Direção do Mogi vai recorrer da decisão
GE , SP |
07/03/2014 às 17:24
Ato de racismo interdita estádio em SP
Foto: DIV
O Mogi Mirim está impedido de utilizar o Estádio Romildo Ferreira. A decisão é do Tribunal de Justiça Desportivo (TJD) da Federação Paulista de Futebol (FPF), que nesta sexta-feira anunciou que o local está interditado após ofensas racistas da torcida do Mogi Mirim contra o volante Arouca logo depois da vitória santista, por 5 a 2, na noite anterior, pelo Paulistão. A medida "será mantida até a decisão final de processo disciplinar instalado para averiguar os fatos ocorridos".
O presidente da Federação, Marco Polo Del Nero, já havia se pronunciado em nota oficial no site da entidade repudiando a atitude da torcida do Mogi, garantindo que o caso seria comunicado ao Tribunal para que as medidas cabíveis fossem tomadas. O dirigente citou, ainda, que o caso não ficasse impune para servir de exemplo ao mundo esportivo.
- De nossa parte, faremos o possível para que mais este caso de desrespeito ao próximo e ao ser humano de um modo geral, não fique impune, já que temos elementos para tal através do nosso Tribunal de Justiça Desportiva, que prevê punição ao clube mandante com multa e até perda do mando de campo. (...) As provas, que já estão sendo reunidas para que tenhamos a possibilidade de dar o exemplo ao mundo do futebol que, infelizmente, tem registrado diversos casos semelhantes nos últimos meses - diz parte da nota.
Inconformado com a decisão, o Mogi Mirim promete recorrer da decisão e liberar o estádio. Por meio do site oficial, o vice-presidente Wilson Bonetti (braço direito de Rivaldo) coloca a responsabilidade pela punição na imprensa, pois o Sapo não teve direito a defesa. O dirigente alega, ainda, que o próprio Arouca nega ter ouvido a palavra "macaco", mas garante que o clube não concorda com ofensa racista por parte da torcida.
- Fomos punidos sem apresentar nenhuma defesa e a decisão foi tomada com base em informações divulgadas pela mídia, mas sem nenhuma consistência. Até o próprio jogador declara em nota oficial que não ouviu a ofensa e que foi informado por repórteres. O Mogi Mirim repudia qualquer tipo de agressão física ou moral e sempre primou para a segurança em seu estádio - disse o vice-presidente.