Pode ser que do saco de Papai Noel saia alguma coisa (contratação) boa pro rubronegro e também para o tricolor. É o que o torcedor espera de regalo nesse Natal.
Tasso Franco , da redação em Salvador |
20/12/2013 às 11:03
Presidente do Comitê Organizador Local, Abdelilah El Akram cochilou durante discurso de Blatter
Foto: REP
O Mundial de Clubes, em Marrocos, não findou com o fiasco do Atlético(MG) diante do Casablanca. No sábado, segue com a disputa pelo título, às 16h30, entre o Bayern Munich x Raja Casablanca, um jogo que não desperta o mínimo interesse na Europa, e muito menos pelas bandas de cá. A FIFA precisa reestudar o modelito desse torneio, redimensioná-lo ou perderá todo o significado e motivação.
O Bayern é favoritíssimo. O time alemão, caso vença a partida, conquistará mais um título neste ano em que venceu basicamente tudo o que disputou. Será transmitido para o mundo inteiro, mas, a essa altura, qual a audiência? Creio num ‘passeio de natal’ do Bayern em cima dos donos da casa, mas ...
Lá mesmo, por volta das 13h30 o Galo Mineiro cumpre tabela, de crista baixa, pela disputa do terceiro lugar contra o representante da China, que vai pra cima, motivadíssimo, porque, para eles, um terceiro lugar é muita coisa: Atlético (MG) x Guangzhou Evergrande. Os chineses têm como atração o argentino Conca (ex ídolo do Flu do Rio), o baiano Élkesson (ex-Vitória e Botafogo) e o carioca Muriqui. Teve torcedor mineiro que acreditou no Galo fazendo a final contra o Bayern, comprou passagem e só chegou ao Marrocos na sexta, o Galo já depenado.
O Galo galinhou
e a zebra pastou
Que blefe foi o Atlético Mineiro no Mundial de Clubes, em Marrakesh! O Galo galinhou em Marrocos. Salto alto, arrogância... ou faltou bola ou equilíbrio?
O Galo parecia fora do ar, não entrou em campo no primeiro tempo e ‘morreu’ na segunda etapa. Um time nervoso, inseguro, sem a menor criatividade diante da marcação justa empregada pelo Raja Casablanca, com o apoio do torcedor, fazendo o jogo de sua vida. Ronaldinho Gaúcho, opaco, assinou um atestado de ‘fim de linha’. Tardeli atarantado. Marcos Rocha sem acertar um passe. A zaga deixando espaços absurdos para os contragolpes. Jô tropeçando na bola. A equipe de Cuca, em campo, parecia estar disputando uma peladinha de fim de semana, depois da feijoada domingueira.
Ora, futebol não se joga só com o nome, com a camisa famosa. Tem de correr, se empregar. Já o Casablanca, humildemente postado, esperando o erro adversário para contragolpear e assim matou o jogo, poderia o placar ter sido mais amplo, pelas oportunidades criadas. Taticamente perfeito.
Entendo que o fracasso começou já aqui no Brasil, durante a preparação, quando todos – mídia esportiva, treinadores, jogadores, todos – só falavam no Bayer de Munich, o ‘adversário da final’. Viu-se e reviu-se mil jogos do timaço alemão, estudou-se, treinou-se um jeito de jogar contra, de anular o time de Guardiola e surpreendê-lo em contragolpes bem articulados. Pronto, o Galo estava nos trinques para a rinha final.
Peito empinado, garras e bico afiados, esperando a hora. Sò esqueceram que no caminho até chegar ao Bayern tinha um ‘garrancho’, o Casablanca, bem treinado e ávido pela glória de poder derrubar o Galo do poleiro, surpreendendo-o. Aconteceu.
O Galo mirando o Bayern, lá adiante, esqueceu-se de olhar pro chão e trupicou. Foi depenado. Fracassou tal e qual o Inter de Porto Alegre, num mundial passado, contra o Mazemba, outro time africano.
Resultado: O treinador Cuca caiu e muito ‘medalhão’ perdeu a pose. E, em Minas, os azuis ‘rajam’ de rir com a ‘mazembada’ do Galo alvinegro.
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Um alô, uma lição a mais para a seleção do Felipão que vai tentar o hexa na Copa de 2014, em campos brasileiros. Nada de salto alto, esqueçam o ‘já ganhou’. Já ouço eleio todos da mídia a especular se vamos pegar Espanha ou Holanda nas oitavas de final. Ora, antes das oitavas temos de nos classificar, vencendo a Croácia, o México e Camarões, que não me parecem galinhas mortas, tampouco pintos molhados.
Futebol não se ganha de véspera, ganha-se jogando bola, fazendo gols, respeitando os adversários e vencendo-os, um após outro. Cada jogo tem sua própria história. A zebra africana pintada de verde e branco relinchou forte, deu o recado – 3 x 1, quem imaginava, hum ?
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Cadê Papai Noel ?
Pelas bandas de cá, só especulações em torno de quem fica e quem sai na dupla Ba Vi para o ano 2014. Os atletas de férias, telefones desligados, os dirigentes fugindo dos repórteres e os agentes e empresários dos jogadores fazendo fumaça, espuma, para valorizar seus produtos, brigando por aumento de salários, renovações de contrato com vantagens e plantando notícias sobre interesses de outros clubes em seus jogadores, para valorizá-los.
Assim, pelo lado do rubronegro, há bizu de que o treinador Ney Franco pode ir para o Atlético Mineiro, que dispensou Cuca, ou o Fluminense do ‘tapetão’. Há uma expectativa em torno da nova zaga a ser contratada, já que Vitor Ramos e Kadu se foram. Os argentinos Maxi Biancucchi e Escudero, valorizados, estariam pedindo muito alto para renovar contrato com o rubronegro e até teriam já propostas de outros clubes. Será? A despeito dos golaços de Maxi, gosto mais do futebol do Escudero.
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Do lado tricolor, a torcida já se impacienta. A nova diretoria anunciou que vai pagar dezembro e 13º antes do fim do ano, o que é uma novidade nos últimos tempos, é o que há de mais positivo. Reuniões e mais reuniões, para se saber o que fazer com o CT de Dias d’Ávila. Estaria já pronto mas falta o mobiliário para se fazer a mudança. Quem banca? Há dúvidas também sobre as cifras e condições da negociação feita entre a OAS e a diretoria do MGF, os números não batem.
Quantos aos atletas... não se tem a lista completa dos que já saíram e/ou não vão ficar, e muito menos dos que podem vir. Fala-se em Norberto (lateral potiguar), no veteraníssimo lateral esquerdo Kleber (ex-Inter), de um apoiador da Chapecoense de prenome Felipe, de Pedro Ken, de, de ... tem até um outro primo de Messi, irmão do Maxi Biancucchi, meiocampista, que foi oferecido por um empresário, vejam só. Alguém conhece a fera? Nada amarrado até então. Bom que, dizem, o treinador Marquinhos bateu pé e diz que quer o Feijão no time, nada de trocá-lo por Rafinha do Flamengo. Homi quá, que lúcido ! No mais, é esperar (indignado ou resignado?).
Pode ser que do saco de Papai Noel saia alguma coisa (contratação) boa pro rubronegro e também para o tricolor. É o que o torcedor espera de regalo nesse Natal.
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PS: Ah, sim, é bom que se divulgue. Já são 19 detidos, presos, em função daquela pancadaria em Joinvile, no jogo Atlético(PR) X Vasco, pela última rodada do Brasileirão. Que haja punição severa para todos os responsáveis, pois só assim poderemos nos livrar dessa praga de anormais nos estádios.