A Arena Fonte Nova foi projetada como estádio de futebol e, ao mesmo tempo, espaço para shows, sobretudo musicais. Ora, por que um som tão ruim, tão descalibrado, tão absurdamente ecoante e ensurdecedor?
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
09/03/2014 às 22:43
Arouca, jogador do Santos, vitima de racismo
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Desculpem hoje não tem BaVi na abertura, hoje o papo é outro:
Os atos racistas nos campos de futebol contra as meninas do time de São Francisco do Conde (em Araraquara), xingadas de imundas, miseráveis nordestinas, acuadas, com medo; contra o meia santista Arouca em Mogi Mirim (SP), aos gritos de macaco e recomendações de que seria melhor ir jogar num time da África; contra o árbitro Marcio Chagas em Bento Gonçalves (RS), xingado, agredido, insultado com bananas, o carro amassado no estacionamento privativo do estádio, diante do vestiário dos árbitros... E ninguém é responsabilizado, punido ? Ah, esses fatos me provocam ânsias de vômitos.
Criminosos (sim) e burros, não se dão conta de que foram os negros brasileiros, com sua ginga, que transformaram o jogo de bola com os pés em arte, cultura de um povo: Leônidas, Domingos da Guia, Fausto, Zizinho, Didi, Pelé, Garrincha, Neymar ... No mundo da bola, tão bela, não cabe essa iniquidade.
É preciso identificar e punir criminalmente essas bestas de arquibancada, com multas, prisão, xilindró, proibição de freqüentar estádios. Racismo é crime inafiançável, crime contra a dignidade humana, fere a almas. É preciso responsabilizar e punir os clubes que têm o mando de campo, com perda de pontos, eliminaçao de torneios, fechamento de seus estádios, suspensaão pela FIFA, CBF, Federações, que também devem ser responsabilizados, todos! Que, por determinação superior, os árbitros sejam obrigados a parar, suspender a partidas assim que os atos de racismo aconteçam, onde for, e que relatem tudo, timtim por timtim na súmula,. Que a mídia denuncie (microfones, câmaras, jornais...), alardeie, que os torcedores-cidadãos entreguem esses animais à polícia! Sò assim é possível mudar alguma coisa. O resto é pipoquinha, de nada adianta. Ou destruímos de vez com o futebol.
Afrobaiano por nascença, também por opção e fé, abomino tamanha estupidez. Arre! Basta de tanta estupidez, bestialidades.
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Bahia vence apertado
Fui a Pituaçu no fim de tarde de domingo. Bom público (cerca de 11 mil pessoas), muitas mulheres nas arquibancadas (uma boa promoção pelo Dia das Mulheres, sábado), clima positivo, mas muito melhor que o futebol jogado em campo pelo time do Bahia foi mesmo o ritmo ijexá nas palmas e no gogó da torcida que incentivou o tricolor o tempo inteiro, no apertado triunfo de 2 x 1 sobre o Jacuipense, resultado que manteve com folga a equipe na liderança do grupo.
Mal o juiz tinha apitado, a zaga interiorana deu mole; Talisca brigou pela bola, dividiu com o goleiro Marcio Greik e Branquinho pegou a sobra, fazendo 1 x 0, aos vinte e poucos segundos.
Goleada? Que nada, o gol cedo parece que fez mal à equipe tricolor que não sabia bem o que fazer com a bola e, bem marcada, levou um sufoco da Jacu, que botava a bola no chão e chamava o Bahia pro jogo. O tricolor errava passes, dava chutões, alguns jogadores brigavam com a bola, a moçada fazia um jogo sem inteligência, tentando inutilmente as jogadas individuais, sem toque nem agressividade. Aos 25’, em mais um vacilo grosseiro da zaga adversária, Rafinha atravessou o meio campo livre, encarou o goleiro mas na hora do chute sentiu o músculo e deu um traque. Então, o treinador Marquinhos Santos substituiu o veloz ponteiro direito pelo lento meia canhoto Emanuel Bianccuchi, o argentino irmão do Maxi e primo do Messi. O time caiu de produção, errando muito no meio campo e na saída de bola da defesa, entregando o comando do jogo ao adversário.
Aproveitando-se da falhas do tricolor, a Jacuipense empatou através do meia Tiago Alagoano, após bate-rebate, um vacilo de Lucas Fonseca e a reação tardia de Lomba: 1 x 1. Parecia um placar mais justo pelo que estava acontecendo em campo. Mas, antes de o árbitro apitar o final da primeira etapa, com vaias que já se prenunciavam nas arquibancadas, após um escanteio, Talisca pegou forte da esquerda num chute cruzado e Tite, dentro da grande área, arrematou de canhota, de primeira, fazendo 2 x 1, num gol de bela feitura.
