O paulista Gabriel Medina protagonizou um verdadeiro espetáculo no primeiro dia do Billabong Pipe Masters, etapa final do WCT 2013 e da Tríplice Coroa Havaiana.
Para aproveitar as boas ondas de até 2,5 metros neste domingo e acelerar o cronograma da competição, a direção de prova utilizou o formato de baterias simultâneas, que já virou tradição em Pipeline.
E a galera foi à loucura no North Shore quando Gabriel Medina enfrentava o havaiano Bruce Irons na segunda fase. Além de assistir a um show do brasileiro, o público viu o havaiano Sebastian Zietz arrancar a primeira e única nota 10 do domingo ao desaparecer em um canudo sensacional no Backdoor na vitória sobre o convidado australiano Ryan Callinan.
Para estrear em grande estilo no Pipe Masters, Medina fez uma ótima escolha de ondas e não vacilou. Depois de sair na frente com 5.50 e 8.00, o brazuca esperou pacientemente por outra série e encontrou um belo tubo para a esquerda, abrindo os braços para curtir o momento em Pipe e desferindo uma bela rasgada na saída, enquanto segurava a borda da prancha. Com a nota 9.67, ele deixou Bruce Irons precisando de uma combinação de notas, mas não parou por aí.
A segunda maior nota de Medina veio em tubo menor. Na saída, o atleta surpreendeu a plateia ao mandar um alley-oop alto, com rotação completa. Sua ousadia valorizou bastante a onda e rendeu 9.00 pontos, fechando o placar em 18.67 a 11.87.
Outro bom momento deste domingo foi a estreia vitoriosa de Miguel Pupo, que precisava avançar em Pipeline para entrar na zona de classificação ao WCT 2014.
Já garantido pela divisão de acesso, Alejo Muniz viu Pupo encontrar um belo tubo de backside e descolar 8.77 pontos, nota que desequilibrou o confronto, já que nenhum dos dois conseguiu outra pontuação expressiva e o placar final ficou em 9.70 a 4.27.
Alejo vinha de uma bela apresentação na estreia, derrotando o local Marcus Hickman com uma atuação convincente no Backdoor. Em uma batalha que vinha equilibrada, Alejo cresceu de produção na reta final e descolou 9.33 em um canudo, para depois carimbar a vitória com 6.67.
Com a passagem de Miguel Pupo para a terceira fase, Brett Simpson caiu para a zona do rebaixamento no ranking principal, mas o californiano passou a utilizar a sua vaga no G-10 do ASP World Ranking, que ainda é ameaçada. Quem saiu mesmo dos Top 32 para o WCT 2014 foi Mitch Coleborn, que ocupava o último lugar no ranking de acesso.
Com isso, o australiano tirou de Willian Cardoso a condição de substituto número 1 para a primeira ausência de um Top 34 no ano que vem. Ele agora só será chamado para participar das etapas quando faltarem dois integrantes da elite do ASP Tour.
Miguel Pupo, por sua vez, já entrou na zona de classificação, mas para garantir de vez o seu nome precisa passar mais uma bateria em Pipeline, contra o australiano Josh Kerr no sétimo confronto da terceira fase. O 22o lugar que passou a ocupar nos Top 22 que ficam no WCT ainda é ameaçado por quatro surfistas: os australianos Adam Melling e Yadin Nicol, o americano Patrick Gudauskas e o havaiano Dusty Payne. No entanto, se passar para a quarta fase, Pupo já garante sua vaga ou pelos top-22 do WCT ou pelos dez indicados pelo ASP World Ranking.
Assim como Alejo Muniz - derrotado por Pupo -, quem começou bem e caiu na segunda fase foi o potiguar Jadson André. Ele estreou batendo o havaiano Ola Eleogram por 9.30 a 8.17 pontos. Em seguida, Jadson caiu diante do australiano Bede Durbidge pelo placar de 14.17 a 9.04. O brazuca teve seu melhor momento na última onda, quando pegou um tubo e acertou um pequeno aéreo na junção.
Já os atletas Raoni Monteiro e Ricardo dos Santos caíram logo na primeira fase. Raoni perdeu para Bruce Irons por 9.24 a 7.00 pontos, enquanto Ricardinho - que disputou a etapa a convite da Billabong - não conseguiu encontrar a saída dos canudos e viu o norte-americano Tanner Gudauskas vencer por 12.17 a 5.67.
Quem também não passou da estreia foi Filipe Toledo. Ele esperou muito pelas ondas e ainda cometeu uma interferência no havaiano Kaimana Jacquias. Quando já estava em situação muito complicada, Filipinho passou por dentro de um belo tubo no Backdoor e somou 8.30. Depois ainda fez um 6.00 que nem entrou no somatório, já que foi punido com a perda de uma nota.
Pai de Filipinho e ex-competidor, Ricardo Toledo falou sobre o erro mais tarde, nas redes sociais. Segundo Ricardo, ele havia recebido uma informação de que havia prioridade também na segunda bateria que entrava na água, e passou isso ao filho.
Porém, no sistema de baterias simultâneas, a regra de prioridade funciona somente a partir da segunda metade da bateria, assim que o confronto anterior é finalizado. "Passei a informação errada ao Filipe, que, acreditando nisso, se sentiu na prioridade e no direito de surfar aquela onda e cometeu uma interferência", explica Ricardinho. "Um vacilo brutal da minha parte, ainda inexperiente nessas regras bem confusas, diga-se de passagem", comenta o pai do atleta.
Quando o Billabong Pipe Masters voltar a entrar em cena no North Shore, o público poderá prestigiar os principais cabeças-de-chave da prova, como Mick Fanning e Kelly Slater - que brigam pelo título mundial de 2013 -, bem como Adriano de Souza, único brasileiro escalado na terceira fase.
A próxima chamada para avaliação das condições do mar acontece nesta segunda-feira, às 15 horas (horário de Brasília).
Billabong Pipe Masters 2013
Terceira fase
1 Taj Burrow (Aus) x Yadin Nicol (Aus)
2 C.J. Hobgood (EUA) x Fred Patacchia (Haw)
3 Julian Wilson (Aus) x Patrick Gudauskas (EUA)
4 Nat Young (EUA) x Bede Durbidge (Aus)
5 John John Florence (Haw) x Gabriel Medina (Bra)
6 Mick Fanning (Aus) x Kaimana Jacquias (Haw)
7 Josh Kerr (Aus) x Miguel Pupo (Bra)
8 Adriano de Souza (Bra) x Sebastian Zietz (Haw)
9 Kelly Slater (EUA) x Mitch Crews (Aus)
10 Kai Otton (Aus) x Adam Melling (Aus)
11 Michel Bourez (Tah) x Jeremy Flores (Fra)
12 Joel Parkinson (Aus) x Dusty Payne (Haw)