Esporte

MILAGRE! C. Ronaldo faz três contra a Suécia e põe Portugal na Copa

Impressionante a performance de Cristiano Ronaldo
GE , Suécia | 19/11/2013 às 19:36
Espetáculo de jogo e um milagre de C Ronaldo
Foto: GE

Zlatan Ibrahimovic brincou na véspera. Em conversa inusitada com uma repórter, respondeu que só Deus poderia dizer o vencedor do confronto entre Suécia e Portugal, que decidira uma das últimas vagas para a Copa do Mundo. Em seguida, sorriu e insinuou que ela conversava com o próprio. Mas a confiança exacerbada do atacante do Paris Saint-Germain morreu quando avistou Cristiano Ronaldo do outro lado. 

Dono de um hat-trick e atuação antológica, o craque do Real Madrid provou, ao menos nesta terça-feira, que Deus está mais próximo de ser português com a vitória por 3 a 2 e a classificação confirmada para o Brasil. "Estou aqui", gritou durante a comemoração, como se fosse o destinado a resolver. E era mesmo.

O jogo foi a antítese do que se passou em Lisboa, na última sexta-feira. Na ocasião, Portugal sofreu para vencer por 1 a 0, gol novamente de Cristiano Ronaldo, de cabeça, numa partida com pouquíssimas chances. Nesta terça, porém, a Friends Arena assistiu a um verdadeiro jogaço, com cinco gols em 45 minutos e duas reviravoltas no placar - muito graças também ao instinto artilheiro de Ibrahimovic, que fez a Suécia sonhar por alguns instantes com uma cabeçada e uma falta cobrada com força. Não se pode esquecer também da noite destacada de João Moutinho, meio-campista do Monaco, autor de duas assistências primorosas.

Não faltam motivos para Cristiano Ronaldo celebrar. Além de ser o grande responsável por confirmar Portugal em seu quarto Mundial consecutivo, o camisa 7 igualou-se a Pauleta como o maior artilheiro da história da seleção. São agora 47 gols, com média inferior ao atacante da última década (109 a 88 jogos). A tendência, porém, é que Cristiano o ultrapasse já no início de 2014, quando a equipe disputará amistosos preparatórios para a Copa.

O hat-trick definitivamente também coloca Cristiano Ronaldo como o grande favorito a faturar a Bola de Ouro. Ainda com até oito jogos por fazer com a camisa do Real Madrid, ele atingiu os seus melhores números em um só ano: 66 gols, ultrapassando os 63 de 2012. Lionel Messi, lesionado até janeiro, estacionou nos 45 gols, enquanto Ibrahimovic soma ainda 39 no mesmo período.

Portugal se junta a outras três equipes europeias felizes nesta terça. A França, do também candidato à Bola de Ouro Franck Ribéry, derrotou a Ucrânia por 3 a 0 e sequer precisou da prorrogação para carimbar o passaporte. Croácia e Grécia foram as outras classificadas e, assim como todas, aguardam agora o sorteio da fase de grupos, no dia 6 de dezembro, na Costa do Sauípe, na Bahia, para conhecerem os seus destinos na Copa do Mundo.

AMIZADE SÓ NO NOME

Fazia frio em Solna, região metropolitana de Estocolmo: cerca de 7ºC. O palco, recém-inaugurado, recebia o nome de Estádio da Amizade. Mas é claro que o clima para Suécia x Portugal seria totalmente diferente. Simplesmente não havia como ignorar a decisão, uma final por uma vaga na próxima Copa do Mundo, a tão sonhada passagem para o Brasil. E os 50 mil torcedores suecos sabiam muito bem disso ao criarem um clima intenso, acumulado com provocações na véspera e até uma tentativa de acordar os portugueses durante a madrugada.

Apoio, definitivamente, não foi o que faltou das arquibancadas da Friends Arena. Desde os momentos que antecederam o jogo até o apito final do árbitro Howard Webb no primeiro tempo, gritos de incentivo e vaias, principalmente para Cristiano Ronaldo, foram uma frequência. O problema em questão é que o futebol pouco se resume ao fator extracampo.

A bola foi o maior problema para os suecos. Fora Zlatan Ibrahimovic, dono de técnica refinadíssima, são poucos os que sabem tratá-la com carinho no time amarelo. Some isso à aplicada marcação de Portugal - às vezes ríspida demais por parte de Pepe e Bruno Alves - e o resultado será uma etapa inicial com pouquíssimas chances criadas - tal qual no jogo de ida, na última sexta-feira.

As melhores oportunidades saíram do outro lado. A equipe de Paulo Bento foi melhor e não chegou ao gol por detalhes. Uma cabeçada de Hugo Almeida aqui, duas finalizações descalibradas de Cristiano Ronaldo acolá. O zagueiro Bruno Alves também experimentou o gostinho do quase, mas parou em defesa de Isaksson. A Suécia limitou-se a suspiros em jogada isoladas, como quando assustou com Källstrom, em chute de fora da área e Ibra, em sobra de escanteio, ambos no finzinho