Grandes jogos nesta quarta-feira, 9
Globo Esporte , Madrid |
09/04/2014 às 18:04
David Villa e Koke gol Atlético de Madrid x Barcelona
Foto: Getty Images
O time e torcida do Atlético de Madrid não sentiu a falta do principal jogador nesta quarta-feira, quando os dois deram uma brilhante exibição de sintonia e, juntos, eliminaram o poderoso Barcelona da Liga dos Campeões da Europa, com uma vitória por 1 a 0. Foi a prova definitiva de que este time colchonero não depende somente de uma estrela e que, se está pela primeira vez em 40 anos na semifinal da competição, deve isso a cada gota de suor, e foram muitas, deixada no gramado do Vicente Calderon pelos jogadores que vestiram a camisa do time madrilenho.
Se existe uma estrela que brilha mais no Atlético, ela passou o jogo inteiro no banco. Não é Diego Costa, ele nem estava lá, foi cortado minutos antes do começo da partida. Essa estrela é Diego Simeone, que mostrou contra o Barcelona toda a consistência de seu trabalho até agora no comando da equipe. Tanto na motivação de seus atletas, que atuaram ligados e empolgados desde o primeiro minuto, quanto no lado tático, que não permitiu ao time catalão fazer o que sabia de melhor.
A defesa colchonera foi um paredão, que não deixou o poderoso ataque rival se infiltrar uma vez pelo meio sequer.
Enquanto Simeone passou o jogo na beira do gramado conversando com seus atletas, que demonstravam ouvi-lo, mesmo no calor da partida, do outro lado, um Tata Martino cabisbaixo, que não conseguiu extrair o real potencial de seu time. O Barcelona pouco jogou no Vicente Calderón, em uma de suas piores atuações na temporada. Jogadores apagados e afastados um do outro no campo, pouco se olhando e transbordando falta de confiança. A receita da derrota.
TORCIDA INFLAMADA
Depois de Diego Simeone, quem brilhou foi a torcida no Calderón. Os atleticanos impuseram o clima, desde quando os dois times entraram em campo e viram na arquibancada um grande mosaico, que dizia 'Ganhar, ganhar e voltar a ganhar'. Mal deu para ouvir os apitos do árbitro Howard Webb durante o jogo, tamanho era o barulho feito pela torcida quando o Barcelona encostava na bola. Ao fim, os jogadores do Atlético chegaram a voltar do vestiário para comemorar com os colchoneros que não saíam do estádio, tal era o êxtase com a vitória. Do outro lado, os poucos catalães que viajaram para Madri aplaudiam em reconhecimento ao triunfo rival e à bela festa.
torcida Atlético de Madrid jogo Barcelona Liga dos Campeões (Foto: Cassio Barco)
Torcida do Atlético de Madrid dá o recado antes do jogo: 'Ganhar, ganhar, ganhar, e voltar a ganhar' (Foto: Cassio Barco)
O Atlético levou a melhor sobre o rival e pode enfrentar outro rival espanhol na semifinal, o Real Madrid. Também estão entre os quatro, Chelsea e Bayern de Munique, outro classificado nesta terça-feira, depois de vencer o Manchester United por 3 a 1, de virada, na Allianz Arena. O sorteio da próxima fase será realizado na sexta-feira que vem, às 7h (de Brasília) - o GloboEsporte.com transmite ao vivo. Não há restrição para o emparelhamento, qualquer confronto é possível.
O Atlético mostrou sua intensidade logo de cara. Quando Raúl Garcia deu um chute exatamente do mesmo local de onde Diego fez o gol do jogo da ida no Camp Nou, e mandou para fora, deixou os torcedores do Barcelona assustados. Mal sabiam os catalães o bombardeio que vinha pela frente.
Era como se o time da casa estivesse girando em outra rotação. Adrián López, que teve a árdua função de substituir Diego Costa, principal estrela do Atlético, acertou a trave na primeira chance que teve. O atacante ganhou de Mascherano na velocidade e chutou forte. Não marcou, mas a jogada não terminou. Enquanto os barcelonistas pareciam espectadores de luxo, Villa pegou o rebote pela esquerda e cruzou de volta para o reserva, que subiu nas costas de Jordi Alba e só ajeitou de cabeça para Koke. Na pequena área, o meia usou toda a força que tinha para empurrar a bola para dentro do gol e mandar a mensagem para o adversário. Seria preciso muita gana para passar pelos colchoneros.
BAYERN DE MUNIQUE
Um suspiro, caras fechadas e uma comemoração efusiva da minoria. O golaço de Evra para o Manchester United colocou em xeque o trabalho perfeccionista de Pep Guardiola no Bayern de Munique. Apenas por um minuto. Foi o tempo que o time bávaro levou para balançar a cabeça e reagir, como se fosse um ato ironicamente combinado. Mario Mandzukic empatou, Thomas Müller virou, Arjen Robben ampliou. E os alemães encaixaram para chegar à terceira semifinal consecutiva da Liga dos Campeões da Europa com a vitória por 3 a 1, nesta quarta-feira, na Allianz Arena.
Aos gritos de “Super Bayern”, a equipe comemorou o triunfo e a vaga mesmo diante de desfalques importantes, como Schweinsteiger, Javi Martínez, Thiago Alcântara e Shaqiri. Nos Diabos Vermelhos, Wayne Rooney foi a campo mesmo com dores no dedão de um dos pés. O craque inglês não teve grande atuação e acabou desperdiçando boa chance de anotar o segundo de seu time quando o placar ainda estava em 1 a 1.
O Bayern conhecerá o seu adversário nas semifinais já nesta sexta-feira. Um sorteio em Nyon, na sede da Uefa, colocará Real Madrid, Chelsea ou o Atlético de Madrid no caminho dos atuais campeões. Os colchoneros são a grande surpresa do torneio até aqui, principalmente depois de eliminar o Barcelona, com vitória por 1 a 0 também nesta quarta, em Madri.