Está havendo muita lambança nas disputas internas pela direção do Esporte Clube Bahia
ZédeJesusBarrêto , Salvador |
20/07/2013 às 10:28
Casa cheia no BAVI, domingo, 21
Foto: Haroldo Abrantes
Nesse domingo tem clássico, o maior do Nordeste, na nova Fonte Nova cheia, um Vi X Ba de Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro, como há 10 anos não víamos. E mais, os dois times estão em boa fase. O Vitória nas nuvens, Campeão Baiano, vice-líder do Brasileirão. E o renovado Bahia de Cristóvão, a somente um ponto atrás do rival, realizando um bom começo de campeonato nacional como há muito não fazia.
Tudo conspira em favor de um bom jogo, de gols, lado a lado, e emoções fortes. A gente só espera que o árbitro, o paulista Paulo Cesar Oliveira, não complique, pois ele é bem chegado a uma lambança. Os tricolores, especialmente, guardam muitas queixas dele.
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Vitória nos trinques
Equipe por equipe, nesse momento, o Vitória está vivendo uma fase melhor. Não tem desfalques, possui o artilheiro do campeonato (Maxi Bianchucci), é um time mais entrosado e com algumas jogadinhas matreiras e mortais. Se o adversário vacilar um instante, o Cajá pode achar num vislumbre a velocidade de Nino, de Maxi, de Dinei ... e sai o gol. Até nos chutões, aparentemente à toa, saem gols. É uma equipe de jogadores espertos que sabem aproveitar qualquer descuido, uma mísera falha do adversário. E se o rubronegro fizer um gol primeiro, logo no começo ... fecha-se, bloqueia o meio campo e aposta no que tem de melhor, o contragolpe pelas beiradas do campo.
Esse Vitória armado por Caio Júnior é tinhoso, objetivo, mortal. E tem bons jogadores encaixados no esquema. Boa marcação, com Cáceres, Michel e Escudero, que volta fechando pela esquerda. Conta com a inteligência e o bom passe longo de Cajá. Com esguio e finalizador Dinei, além da velocidade e da ótima fase vivida pelo gringo Maxi. Por isso, no meu entender, o rubronegro é favorito, sim.
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Bahia com mudanças
O Bahia está em formação. Cristóvão ainda busca a melhor escalação, um jeito de jogar, o encaixe em alguns setores. No principal, o meio campo, a equipe domingo terá desfalques: Fahel, que deve ser substituído pelo garoto Feijão; Helder vai entrar no lugar de Diones e o estreante Wálisson ocupa o lugar do bom Marquinhos. É exatamente ali, no meio campo, que se faz a diferença num jogo de bola. O tricolor conseguirá marcar a saída de jogo rápida do rubro-negro? Talisca e Wálisson conseguirão criar chances de golear? A esperança de ataque do Bahia é Fernandão, que é grande e sabe usar bem o corpo, enfiado entre os zagueiros Gabriel e Vitor Ramos. Tem faro de gol, chuta.
Dois outros duelos que podem ser decisivos acontecerão pelas laterais: Nino x Raul. Nino é mais veloz, Raul mais técnico, mas ambos gostam de ir na frente, atacar. Do outro lado, o garoto Madson, fogoso, se bate com Tarracha, mais defensivo. Quando o meio campo está muito povoado, bloqueado, a saída é pelas beiradas. Nos jogos passados, foi pelas beiradas que o rubronegro chegou e criou as chances de golear.
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Portanto , é um jogo onde contam a camisa dos dois clubes, a torcida, o momento vivido, o histórico, a tradição e mais os duelos individuais e táticos em campo.
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Leão de boa
A semana de preparação foi também mais positiva para o ‘Leão’. Sò notícia boa. Céu de brigadeiro. O time está inteiro e contente da vida depois da bela partida contra o SP, no Barradão, teve anunciada a chegada de mais um atacante, o conhecido artilheiro André Luis, está com todos os ventos soprando a favor, é destaque positivo nos noticiários.
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Tititi no tricolaço
No Bahia, nem tanto. A fase de intervenção na diretoria do clube pesa. Na semana do clássico, ficamos sabendo dos salários atrasados do mês de junho, de jogadores e funcionários, mais divisões de base e até de contas de luz. Estavam catando dinheiro para pagar tudo, já.
Por outro lado, as oposições não conseguem se entender nos bastidores políticos e já complicam as medidas de moralização e regularização do clube, fora de campo. O interventor tem acusado reações contrárias às suas ações dentro do clube, até por parte de alguns funcionários ligados ao presidente afastado.
