pituaçu

Se não foi tecnicamente um grande jogo, o clássico teve sim bons lances, disputa tática em campo, boas jogadas e bastante emoção. O rubronegro, com a obrigação de fazer gols e tirar a vantagem de placar que o Bahia tinha, veio a campo com dois centroavantes altos (Dinei e Souza) para explorar as cabeçadas nos cruzamentos; entrou com uma zaga diferente (Salustiano e Luis Gustavo) e pôs um meiocampo mais marcador, mais brigador, com Neto Coruja, Cáceres e Zé Wélisson. O tricolor, com relação ao time do domingo passado que venceu por 2 x 0, substituiu apenas o apoiador Uéliton (suspenso) por Rafael Miranda e Guilherme (o lateral esquerdo machucado) pelo garoto Pará. Manteve a estrutura e o sistema de jogo, sem centroavante, ocupação do meio campo e muita marcação, troca de posições.
Deu certo. 

Os jogadores rubronegros começaram nervosos, cometendo muitas faltas, tentando intimidar os tricolores. Assim, logo no primeiro minuto, Lincoln batendo falta obrigou Wilson a trabalhar. O Vitória, sem conseguir penetração na defesa tricolor, ariscava de longe sem levar perigo. Aos 19 minutos, Talisca pela direita cobrou falta na cabeça de Fahel, que, dentro da pequena área, sem marcação, testou marcando 1 x 0 e deixando a equipe adversária mais nervosa ainda. Lomba praticamente não foi molestado no primeiro tempo. 

Aos 23’ Maxi driblou Salustiano e foi derrubado quase em cima da linha da grande área. Ia entrar de cara. O becão levou amarelo e o tricolor desperdiçou a chance. Aos 32, Pará tentou de fora mas Wilson catou. Aos 38 Rhayner ganhou na velocidade da zaga, entrou de cara e bateu na rede, por fora. Sò dava Bahia, soberano em campo. Aos 41’, Rhayner enfiou para Lincoln, a defesa rubronegra parou no lance e o meia encarou o goleiro e fez 2 x 0. Mais que justo.


Para a segunda etapa, o treinador Ney Franco substituiu Souza , que nada fez, por WiIliam ‘Picapau’ e partiu pra cima, até porque agora precisava fazer 4 gols para tentar o título. O Bahia, de Marquinhos Santos, continuou na dele, esperando o adversário para contragolpear. 

Aos 12’ o Vitória achou uma pênalti bobo e diminuiu: o lateral Diego Macedo meteu o braço na bola numa cobrança de escanteio, Juan bateu bem e fez 2 x 1. Aos 16’, Talisca fez fila na defensiva rubronegra e, da entrada da área, bateu forte mas o goleiro Wilson pegou. Aos 17’ Rhayner levou Salustiano na velo e foi derrubado, forçando a expulsão do zagueiro. O Vitória ficou com um a menos. Aos 19’, Talisca de cabeça quase faz. O jogo ficou aberto, lá e cá, o Vitória arriscando tudo. Aos 20, o Picapau quase empata. Aos 22’ Talisca, de frente, de cara, perdeu o gol por preciosismo. Aos 25, Pitoni, de frente, bateu por cima, mas, aos 28, Ayrton aproveitou-se de um erro coletivo da zaga, que deu mole, e bateu por baixo surpreendendo Lomba: 2 x 2. 

Aos 35’ Maxi e Pitoni perderam chances de golear. Aos 43’ Talisca driblou a zaga, o goleiro e bateu com o gol vazio mas Luis Gustavo tiropu na linha. Aos 46 e 47 Wilson salvou duas outras oportunidades claras de gol do Bahia. 

O placar poderia ser um triunfo tricolor com boa margem de gols, se observarmos bem as chances que cada equipe criou até o final. O tricolor foi superior na partida.

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A Taça que a Federação Baiana de Futebol entregou ao Campeão Baiano teve o nome do repórter José Raimundo, da TV Bahia, um dos melhores do país, premiadíssimo. Homenagem merecida. Sò que o amigo e irmão Zé Raimundo é um ferrenho torcedor do Vitória e, mesmo sem graça, teve de mostrar cara de felicidade ao entregar o troféu ao goleiro Lomba, capitão tricolor, sob delírio das arquibancadas a cantar o Lepo-Lepo. 

