Esporte

SORTEIO DA COPA: Estrelas chegam a Sauipe e violência é maior temor

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Terrra ,  Salvador | 05/12/2013 às 07:32
Zidane já está em Costa do Sauípe
Foto: Getty Images
Para os brasileiros, a semana que antecede o sorteio na Copa, com eventos organizados pela Fifa na Costa do Sauípe, tem como principal foco assuntos internos do futebol local. Para os estrangeiros, é a oportunidade de conhecer um pouco mais o País que receberá a Copa do Mundo e relatar uma visão diferente. Neste sentido, uma análise de reportagens e comportamento em entrevistas revela como o Brasil é visto e quais são os medos e expectativas com o Mundial de quem vem de fora.

Nos encontros com a imprensa, o tema mais recorrente em perguntas é em relação à violência. A onda de protestos que abalou o Brasil durante a Copa das Confederações de 2013 teve grande repercussão fora do País e as questões sobre segurança são recorrentes. O ministro Aldo Rebelo não escapou do bombardeio sobre o tema e chegou a se irritar, citando um roubo em Paris para defender seu ponto de vista.

Preocupações dos estrangeiros no Brasil

Tal preocupação também pode ser medida nas reportagens publicadas nos últimos dias pela imprensa internacional. O jornal espanhol Mundo Deportivo foi duro na avaliação e disse que o Brasil vive um caos à espera do sorteio desta sexta-feira. Atrasos na preparação, a onda de protestos de junho e até a inflação foram citados.

O jornal chega a citar que a escolha por Costa do Sauípe como local do evento se deu pelo medo de protestos. Na verdade, o anúncio do complexo baiano ocorreu antes das manifestações ocorridas na Copa das Confederações, o que gerou uma defesa exaltada do presidente da CBF, José Maria Marin.

O jornal uruguaio El Pais citou outra preocupação recorrente. Em uma reportagem intitulada “Mundial Complicado”, o texto dá destaque aos problemas no tráfego aéreo no Brasil. O País tem dimensões continentais e a locomoção entre as sedes será feita basicamente por aviões.


Aldo Rebelo disse que as críticas não o incomodam. “Não estamos preocupados, queremos esse olhar. Ele vai revelar coisas ruins, mas muito mais coisas boas sobre o País. Se estamos confortáveis com as tragédias grandes e pequenas? Evidente que não estamos, nem com o que aconteceu no estádio de São Paulo, nem com a violência que assola nosso dia a dia. Não estamos confortáveis com isso. Mas queremos que a imprensa veja nossas deformidades, mas encontrará nossas qualidades, virtudes, tudo isso”, disse.

Ainda no campo das preocupações sociais, o aumento da prostituição durante a Copa também merece destaque entre os jornalistas estrangeiros. A Reuters falou especificamente sobre a prostituição infantil como um dos fenômenos que o Brasil teme com a chegada do Mundial. O tema, no entanto, é tratada mais como um problema permanente a ser combatido do que uma preocupação para a Copa.

Segundo o secretário nacional de Políticas de Turismo, Viniciús Lummertz, uma pesquisa feita com os estrangeiros que estiveram no Brasil durante a disputa da Copa das Confederações apontaram como a maior dificuldade a comunicação por causa da barreira da língua. Na semana que antecede o sorteio da Copa, muitos jornalistas estrangeiros têm sofrido para pedir uma simples refeição.

Dentro de campo

No campo esportivo, as preocupações maiores estão nos deslocamentos de avião, na mudança de clima entre as cidades e no calor esperado para as partidas das 13h. No único item que poderia haver uma solução de última hora, a Fifa descartou acabar com os jogos no horário do almoço. O técnico italiano Cesare Prandelli pediu uma parada técnica para amenizar o problema.

Já a Inglaterra fala abertamente em evitar Manaus por conta do clima e da longa distância em relação a outras sedes. O Uruguai não esconde que a preferência é pelo Grupo H, com jogos em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte para o cabeça-de-chave na primeira fase.