E mais: O atleta argentino Rosales, de boa técnica e poucas oportunidades desde que foi contratado, foi dispensado e abriu o bocão, acusando o presidente (ora afastado) de não querê-lo mais treinando, de não receber salários há mais de três meses, de ter sido desrespeitado (ele e sua família) pelos dirigentes tricolores. E vai acionar o clube na Justiça. Lamentável. Até porque é um atleta que poderia ser útil, pela bola que joga. Que aconteceu?
Por último, até saiu nos jornais e nas resenhas radiofônicas uma possível suspensão do meia Talisca, por causa de uma cotovelada que teria dado num adversário, sem bola, no jogo contra a Ponte Preta, em São Paulo. Nem foi citado na súmula do árbitro, mas um procurador ( que sempre aparece com esse tipo de ação em vésperas de clássico ) capturou o lance pela TV e quer o atleta julgado pelo Tribunal. É pouco ou quer mais ? Talisca é um garoto, não vi maldade no lance (que revi pela TV), mas há algum propósito, sem dúvida, na denúncia. A serviço de quem?
Resta saber se essas desgraceiras extra-campo vão ou não influenciar no desempenho dos atletas profissionais no gramado, no domingo. Mas que as energias são negativas, são. Sem dúvidas, a fase , o astral não é nada positivo do lado da tricolagem, tem muito inimigo disfarçado jogando lenha na fogueira, querendo ver o circo pegar fogo.
Ao Bahia tem faltado malandragem, dentro e fora de campo.
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Abacaxi de caroço
Levantamento feito pela interventoria atesta: o atual quadro de sócios do Bahia é formado por apenas e insignificantes 2.383 filiados. Desses, 883 são patrimoniais, pagam a mensalidade, e 1.800 são remidos (compraram os títulos). O interventor lança essa semana que entra uma campanha de novos sócios (a preços bem módicos, populares mesmo) e está doidinho para fazer uma Assembléia Geral e organizar novas eleições para direção do clube. E dar o fora. Acho que o Ratis viu que o abacaxi é tem muito mais caroço do que imaginava. O clube é um ninho de cobras de todos os tamanhos e tipos de periculosidades.
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Querem MGF de volta ?
Entendo que, se os desentendimentos entre as várias correntes que fazem oposição a MGF continuarem no nível de insuperáveis, como se mostram até então, termina o mesmo MGF manobrando politicamente e ganhando as eleições. Daí, voltaria
entronizado, com todas as garantias, para um mandado maior, mais longo e com poderes imperiais.
É só um alerta, não um desejo. Mas cadê um candidato de oposição forte, conhecido, carismático e com cacife para dirigir uma nação como essa torcida do Bahia ? hum ? Que apareça, é a hora. Chiar pelos cantos, resmungar, derrubar ... de nada adianta. É preciso aparecer um grupo, com uma liderança, que assuma ! Ou Marcelinho pode voltar, e com a corda toda. Tá bom ?
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Galegos e Catuca
Que notícia boa! Galícia e Catuense estão de volta à primeira divisão do campeonato baiano! O Galícia foi criado em 1934, foi tetra na década de 40, era considerado o ‘demolidor de campeões’, campeão pela última vez em 1968, com um timaço (Roberto, Nelinho, Helio Naylon, Josias, Raul, Nelson, Valtinho, Carlinhos Gonçalves, Telê )... o time dos ‘galegos’. Tem boa torcida em Salvador.
A Catuense, do saudoso empresário Antonio Penna, teve seus momentos de glória na década de 80, quando formou grandes times e revelou atletas que fizeram historia no futebol baiano, ao lado do Atlético de Alagoinhas( Zanata, Bobô, Sandro, Luis Henrique... Merica, Dendê ...) O estádio de Catu está em boas condições de jogo?
Ambos, Catuca e Galícia engrandecerão o campeonato.
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Trapalhadas
E o Atlético Mineiro, hein ? Revendo o jogo contra o Olímpia, no Paraguai, até agora me pergunto: que zorra é que o Alecssandro foi fazer, correndo para trás até se esborrachar nas redes, no momento da cobrança daquela falta, aos 48 minutos de segundo tempo, que resultou no segundo fatídico gol do time paraguaio? Ele só atrapalhou a ação do goleiro Vitor que estava indo na direção da bola e talvez evitasse o gol, pois a pelota, mesmo tento raspado no travessão, descaiu bem próxima do goleirão. Trapalhões, o Alecssandro e o irmão Richarlysson, enganador, que foi expulso à toa.
Agora, com dois desfalques nas laterais, o Galo vai ter de fazer três gols e não tomar nenhum para ganhar o título da Libertadores das Américas, no Mineirão, quarta-feira próxima. Nada fácil. Caso empate no tempo regulamentar, veremos prorrogação e penalidades máximas cobradas. Haja coração mineiro pra agüentar o tranco.
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Té domingo de noite, com a resenha do Ba Vi ! Chapa quente.