Nos vestiários, Marquinhos Santos corrigiu o posicionamento de Emanuel, abrindo-o pela canhota, pôs Talisca pelo meio, mais avançado, e o jogo mudou de feição. Aos 2’, Talisca cobrou falta na cabeça de Fahel e, na testada, a bola raspou a trave. Aos 10’ Emanuel deixou Branquinho de cara, mas o meia adiantou a bola e o goleiro Marcio Greik ficou com ela. Aos 13 minutos, o zagueiro Lucas Fonseca, numa tarde-noite aziaga, errando tudo, trocou agressões no chão com o meia Marcel e ambos foram bem expulsos pelo árbitro.
Com 10 de cada lado, o campo cresceu, o jogo ficou aberto e o Bahia criou várias chances de golear: Aos 16’, Talisca enfiou para Madson que entrou de cara e, com Marcão livre ao lado, sem goleiro, preferiu arrematar, torto. Aos 20, após bobeira defensiva dupla de Madson e Rafael Miranda, Lomba batido, a bola bateu na trave e Titi salvou em cima da linha o que seria o empate. Aos 22, numa bela arrancada, Talisca levou a zaga, entrou de cara mas o golerio Marcio salvou, atirando-se em seus pés. Aos 25, num bom cruzamento da esquerda, Talisca escorregou na frente da pequena área e perdeu a chance. Aos 32, Uéliton, que entrara no lugar de Fahel, enfiou atrás da zaga e Talisca perdeu mais uma chance de gol na dividida com o goleiro. Aos 35, Guilherme e Emanuel tramaram pela esquerda, a bola foi cruzada no chão mas Marcão chegou um triz atrasado. Aos 44, Marcão fez boa jogada, cruzou e Talisca mergulhou sem marcação na pequena área mas não achou a bola. O tricolor foi muito superior na etapa final, mas seus atacantes não estavam numa jornada feliz para marcar gols. Placar merecido.
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Destaques no Bahia para Titi, ganhou todas, jogou por ele e Lucas Fonseca; Talisca, o mais lúcido, mesmo perdendo uns três gols incríveis; Guilherme, com boas jogadas. O ‘gringo’ Emanuel, não é veloz, não parece um jogador vibrante, mas tem bom domínio de bola e visão de jogo, fez bons passes. E Uélinton, mesmo ainda reconchuchudo, é mais jogador que Fahel, tecnicamente.
No time da Jacuipense, boa atuação do goleiro Greik e do meiocampista Tiago Alagoano. O time toca bem e é bem treinado, mas tem pouco poder de finalização.
Fahel, lento e discreto em campo, foi homenageado, antes de a bola rolar, pelos 150 jogos com a camisa tricolor.
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Som de brega
Pergunto: A Arena Fonte Nova foi projetada como estádio de futebol e, ao mesmo tempo, espaço para shows, sobretudo musicais. Ora, por que um som tão ruim, tão descalibrado, tão absurdamente ecoante e ensurdecedor? Executaram algum serviço de engenharia acústica no espaço? Se houve, é de péssima qualidade e deve ser corrigido. Parece som de carro-brega, daqueles cheios de tuíteres e graves que os ‘maleducados’ instalam nos carros e escancaram as portas e os porta-malas na frente dos botecos pelas cidades desse nordeste afora (inclusive Salvador, claro), a toda altura, com Pablo esganiçando o arrocha e estalando os ouvidos alheios. O som da Arena é um desrespeito a ouvidos mais sensíveis e prejudica os que trabalham com microfones e escutas.
Outra: o nível da locução é infame!
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Vitória sobra
Sob o sol escaldante de Alagoinhas, no ruim gramado do estádio Antonio Carneiro, o Vitória venceu a Catuense por 3 x 1, mesmo jogando com um atleta a menos em campo desde os 35 minutos da primeira etapa, com a expulsão do apoiador Luis Gustavo, que pisou num adversário. Destaque para o meiocampista Zé Wélisson, garoto que subiu há pouco das divisões de base, que fez dois gols e tem jogado bem. O outro gol foi do gringo Ferrari, hermano argentino, zagueiro, de cabeça. A ‘catuca’ marcou o ‘gol de honra’ já no final, pouco ameaçou e não levou uma goleada pela boa atuação do goleiro João Paulo.
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Nos outros jogos pelo ‘baianão’, o Juazeirense, em casa, levou 2 x 1 do Vitória da Conquista; e o Serrano venceu o Galícia também por 2 x 1.
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No próximo fim de semana o Vitória recebe o Juazeirense em Pituaçu e o Bahia se pega com o Vitória da Conquista, no sudoeste baiano.
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