Esporte

Nova data para eleição do presidente Bahia 7/9, por ZÉDEJESUSBARRÊTO

Na história do Bahia nunca se viu mobilização como aconteceu na Arena Fonte Nova para renovar diretoria do clube
ZédeJesusBarrêto , Salvador | 18/08/2013 às 23:11
Muita marcação na Arena Fonte Nova e jogo sem gols
Foto: Rep
O torcedor baiano não gostou nada dos resultados : Bahia 0 x 0 Santos, domingo à noite, na Fonte Nova; Cruzeiro 5 x 1 Vitória, sábado em Belo Horizonte. 
Depois da rodada, o Botafogo é líder, acompanhado de Cruzeiro, Grêmio e COrínthians, os quatro primeiros colocados. O Vitória tem 22 pontos e ocupa a 7ª posição na tabela de classificação; o Bahia, com 20 pontos, é o décimo. 

No próximo dia 7 de setembro haverá eleição para presidente do Bahia e o time joga contra o Fluminense no Rio de Janeiro.

Pelo Brasileirão, próxima rodada, o Vitória encara o Santos, sábado, na Vila Belmiro. O Bahia recebe o Náutico no domingo, 16 hs, na Fonte Nova. 

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Zero a zero murrinha 

A torcida esperava um triunfo, o re-encontro do time com o bom futebol mostrado no jogo contra o Flamengo ( 3 x 0, dia 31 de julho). Não foi o que aconteceu. A equipe de Cristóvão teve mais a bola, atacou mais, criou mais chances de golear mas mostrou-se limitada em teros de inventividade, muito previsível, enroscada na marcação, na retranca do time santista que , desde a escalação e a postura no primeiro tempo de jogo, deixou claro seu objetivo de conseguir um empate. Conseguiu.

Pra se ter uma idéia, o Santos chutou apenas uma bola no gol de Lomba no primeiro tempo, já aos 27 minutos, uma bomba de William José do meio da rua, a maia altura, que Lomba enjoou mas conseguiu agasalhar na segunda tentativa. Só. Com três volantes de pegada, o time santista recuava inteiro, sem dar espaços, impedindo as penetrações do tricolor, e também sem conseguir encaixar o contragolpe. Até porque o Bahia também jogava fechando, travando o meio campo, saindo com lentidão para o ataque. 

As melhores chances surgiram aos 4 minutos, num chute de Helder que o goleiro Aranha espalmou; aos 15’, quando Fernandão chutou travado pela zaga complementando um cruzamento da linha de fundo, pela esquerda; e, aos 38’, após bom cruzamento de Madson, em duas tentativas de Wálisson que o goleiro Aranha defendeu bem. 

Na segunda etapa, o Santos veio ainda mais retrancado e o Bahia postou-se mais adiantado, forçando pelas laterais, insistindo nos cruzamentos, na troca de passes inócuos, sem achar a penetração e o arremate decisivo. Aos 12 minutos Titi sozinho na pequena área perdeu a cabeçada, após a cobrança de escanteio; aos 22’, Tiago Ribeiro, que acabara de entrar no lugar de W. José, fechou da esquerda para o meio, levou na conversa o zagueiro Lucas e bateu rasante, a bola passou por Lomba e acertou o poste, no primeiro chute a gol do time santista. O Bahia respondeu com uma cobrança de escanteio fechada, de Talisca, que Aranha salvou no susto; aos 28’ Raul tentou de longe um chutaço que Aranha triscou, desviou e a pelota ainda bateu na trave. 

Os jogadores do Santos mascavam o jogo, faziam cera, davam faltas, irritavam. Aos 43’ o zagueiro e capitão Titi reclamou com a arbitragem, levou amarelo ( já tinha tomado outro na primeira etapa) e foi expulso; excesso de autoridade do árbitro?! Com um jogador a menos, o Bahia quase leva um gol já aos 46’, após cobrança de escanteio, numa cabeçada de Alan Santos que assustou.

Não foi um bom resultado para o tricolor; a equipe até lutou, marcou bem, teve o controle do jogo, mas faltou-lhe criatividade para furar o bloqueio adversário, mais rapidez nos contragolpes, mais finalizações, mais jogadas em profundidade; teve posse de bola, mas trocou muitos passes laterais, facilitando a marcação obstinada do time paulista, preocupado apenas em não tomar gols. Jogaram como time pequeno e saíram satisfeitos, conseguiram o que queriam. 

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Os destaques: 
No Bahia, o suor, o vaivém de Madson; o esforço de Rafael Miranda e Helder no meio campo, o retorno de Lucas Fonseca e o bom futebol de Raul, disparado o mais lúcido da equipe. Marquinhos e Fernandão pouco inspirados, apanhando da bola.

No Santos, boas intervenções do grandalhão Aranha, um bom goleiro; a firmeza dos veteranos Dracena e Durval, a participação de Cìcero e algumas tentativas de Montillo. Pouco para um time com a tradição do Santos. 

