O torcedor da dupla BaVi se encara e diz: ‘ Não ganhamos mas também não perdemos’. Poderia ser melhor mas não foi tão ruim assim, verdade.
Num Barradão lotado e festivo – 36 mil pessoas no estádio e renda maiúscula de mais de 620 mil reais, o Vitória empatou com o Corínthians ( 1 x 1 ) num bom jogo, disputado, equilibrado, com boas chances de triunfo para os dois lados. O rubronegro deixou de ganhar dois pontos dentro de casa, é certo, mas continua na briga por uma classificação para uma Vaga na Libertadores da América de 2014. Tem de ser o foco até a última rodada. Nem tão ruim assim o resultado porque o Corínthians não é uma equipe qualquer.
A seis rodadas para o final da competição, cada jogo é como uma ‘final de campeonato’ e o jogo seguinte será no próximo fim de semana, em Campinas (SP) contra a Ponte Preta, a ‘macaca’ desesperada e na zona da morte. Não será fácil.
Já o Bahia, no Olímpico de Porto Alegre, a casa do inimigo, encarou o Grêmio e conseguiu um empate sem gols, num jogo muito complicado, encardido, com muita pressão porque o time gaúcho vinha de dois resultados negativos, além de uma arbitragem caseira. O Grêmio, atentem, está entre os quatro primeiros colocados na competição, é uma equipe forte e manhosa. Um pontinho não afastou o tricolor baiano da proximidade da zona de rebaixamento mas dá moral para a equipe continuar na luta, até a derradeira rodada, e escapar do sufoco. Tem sido assim, ano após ano.
Agora, é chegar de viagem e já focar no jogão de domingo próximo, na Fonte Nova, contra a boa equipe do Atlético, o ‘Galo mineiro’, que destroçou o Naútico no sábado (5 x 0), no Independência. O Bahia deve treinar duro durante a semana e vai precisar muito do apoio, do incentivo, do ‘axé’ da torcida ; não é hora de cobranças e muito menos de vaias.
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Jogo bom de ver
Pensava o torcedor rubronegro: é o jogo do melhor ataque contra a melhor defesa. E o Vitória foi pra cima logo que a bola rolou. Mas não fez, parou na marcação do time paulista que foi equilibrando o jogo no meio campo e a partida ficou aberta, boa de ver, com lances nas duas áreas. A jogada mais incisiva, quase sai o gol, aconteceu depois dos 35 minutos e em favor do Corínthians, num bate-rebate na área que o meiocampista Marcelo salvou quando a bola já ultrapassava a linha fatal. O primeiro tempo terminou com o Corínthians pressionando.
O ritmo não caiu na segunda etapa. O rubronegro voltou em cima, buscando o triunfo, mas foi o Corínthians que marcou aos 7 minutos: após a cobrança de um escanteio, Romarinho testou e Wilson defendeu mas deu um rebote que o meia Guilherme não perdoou: 1 x 0. O treinador Ney Franco logo mexeu; colocou Euller na lateral esquerda, liberou Juan para jogar no meio e tirou um frente de zaga para colocar o meia William’Pica-pau’. Foi todo para o ataque e empatou aos 15’, num golaço: a bela jogada coletiva começou com Euler, uma bela enfiada de Juan, Marquinhos foi ao fundo e cruzou bem para o plástico voleio do atacante Dinei – 1 x 1.
Os dois times não se fecharam e partiram para vencer o jogo, lá e cá, criando boas chances até o final, os treinadores mexendo nas equipes ofensivamente. A melhor delas foi uma testada de Pato que venceu o goleiro Wilson mas bateu na trave. Justo empate e bom jogo.
Destaques no Vitória para a zaga estreante (Renato e Luis Gustavo), Juan, Cáceres, o menino Marcelo, Marquinhos e Dinei (que golaço!).
No ‘Curingão’, o zagueiro Gil, o meia Ralf, Douglas e Romarinho.
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Podia ser pior
Nos pampas, a pressão foi grande, dentro das quatro linhas e fora também, com o torcedor gremista ‘botando pilha’, a arbitragem de Alício Pena Jr apitando faltas e faltas só em favor dos gremistas e aplicando cartões amarelos bobos aos atletas baianos. Mas o Bahia resistiu, suportou com muita vontade e aplicação tática.
Pra se ter uma idéia das dificuldades, o treinador Renato Gaúcho escalou sua equipe com três atacantes enfiados, na frente, empurrando a zaga adversária pra trás: o chileno Vargas, o gladiador Kleber e o argentino Barcos. Então, pelas laterais, passou o jogo inteiro levantando bolas na área do time baiano tentando pelo alto o gol, a todo custo, atacando sempre com 7, 8 jogadores. Um jogo de corpo-a-corpo, de divididas, de chutões. Marcação dura. O Bahia, com o grandão Souza de meia, defendeu-se bem e apostou no contragolpe, que na primeira etapa não encaixou. Lomba apareceu bem, salvando umas três oportunidades e a postura defensiva do Bahia se impôs.
Na segunda etapa o Bahia saiu um pouco mais, até buscou o gol em contragolpes, mas o Grêmio continuou melhor, empurrando, assediando, cruzando, provocando muitos escanteios... até acertou a trave num chute de Barcos, depois de ajeitar a bola com a mão (o árbitro fez que não viu). Mas, nada. Renato colocou Elano, Ze Roberto, abriu-se mais na marcação e quase o Bahia chega ao gol no final, em dois contragolpes insinuantes , com Barbio, Talisca e Fernandão. Ufa, até que valeu o empate.
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Lomba, Lucas Fonseca e Dèmerson foram os melhores, sem dúvida, heróicos. Feijão, Fahel, Souza, pela luta.
No Grêmio, muita vontade, pressão, catimba, mas ... gostei mais do meia Souza, de Riveros, do lateral Alex Telles...
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Pipoquinhas:
Impressionante a força da torcida rubronegra, o Barradão colorido, entupido. O engarrafamento, já na Paralela e na BR 324, por onde se chega ao Barradão, começou por volta das 13 horas. Uma festança. Chegar em casa foi um sufoco, noite alta.
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Volta à pauta da diretoria do Vitória a construção de uma Arena Rubronegra, em outro lugar da cidade. Até o fim do ano teremos novidades. O pessoal não agüenta mais esperar pelas promessas de governo e prefeitura pelas melhorias nos acessos e infraestruturas no entorno do Barradão. O clube já está se achando maior que o Barradão.
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Para o jogo decisivo e difícil do Bahia contra o Atlético(MG), domingo, na Fonte Nova, estão de fora Jussandro e Feijão, por suspensão. Obra do soprador de apito Alício Pena Jr, vestido de azul gremista em campo. Nesse retão final é preciso muito cuidado com as arbitragens, que tendem a favoreceu os times do sul que estão em perigo, tipo Flu, Vasco etc ...