Esporte

Messi reencontra as redes, Barça passa pelo Milan e vai às oitavas

Craque argentino volta a marcar após duas semanas de jejum. Neymar quase faz
um golaço e participa dos primeiros gols. Na Holanda, Ajax dá o troco no Celtic
G1 | 06/11/2013 às 20:17
Messi ficou 368 minutos sem marcar, mas reencontrou as redes com estilo
Foto: Reuters

            Quem ousou dizer que Lionel Messi atravessava uma má fase recebeu do próprio uma resposta indigesta nesta quarta-feira. Com dois gols do craque argentino, o Barcelona venceu o Milan e sua retranca por 3 a 1, no Camp Nou, pela quarta rodada do Grupo H da Liga dos Campeões, e se classificou às oitavas de final. O camisa 10 não marcava justamente desde o último confronto diante dos italianos, há duas semanas, no San Siro. Passou 368 minutos em branco até abrir o placar no triunfo, em pênalti polêmico sofrido por Neymar

            O brasileiro, por sinal, participou bastante da partida ao também sofrer a falta que culminou no segundo dos donos da casa - Busquets, impedido, ampliou de cabeça. Na etapa final, perdeu o que seria um golaço ao se livrar de quatro marcadores. No terceiro, marcado novamente por Messi, apenas assistiu a uma linda tabela com Cesc Fàbregas. 

            Além de Neymar, os laterais Daniel Alves e Adriano foram outros brasileiros do lado catalão. No Milan, Kaká e Robinho começaram jogando - o meia, inclusive, participou diretamente do gol dos visitantes, marcado contra, por Piqué. Já o atacante, convocado recentemente para a seleção brasileira, apresentou baixo rendimento e saiu no intervalo para a entrada de Balotelli.

            O resultado deixa a equipe do técnico Tata Martino com a vaga nas oitavas de final. Ela soma 10 pontos, contra cinco do Milan, ainda o segundo colocado. O terceiro é o Ajax, que deu o troco no Celtic e, jogando na Amsterdã Arena, venceu por 1 a 0, com gol de Schone, aos seis minutos do segundo tempo. Os holandeses têm quatro pontos, enquanto os escoceses somam três. Os dois primeiros ainda poderiam alcançar os espanhóis, mas se enfrentam na última partida da chave. 

            A quinta rodada acontecerá em três semanas, logo depois da pausa para a disputa das repescagens das eliminatórias para a Copa do Mundo. No próximo dia 26, o Barça visitará o Ajax. Já os italianos, com o técnico Massimiliano Allegri correndo risco de demissão, também jogarão fora, diante do Celtic, em Glasgow.

            Até que ponto um time que mostra clara deficiência na marcação deveria focar todo o seu jogo na defesa? Pois foi exatamente o que o Milan de Massimiliano Allegri fez durante todo o primeiro tempo no Camp Nou. Os rossoneri deixaram evidente desde o primeiro minuto que o seu objetivo era apostar nos contra-ataques. Quando não pipocava na intermediária numa tentativa fracassada dos italianos de sair para o jogo, a bola estava invariavelmente nos pés do time catalão.

            Nem Kaká, nem Robinho, muito menos Balotelli, escolhido para começar no banco de reservas. Os nomes de destaques do Milan eram pouco falados diante de um domínio territorial do Barcelona. Messi, Neymar, Iniesta... Esses sim protagonistas da etapa inicial - juntamente com o árbitro sérvio Milorad Mazic.

            Mas os italianos teriam razão para reclamar com justiça. Mesmo sem criar inúmeras oportunidades, o Barça abriu vantagem em lances polêmicos. Primeiro, aos 29 minutos, Neymar se atirou na grande área após suposto choque com Abate. O lateral-direito levou cartão amarelo e, cobrando pênalti no meio da meta, Messi abriu o placar. Foi o primeiro gol do craque argentino desde o último 22 de outubro (ou 368 minutos), um jejum incomum para quem foi eleito o melhor do mundo nos últimos quatro anos.

            Todo fechado, o Milan buscava não dar espaço, mas não chegava a impedir troca de passes em sua intermediária. Numa delas, aos 39, Neymar foi derrubado por Montolivo. Xavi centrou e Busquets, ligeiramente adiantado, completou de cabeça para o fundo das redes. Poderia ser a indicação de uma partida mais agradável, já que os visitantes teriam de sair para o ataque. Por obra do destino, diminuíram ainda no primeiro tempo. No último lance, Kaká escapou pela esquerda, passou por Daniel Alves e cruzou rasteiro. Piqué desviou e acabou jogando contra o próprio patrimônio.

            A verdade, porém, é que o panorama só foi mudar na segunda metade da etapa final. A exemplo do que acontecera no San Siro, Balotelli entrou no decorrer do jogo e tornou-se uma opção perigosa do Milan. O Barça, com maior liberdade para seus craques, também assustava com frequência. Aos sete, num lance casual, Messi marcou - mas estava em impedimento ao desviar a conclusão de Adriano. Pouco depois, aos 14, Iniesta obrigou Abbiati a fazer boa defesa.

            Os rossoneri responderam na sequência. Aos 14, Balotelli fez grande jogada pela direita e cruzou para Kaká completar de primeira. A bola passou perto da trave esquerda e Valdés, que alcançava a marca de Oliver Kahn como segundo goleiro com mais jogos na história da Champions: 108. O recorde é de Iker Casillas, com 132.

            O Milan ensaiou uma pressão, mas as melhores oportunidades saíram dos pés dos catalães. Aos 28, foi a vez de Neymar sentir o gostinho do quase. Da esquerda, o brasileiro se livrou de quatro marcadores ao invadir a grande área, mas a finalização saiu para fora. O capricho que sobrou ao driblar o sistema defensivo rival faltou num pequeno instante cara a cara com Abbiati.

            Não faria falta. Pouco depois, o Barça fecharia o caixão em outra linda jogada. Aos 37, Messi tabelou com Fàbregas até sair sozinho na frente goleiro do Milan. O chute foi certeiro, de cobertura, ao seu melhor estilo. Para desmentir qualquer suposta crise com as redes e garantir a  classificação antecipada.