Destaques: 
No Bahia, para o treinador Marquinhos Santos que postou seu time para ser campeão, e mais uma vez ganhou taticamente do ‘amigo’ rival Ney Franco.
Muito bem a dupla de zaga Démerson e Titi, assessorada por Fahel que marcou mais um de cabeça contra o Vitória, predestinado. O garoto Pará não sentiu o peso da camisa nem a responsa de uma final contra o Vitória. Mas, os três melhores em campo, disparado, foram Talisca, Rahyner e Lincoln, desequilibraram.

No Vitória, salvou-se o goleirão Wilson, que salvou a meta e evitou uma derrota por boa margem de gols. 

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Lua cheia bela e 23 mil pessoas nas arquibancadas de Pìtuaçu. 
Pouca gente para a disputa de um título, mas a torcida rubronegra parece que adivinhava a perda. Antes de acabar o primeiro tempo, com os 2 x 0, vi muito torcedor caindo fora, de fininho. E, tanto no primeiro como no segundo tempo, muita briga no meio da torcida vermelha e preta, pancadaria grossa, a moçada nervosa com a queda do time. 
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Aliás, a moçada das chamadas ‘uniformizadas’, verdadeiras gangues, começou a brigar na rua, desde cedo. Três torcedores do Bahia que bebiam num boteco em Brotas foram esfaqueados por rubronegros que desceram de três carros e partiram de surpresa pra agressão. Teve pancadaria ainda em Nazaré e no Bonocô, enfrentamentos. Lamentável !

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Acabado o jogo e com a perda do campeonato algumas emissoras de rádio anunciavam quer a direção do Vitória teria mandado embora o diretor de futebol Raimundo Queiróz. 
Já Ney Franco, o treinador que nunca venceu o Bahia, dizem, continua prestigiado. Não se sabe até quando. 
De amanhã em diante é hora de se anunciar contratações, de um lado e de outro. Sem muito tempo para avaliação porque o Campeonato Brasileiro já começa no domingo que vem. 

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Já no meio da semana, quarta-feira, valendo pela Copa do Brasil (jogos de volta, decisivos), o Vitória enfrenta o J. Malucceli, em Pituaçu, às 19h30. E, na quinta-feira, o Bahia enfrenta o Vila Nova (MG) na Fonte Nova, às 21 h.

Entendo que Bahia e Vitória precisam contratar reforços para enfrentar as novas competições que virão, sobretudo o Campeonato Brasileiro. Enxugar o elenco, dispensando atletas que não foram aprovados e contratando outros mais qualificados. 
O rubronegro tem problemas defensivos graves e ainda não achou o substituto de Ecudero, no meio campo. Souza, bem testado nessas finais, teria sido aprovado? 
O Bahia precisa sobretudo de atacantes, homens de área, goleadores. 

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No domingo, sagraram-se campeões estaduais o Flamengo (Rio), o Inter-Colorado (RGS), o Cruzeiro (MG), o Ceará e, grande surpresa, o Ituano, em São Paulo , que venceu o Santos nos pênaltis.

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Mais racismo? 

O apoiador Marino, negão que joga no São Bernardo, foi agredido e humilhado no estádio Durival de Brito, em Curitiba, na quinta-feira, em jogo pela Copa do Brasil, xingado de macaco, de gorila e outras baixarias. Ele deu queixa, fez BO, mas isso dá em quê? Não se vê ninguém punido de vera. E tudo só piora, a cada dia. Lamentável. Dá uma profunda tristeza. 
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Depois da derrota (1 x 0) para o Granada, fora de casa, o atacante Neymar foi recepcionado em Barcelona, de volta, com insultos e uivos de macaco, atos racistas. Outros ídolos, como Messi e Iniesta, jogaram mal a partida, até foram bem piores do que o brasileiro, mas Neymar foi o alvo maior dos idiotas racistas cada dia mais agressivos no mundo inteiro. Isso é mal.
Êh humanidade, até quando ? 
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Pra quem curte, tem jogão de bola no meio da semana, pela tevê, a final da Copa do Rei: Real Madrid x Barcelona. Cristiano Ronaldo ou Messi? Neymar ou Balle ? 

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Estão definidos os clássicos das semifinais da Liga dos Campeões da Europa: Real Madrid X Bayern Munique (Madrid, dia 22) e Atlético de Madrid X Chelsea (dia 23, também na capital espanhola) . Jogaços ! 
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Para terminar, deixo algo para reflexão sobre o título de Campeão do Bahia: 
- Um marco, um recomeço, uma nova era? 
Como diz o fantástico hino composto pelo professor Adroaldo Ribeiro Costa : ... “É assim que se resume a sua História!”.