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O Bahia, no meio da semana, tem um jogo pela Copa Sulamericana, quinta-feira, às 21h50, em Sâo Paulo, contra a Portuguesa, a Lusa do Canindé. Esse duelo tem volta na semana seguinte, na Fonte Nova, e é eliminatório. Haja fôlego. 

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Raposa mordeu leão 

O torcedor do Vitória está desde sábado de cabeça inchada, indignado com o goleada que o rubro-negro sofreu ( 5 x 1 ) do Cruzeiro, em Belo Horizonte e culpa, com certa razão, as ‘invencionices’ do treinador Caio jr pelo desastroso resultado. Inexplicavelmente, a equipe entrou em campo totalmente modificada, da defesa ao ataque, com uma escalação diferente e um sistema de jogo que nunca tinha sido empregado antes. Vejamos:

Com a saída de Gabriel Paulista (já vendido para o futebol espanhol), Caio jr escalou dois garotos nas laterais (Dimas na direita e Euler na esquerda), com a dupla Vitor Ramos e Fabrício no miolo da zaga – sem muito entendimento entre eles, sobretudo nas bolas altas. No meio campo, três marcadores-apoiadores (Michel, Cáceres, Luis Alberto) e dois meias (Cajá e Vander, mais abertos). Na frente, sozinho, enfiado entre os grandalhões, o baixinho e veloz Maxi Bianchucci, que geralmente atual pela direita, pelas beiradas, fechando em velocidade. Caio abdicou do centroavante Dinei, ou outro, e o gringo ficou só, perdido. 

Ora, ficou fácil para o Cruzeiro, um time de pegada, com bom toque de bola, veloz, jogando em casa. O rubronegro só se defendeu na primeira etapa e levou um sufoco, teria tomado mais do que o 1 x 0, não fosse a boa atuação do goleirão Wilson. Mesmo mexendo-se de um lado pro outro, tentando, o artilheiro Maxi chutou apenas um bola, mascada, no gol cruzeirense, bem vigiado; e o rubro-negro apático, acanhado, feito timinho. 

Na segunda etapa, mesmo com a entrada de Dinei, o time mais avançado, nada deu certo. Fez um gol de pênalti mas levou quatro, a defensiva batendo cabeça, o meio campo perdido, a equipe desencontrada, nem parecia aquela do Barradão. Mais uma derrota, e essa bem feia, fora de casa. Caio jr precisa encontrar um jeito de jogar fora, ou... o Vitória é apenas um timinho caseiro ? 
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O melhor do time foi o goleiro Wilson, que mesmo levando 5, deve ter salvado uns outros tantos com ótimas defesas. Maxi brigou sozinho e Dinei tentou alguma coisa na segunda etapa. Pouco.
No Cruzeiro, o desempenho coletivo. Dedé na zaga, Borges na frente, Egídio na lateral, um meio campo trabalhador ... A ‘raposa’ é difícil de ser vencida no Mineirão, detonou o ‘leão’ lá dentro.

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Na quinta-feira, pela Sulamericana, o Vitória se bate com o bom time do Coritiba, jogos lá e cá, perdeu cai fora. É outra lógica, outra parada. No fim de semana pega o Santos, na Vila Belmiro, pela rodada do ‘brasileirão’. 

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Não tem refresco. È sequência de jogos duros, difíceis, para a dupla Ba Vi. Por isso é necessário ter um elenco grande e de boa qualidade para agüentar o tranco. Treina-se e descansa nos aviões, em aeroportos ... não adianta chorar. 

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‘Democracia?!’

Depois da assembléia de associados que resultou em mudanças radicais nos estatutos do clube, sábado, o Bahia faz eleições diretas, pela primeira vez na sua história, no dia 31 próximo, na Fonte Nova. O presidente, a nova diretoria eleita assumirá para cumprir o restante do mandato do ex, Marcelinho Guimarães, afastado do cargo por uma intervenção judicial. 
Mesmo com todas as dificuldades financeiras e administrativas que o clube atravessa, tem gente querendo assumir o pepino, o abacaxi desses 16 meses de gestão, até as outras novas e definitivas eleições em dezembro de 2014, para um mandato de 5 anos. 

Nomes: o engenheiro e empresário Jorge Cordeiro, o radialista e empresário do ramo futebol Antonio Thilemon, e o político (secretário do governo Wagner) Fernando Schimidt, que já foi presidente do clube. Podem aparecer outros nomes, outras chapas até lá. 

A gente espera que tudo isso resulte em novos ares, novos tempos, nova gestão no clube.E que esse processo de democratização resulte também em uma retomada dos tempos de glória do ‘esquadrão de aço’. Sua torcida devotada merece. O Bahia tem de ser grande, fora e dentro de campo. ‘O Bahia não tem dono, é da torcida’. 
Chega de passar vergonha!